Pesquisar este blog

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Médicos alemães anunciam a cura de um caso de Aids

A revista Época desta semana traz uma matéria em que relata o caso de um doente que está curado da Aids e da leucemia. O caso pode ser um estímulo aos avanços das pesquisas nesta área.  Confira.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Chuva de meteoros atinge a Terra

Começou hoje, segunda-feira,13, uma das mais intensas chuvas de meteoros sobre o planeta. É a chamada Geminídeos. O anúncio foi feito pela Nasa, agência espacial americana.
A chuva, que pode ser vista a olho nu de qualquer lugar do planeta, deverá ocorrer até quinta-feira,16.
Segundo a Agência, são esperados de 50 até 80 meteoros por hora - no pico, poderão chegar a 120 por hora, e o período mais intenso do espetáculo será na madrugada de terça-feira.
Esses meteoros receberam o nome Geminídeos porque parecem vir da constelação de Gêmeos. De acordo com a agência espacial americana, provavelmente, esses meteoros são restos do objeto intitulado 3200 Phaethon - classificado como um cometa extinto.
Mais aqui.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ciência brasileira deve dar um salto qualitativo e ganhar o interior

Professores  da UNB avaliam reportagem da Science e apontam o Manifesto da Ciência Tropical, de Miguel Nicolelis, como um balizador para os próximos anos
Um copo meio cheio, meio vazio. É assim que o neurocientista e ex-aluno da Universidade de Brasília, Sidarta Ribeiro, define o atual momento da ciência brasileira.
Personagem de uma grande reportagem recentemente publicada na revista Science, na qual é citado o neurocientista Miguel Nicolelis, ele afirma que é preciso dar um salto qualitativo na produção nacional e descentralizar o acesso à ciência. "O momento é propício. Crescemos muitos nos últimos oito anos, mas ainda há muito que melhorar", avalia.
Ribeiro e outros especialistas ouvidos pela UnB Agência apontam o Manifesto da Ciência Tropical como um balizador para esse "salto". O documento de autoria de Nicolelis é uma das referências nas sete páginas dedicadas ao Brasil na reportagem publicada na última sexta-feira, 3 de dezembro. "São 15 pontos que condensam o pensamento de especialistas sobre educação e ciência e tecnologia", afirma o biólogo da UnB Fernando Araripe.
O texto da revista internacional coloca o Brasil como um dos destaques na produção científica da América Latina. Hoje, o país, que conta com um ministério especializado desde 1985, responde por 60% dos gastos com pesquisas no continente e por 50% dos papers publicados.
Professor do Instituto de Biologia desde 1972 e ex-diretor da Sociedade Brasileira para o progresso da Ciência (SBPC), Isaac Roitman afirma que, apesar da produção científica brasileira estar estruturada, é necessário uma inflexão.
"Nosso grande gargalo ainda é o desafio de transformar a ciência em benefícios para a sociedade", observa. Segundo Issac, para isso é preciso descentralizar o acesso à ciência, como sugerido por Nicolélis por meio da criação de 16 Cidades da Ciência.
"Hoje há uma concentração da produção científica nas regiões Sul e Sudeste e nas capitais", diz. "Criar essas cidades em regiões carentes e interioranas é uma forma de expandir o alcance da ciência e a formação de cidadãos críticos", completa Roitman.

Desafios
Sidarta Ribeiro, graduado em Biologia pela UnB em 1993, explica que qualificar a produção nacional e os seus critérios de avaliação é outro desafio para o setor.
"Precisamos adotar as metodologias internacionais de avaliação, pois os critérios usados hoje não nos dão uma dimensão real do alcance da produção científica do país", analisa o professor, que trabalha com Miguel Nicolelis no Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra, sediado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 2003.
O especialista ainda aponta a oferta de uma educação de qualidade, principalmente nas séries iniciais, como outro desafio para a ciência brasileira. "É preciso federalizar a carreira do professor e nivelar os salários por cima", sugere o especialista. "Um docente que entra para dar aulas para crianças não pode ganhar menos que um professor universitário", observa Sidarta que, apesar de não ter vínculos formais com a UnB, faz visitas frequentes à Universidade. "Tenho muitos amigos lá", conta.

