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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A alienação parental causada pelo processo de separação

O processo de separação e divórcio, na maioria das vezes, provoca uma desestruturação familiar, e os mais prejudicados nessa história toda são os filhos. Sobre essa abordagem a acadêmica de Serviço Social, Márcia Teresinha Cardozo de Moura, apresentou o trabalho "O Serviço Social e a Atuação Multidisciplinar nos Casos de Separação no Núcleo de Práticas Jurídicas da Unifra", nesta quarta-feira durante o XIII Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unifra (SEPE). O projeto de Intervenção foi realizado durante as disciplinas de Estágio 2 e 3.
A aluna estudou a atuação do profissional de Serviço Social de intervir nas questões afetivas decorrentes dos casos de separação conjugal. Os pais utilizam os filhos para se vingar do outro ou por motivos de retalhação. Dessa forma, as crianças servem como moeda de troca, pois cria-se estratégias e comportamentos com o objetivo de impedir que a criança veja o pai ou a mãe. Com todo esse processo os pequenos não recebem a atenção especial e nem proteção social. Portanto, a criança pode desenvolver a Sindrome de Alienação Parental (SAP), que consiste no afastamento de um dos genitores do convívio, indo até mesmo a sentir ódio um pelo outro.
A pesquisa foi realizada com cerca de 20 famílias que possuem filhos de até 14 anos, e estavam em processo de separação sendo atendidos no Núcleo de Práticas Jurídicas da Unifra. Para diagnosticar a suspeita de alienação parental a acadêmica realizou entrevistas individuais com os pais e mães e fez visitas domiciliares para obsversar o ambiente de convivência familiar e a realidade social. Também visitou as crianças na escola para analisar o comportamento em sala de aula.
Com as observações, chegou a suspeita de que 80 % dos filhos sofrem com a Síndrome de Alienação Parental. Diagnosticou que os pequenos são mais tímidos, reservados, revoltados, apresentam dificuldades de relacionamento, de aprendizagem e de fazer trabalhos em grupo na escola. Como o acesso a visitação é dificultado, os filhos acreditam que os pais não querem vê-los, pois se tornam o principal alvo na geração de conflitos entre o casal, além de ficarem expostos, sem o mínimo de proteção social e cuidado que merecem.
Esses conflitos se reproduzem na vida adulta, como na construção da personalidade, na formação e na constituição de uma família. Por isso, os pais devem proporcionar um convívio saúdavel, ressalta Márcia.

Vanessa Barbieri Moro

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