O epidemiologista, que dirige atualmente o órgão de prevenção e controle de doenças dos Estados Unidos, Thomas Frieden é um dos maiores inimigos públicos do cigarro. Em entrevista concedida à revista Veja, Frieden falou sobre o tabaco, considerado por ele um problema de “altíssima prioridade”.Segundo seus estudos, não existem dúvidas que estar exposto ao cigarro alheio mata, e para a ciência não existe mais debate a cerca desse assunto. O Instituto de Medicina, em seus estudos mais recentes, provou que fumantes passivos também desencadeiam doenças, e que a incidência de ataques cardíacos em não fumantes é menor nas áreas protegidas do cigarro.
De acordo com Frieden, não é só o câncer que deve ser motivo de preocupação. O fumante passivo está sujeito a ter câncer, problemas pulmonares, cardíacos entre outros, e embora o fumante ativo saiba dos riscos de desenvolver um câncer, o cigarro mata mais por ataques cardíacos, derrame cerebral e doenças pulmonares, além de favorecer outros tipos de câncer.
Mundialmente falando, o tabaco mata mais do que a AIDS, a tuberculose e a malaria somadas, lembrando que o número de pessoas que morrem dessas doenças, devido aos avanços da medicina, está caindo, enquanto as perspectivas apontam que as vítimas do cigarro devem dobrar nas próximas décadas, se nenhuma providencia dor tomada.
Mas Frieden se mostrou otimista durante a entrevista, e comentou que acredita que até 2060 as doenças contagiosas que ainda ameaçam estarão sob controle, e haverá progressos significativos na prevenção das doenças não contagiosas.
Para o epidemiologista as pessoas estarão vivendo mais e com maior qualidade de vida, e se as desigualdades de saúde forem reduzidas pelo mundo, menos gente morrerá jovem e de causas evitáveis.