Política
A expectativa é de que o Manifesto de Nicolelis - que há 20 anos trabalha nos Estados Unidos, onde é professor e pesquisador na Universidade Duke - oriente as políticas públicas federais e estaduais para a educação e ciência e tecnologia.
"De nada adianta esse esforço para apontar diretrizes se não houver pressão e vontade política para implantar essas mudanças", comenta Fernando Araripe, do Departamento de Biologia Celular da UnB.
Entre as sugestões de Nicolelis encontram-se ainda o aumento dos investimentos de 4% a 5% do PIB em ciência e tecnologia na próxima década e a criação da carreira de pesquisador científico em tempo integral nas universidades federais.
"A reportagem de destaque na Science é um dos indicadores de que a ciência brasileira está avançando", observa Issac Roitman. "É preciso aproveitar esse momento fértil para o diálogo entre governo e especialista na criação de políticas de Estado para o setor", completa Araripe.

 Por UnB Agência

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Medula Óssea: Uma questão de salvar vidas

Vulgarmente conhecido como tutano, a medula óssea é um tecido que se localiza no interior dos ossos e é responsável pela produção de plaquetas, glóbulos vermelhos (hemácias) e glóbulos brancos(leucócitos).Ela é responsável para o bom funcionamento do organismo, por isso deve estar sempre em perfeitas condições.As plaquetas são as células responsáveis pela coagulação do sangue, evitando sua perda excessiva.. As hemácias, por sua vez, realizam o transporte do oxigênio para todo o corpo e retira do pulmão o dióxido de carbono para ser eliminado do organismo. Os leucócitos são responsáveis pelo sistema imunológico e reagem a qualquer corpo estranho.
Para tudo isso ocorrer perfeitamente, a medula óssea funciona continuamente na produção de células, que tem vida curta e precisam de reposição.
Mas alguns fatores prejudiciais, impedem o bom funcionamento da medula, são casos doenças e substâncias químicas tóxicas. Assim, o organismo sofre inúmeras alterações provocadas pela baixa produção das células sanguíneas.
Em muitos desses casos, o transplante de medula é realizado afim de melhorar a produção de células, o procedimento é feito através de um rigoroso tratamento que retira do organismo a sua própria medula e por meio de uma transfusão, uma nova medula é inserida no organismo.
Para explicar como é o procedimento, a enfermeira Maria Luiza Frederich, 29, respondeu algumas perguntas que esclarecem as dúvidas de quem quer se tornar doador e ajudar a salvar vidas. Ela conta que qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde pode doar medula óssea, os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5 ml para testes. Estes testes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente. Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante, em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.


Mas tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as células do doador e do receptor, a chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de uma em cem mil.Por isso, são organizados Registros de Doadores Voluntários de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente necessita de transplante e não possui um doador na família, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação. É muito importante que sejam mantidos atualizados os dados cadastrais para facilitar e agilizar a chamada do doador no momento exato. Para atualizar o cadastro, basta que o doador envie um e-mail para redome@inca.gov.br.

Para o médico hematologista Luiz Carlos Cardoso, 45, a doação e um procedimento que se faz em um centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.


Muitas pessoas não se importam de passar por este procedimento se for para salvar a vida de outras pessoas. Ananda Delevati, estudante de jornalismo, 21, se cadastrou como doadora de medula óssea ao saber a importância do seu ato e diz que está pronta para fazer a cirurgia quando alguém precisar. Segundo ela, ainda há muito preconceito em relação ao tema, as pessoas tem uma crença comum de que este é um procedimento complicado. “Penso que as pessoas deveriam se importar mais com poder salvar uma vida, do que com um possível incomodo que possam ter com a cirurgia. Todos deveriam ser doadores de medula óssea”, conclui a estudante.

