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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Editais abrem 12,5 mil vagas para estudantes em instituições estrangeiras

Estudantes brasileiros interessados em cursar o ensino superior em instituições estrangeiras poderão candidatar-se às chamadas públicas do Programa Ciência sem Fronteiras. Os editais, que selecionarão candidatos para cinco países, serão lançados nesta terça-feira, 13, pela presidenta da República, Dilma Rousseff.
Coordenadas de forma conjunta pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), as seleções públicas vão escolher estudantes para instituições de ensino superior dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália e França. As oportunidades são em cursos de graduação na modalidade sanduíche. A previsão é que cada um dos países ofereça, até 2015, 10 mil bolsas, sendo que para os Estados Unidos a previsão é de 18 mil.
Os editais agora divulgados somam 12,5 mil vagas. O período de inscrições vai de 13 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012. A previsão do Ministério da Educação é que, a partir de março de 2012, os estudantes selecionados já estejam nos países para os quais se candidataram. Durante os seis primeiros meses, eles terão a possibilidade de frequentar cursos de idiomas no país de destino.
Para candidatar-se às bolsas no exterior, os cidadãos devem atender aos requisitos definidos nos editais. Para ser contemplado, o estudante deverá ter sua candidatura homologada pela instituição de ensino em que estuda no Brasil. A homologação é necessária, porque, ao regressar ao país, a instituição brasileira deverá validar os créditos obtidos pelo estudante no exterior.

Atração de cientistas 
Dois outros editais têm o objetivo de trazer estrangeiros ou brasileiros que atuam no exterior. O primeiro, Atração de Jovens Talentos (BJT), é voltado a atrair e estimular a fixação, no Brasil, de jovens pesquisadores residentes no exterior, preferencialmente brasileiros, que tenham destacada produção científica e tecnológica. O segundo, Pesquisador Visitante Especial (PVE), busca fomentar o intercâmbio e a cooperação internacional visando o fortalecimento das pesquisas em temas prioritários por meio de parceria com lideranças internacionais.

Tecnólogos
A chamada pública - Curso Superior de Tecnologia Sanduíche no Canadá (Tecnólogo Sanduíche), voltada a estudantes de instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, permitirá a realização de estudos e estágios em instituições de ensino do Canadá. A seleção dos alunos será feita pelas instituições. O candidato, depois de pré-selecionado pela instituição, deverá se inscrever na página eletrônica do Programa Ciência sem Fronteiras, em formulário on-line que estará disponível e enviar a documentação descrita no edital.

Decreto 
 Na solenidade desta terça-feira, a presidenta Dilma Rousseff assina decreto que regulamenta o programa. De acordo com decreto, o Ciência sem Fronteiras concederá bolsas de estudos em instituições de excelência no exterior, nas modalidades graduação-sanduíche, educação profissional e tecnológica e pós-graduação (doutorado-sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado).

Assessoria de Comunicação Social do MEC

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Carência de cálcio ocasiona diversos problemas à saúde da mulher