Foi de uma pessoa decidida, como a estudante Ananda, que a Santameriense Rejane da Costa Martins, 34, recebeu a medula óssea há um ano. ”Minha vida é normal hoje, graças a ajuda que outra pessoa me prestou à um ano atrás, devo a minha vida e ela e sempre serei grata por esse gesto.”, completa a transplantada.


Mais informações sobre os procedimentos em Santa Maria, na aapecan, pelo telefone (55)3025-9400 ou http://www.aapecan.org.br/


Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro, mas para o doente, será a diferença entre a vida e a morte.

Esclerose múltipla: é preciso saber conviver com ela

A Esclerose Múltipla é uma doença crônica, autoimume e de caráter inflamatório que atinge o Sistema Nervoso Central e pode atingir jovens e adultos. Além disso, é uma doença progressiva que se caracteriza pela desmielinização, perda da substância mielina, uma espécie de proteção dos neurônios. Os primeiros sintomas da doença são perdas visuais, paralisia em alguma parte do corpo e perda de força.
De acordo com o neurologista Juarez Silva Lopes, é muito importante o diagnóstico e o tratamento da doença para os portadores. “A gravidade da evolução da doença e imprevisível, mas o futuro do paciente que fez o tratamento é bem melhor do que aquele que não fez.” De acordo com o neurologista, dá pra ter uma vida normal quando o portador faz o tratamento adequado.
É o caso de Márcia Saldanha, jornalista. Ela teve o diagnóstico da doença em 2004 e afirma que no início foi bem difícil aceitar por não saber muito a respeito. “Depois que comecei o tratamento vi que não era tão ruim”. Ela era jornalista, trabalhava como policial e jogava handebol, e ainda cuidava dos filhos. “Eu tinha uma vida muito corrida, saía cedo de casa e voltava tarde.” Márcia conta que no início do tratamento era internada mais ou menos uma vez por mês, mas depois de trocar de medicamentos tudo melhorou. “É preciso tu conhecer o teu limite, tenho uma vida tranqüila, quase normal. Mas quando eu estou fazendo alguma coisa e sinto cansaço tenho que parar.”
Atualmente a jornalista cuida da parte de Comunicação Social da APEMSMAR – Associação dos Portadores de Esclerose Múltipla de Santa Maria e Região. Fazem parte do grupo portadores, familiares e profissionais da saúde. Esta associação existe há nove anos mas foi fundada oficialmente há dois.

Causas
As causas da EM (Esclerose Múltipla) ainda não são conhecidas, mas podem ser fatores genéticos, ou algum vírus que ataca o sistema imunológico e nervoso. “Há 30 anos fiz cinco anos de residência no Rio de Janeiro e a única coisa que ouvi falar sobre a Esclerose Múltipla era uma doença rara e que não existia no Brasil”. O neurologista ainda lembra, que logo depois do final de sua residência médica um dos seus primeiros pacientes tinha o diagnóstico de EM.
A estatística da doença no Brasil é que a cada cem mil habitantes, 15 são portadores. O doutor Juarez diz não acreditar neste dado, pelo número de pacientes que atende e pretende realizar um estudo para verificar o número de portadores em Santa Maria e na região. “Na Europa a incidência é muito maior. Há estudos que dizem que a carência da vitamina D pode ser uma das causas da EM.” O corpo humano produz essa vitamina a partir do sol, e o clima da Europa por apresentar um inverno rigoroso justificam esta teoria. Assim como o sul do Brasil tem maior número de portadores do que o norte e nordeste.
No Brasil o tratamento da Esclerose Múltipla é feito através de injeções. Juarez Lopes acredita que num futuro próximo o tratamento poderá ser feito com medicação oral, como acontece em alguns países europeus. Aqui, tais medicamentos só poderão ser usados com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a ANVISA, mas já existem laboratórios farmacêuticos realizando estudos e aguardando esta aprovação.

Para saber mais:

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nanotubos de Carbono, tecnologia do futuro

     Os nanotubos de carbono são 100 mil vezes mais finos que um fio de cabelo e invisíveis para microscópios ópticos. Apesar disso, dentre todos os materiais conhecidos é um dos que possui maior resistência mecânica— não quebram nem deformam com facilidade quando dobrados ou submetidos à alta pressão. Ocos por dentro, os nanotubos podem ter as extremidades fechadas, e seu diâmetro interno inicia próximo a um nanômetro — a bilionésima parte do metro.
     Destacam-se também como um dos melhores condutores de calor, e para completar, alguns tipos podem ser capazes de transportar eletricidade. A reunião de tais propriedades em uma única estrutura, ativa a imaginação de cientistas. O entusiasmo com as possibilidades abertas pelas propriedades dos nanotubos para o desenvolvimento de novos materiais causa exaltação em homens de negócios, e também os cientistas da área. No Brasil, há uma comunidade de pesquisadores estudando nanotubos. Seja em universidades públicas, seja em privadas.
     Existe a crença de que os nanotubos em um futuro próximo venham a substituir o silício (segundo elemento mais abundante na Terra e principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores).
     Para que os nanotubos se incorporem a materiais de uso comum, há um grande obstáculo a ser vencido. Há que se desenvolver uma tecnologia barata e confiável para produzir o material em grande quantidade, e segundo especificações pré-determinadas. O que motivaria seu uso industrial. Os processos conhecidos de síntese, ou seja, obter compostos químicos a partir de substâncias mais simples não dão conta de uma produção em obter compostos químicos a partir de substâncias mais simples larga escala.
Segundo Luciano Schons Trevisan, mestre em nanociências pelo Centro Universitário Franciscano dos pontos que ainda precisam ser explorados, ele cita: o desenvolvimento de métodos adequados para retirar impurezas das amostras, o estudo da variação das propriedades dos nanotubos quando combinados a outros materiais, e o desenvolvimento de métodos de síntese que possam ser aplicados em escala industrial.
Para a coordenadora do mestrado em nanociências do Centro Universitário Franciscano, Ivana Zanella da Silva, os nanotubos de carbono já fazem parte do seu dia-a-dia. “Aqui na UNIFRA passamos por quase todas as etapas. Teórica, experimental, produção e simulação”. O aluno aprende e põe em prática o que aprendeu.
Àqueles que se questionam como e onde surgiu o nanotubo a resposta remete ao Japão dos anos 80, na área da Nanotecnologia. Ciência que está associada à medicina, eletrônica, ciência da computação, física, química, biologia e engenharia dos materiais. Atualmente quem utiliza mais os nanotubos são os laboratórios acadêmicos ou industriais interessados em nanociência e nanotecnologia. Os pesquisadores brasileiros optaram por produzir eles próprios as amostras de nanotubos que utilizam em seus experimentos.
     Uma maneira de obter nanotubos chama-se "descarga de arco". As universidades brasileiras empregam e dominam ambos os métodos. Trevisan diz que o método por descarga de arco dá origem a nanotubos mais perfeitos, por trabalhar com altíssimas temperaturas. Mas tem a desvantagem de produzir uma grande quantidade de carbonos amorfos, ou seja, os átomos estão desordenados, sem posicionamento nem espaçamento definidos entre eles.
     Na síntese por descarga de arco uma corrente elétrica de alta intensidade é aplicada a dois eletrodos de grafite, que são aquecidos a temperaturas próximas dos 3700°C. A essas temperaturas, o grafite primeiro vira vapor e em seguida se condensa na forma de uma fuligem que contém nanotubos.
     O processo de criação de um nanotubo de carbono não teria utilidade se ele não tivesse uma função. E tem. Ele é utilizado em sistemas de filtração do ar e da água, como pó antibactéria, filtros de proteção solar, produtos para limpar materiais tóxicos microprocessadores e equipamentos eletrônicos em geral, tratamentos de câncer, até dessalinização da água. Sem comentar o que ainda não foi descoberto.
     As pesquisas com esta tecnologia proporcionarão grandes avanços para a ciência, como já provocam nos próprios cientistas. Eles não sabem o que ainda vai se descobrir nessa área, mas têm certeza que não será pouco.


Por Henrison Dressler