 O cálcio é um elemento essencial para a saúde e desempenha diversos papéis. No organismo da mulher, em função das diversas mudanças hormonais pelas quais ela passa, sua carência pode ser maior. Adolescência, gravidez e menopausa são os principais períodos que tornam acentuado o aumento das necessidades de cálcio na alimentação. Esse nutriente é fundamental para a formação da massa óssea e dos dentes e também na coagulação sanguínea.
  Segundo a tabela brasileira de composição de alimentos, 100g de queijo parmesão, por exemplo, possuem 992mg de cálcio, 100g de leite de vaca possuem 113mg de cálcio. Alimentos de origem vegetal também podem fornecer o nutriente ao organismo. 100g de couve crua possuem 145mg de cálcio e 100g de espinafre cozido, 145mg de cálcio. Conforme dados da Dietary Reference Intakes (DRIS) mulheres de 14 a 18 anos devem ingerir 1300mg por dia do nutriente e, as que possuem de 19 a 50 anos, 1000mg/d.
Karen Mattos e Dianele Vidal
     A pesquisadora Karen Mattos é professora do curso de Nutrição da UNIFRA e realizou uma pesquisa relacionada ao tema, em 2010. “Saúde da mulher: o consumo de cálcio em professoras de escolas públicas”, vinculada ao Projeto de Extensão: “Saúde na Escola: aprendizagem em saúde” e ao Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde (GIPES) na linha de pesquisa Educação, sociedade e integralidade na saúde.
     O aumento considerável da incidência de osteoporose em mulheres jovens incentivou a escolha do tema para o estudo. Para verificar esta hipótese o grupo orientado pela professora Karen realizou uma pesquisa qualitativa através da aplicação de questionários a professoras de quatro escolas da cidade. “Já trabalhávamos com os alunos dessas escolas e sentíamos a necessidade de atender também às professoras de alguma maneira”, conta Karen.
     A faixa etária das mulheres pesquisadas foi de 29 a 65 anos. O cálcio é um nutriente que, após os 30 anos, aproximadamente, não pode mais ser acumulado pelo organismo. A partir desta idade, seu consumo deve suprir apenas as necessidades diárias. Portanto, o ideal seria que a ingestão adequada do nutriente ocorresse, principalmente, até os 30 anos, enquanto ele ainda pode ser armazenado, como destaca Karen.
     Leite e derivados, brócolis, couve e espinafre são fontes consideráveis do nutriente. “Nosso estudo indicou um consumo baixíssimo desses alimentos pelas professoras”, destaca Karen. A pesquisadora também conta que 21% das mães das mulheres pesquisadas sofriam de osteoporose, aumentando o risco de que elas também fossem sofrer da doença, pois a patologia é influenciada por fatores genéticos.
     Dianele Vidal, estudante do 7º semestre de nutrição, participou do grupo de pesquisa e ressalta a importância da existência de uma consciência sobre a importância do cálcio para a saúde. “Desde a infância deveria acontecer uma conscientização para que a criança consumisse o nutriente da forma adequada”.
     “Consumir leite com achocolatado que possui cafeína ou iogurte com granola que é rica em fibras dificulta a absorção de cálcio pelo organismo”, complementa Karen. Ela alerta para o fato de que é importante ter consciência da relevância da combinação correta dos alimentos para que seus nutrientes possam ser absorvidos da maneira adequada.
      Os resultados da pesquisa apontaram que a maioria das professoras não tinha consciência da interferência de achocolatado, fibras, cafeína e exposição ao sol na absorção do cálcio. Além da combinação de alimentos, Karen alerta para alguns fatores que inibem consideravelmente a absorção de cálcio como o tabagismo, o alcoolismo, ou mesmo, o uso de determinados medicamentos.
Andressa Rodrigues
      A nutricionista Andressa Rodrigues também foi integrante do grupo que realizou a pesquisa. Ela destaca a importância do sol para o processo de absorção de cálcio. Quando o indivíduo se expõe ao sol nos horários adequados, após às 16h da tarde, por exemplo, ele ativa a vitamina D e melhora a absorção do nutriente, afirma Andressa.
     Um pouco mais raro, o excesso de cálcio no organismo também pode ocasionar problemas à saúde como a redução de outros minerais, conta a nutricionista. Os sintomas de altos níveis de cálcio no sangue incluem náusea, perda de apetite, constipação ou diarréia, sede, excreção de urina acima do normal, dor de cabeça e cansaço excessivo, relata Andressa.



Por Marianna Antunes

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pesquisadores canadenses revertem Alzheimer pela primeira vez

"Pela primeira vez, foi revertida a doença de Alzheimer em pacientes portadores do mal há mais de um ano. Os cientistas usaram a técnica de estimulação cerebral profunda, que usa elétrodos para aplicar pulsos de eletricidade diretamente no cérebro.
Investigadores canadianos, da Universidade de Toronto, liderados por Andres Lozano, aplicaram estimulação cerebral profunda em seis pacientes."
A notícia foi divulgada hoje no blog do Nassif, e assinada por Nilva de Souza da TV NET.

Por Redação

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O uso de salto alto altera a biomecânica do corpo feminino

A utilização de calçados de salto alto com suas diferentes alturas torna-se cada vez mais comum devido à estética e aos detalhes da moda atual que imperam independente dos avanços no sentido de transformar este tipo de calçado em um sapato tecnicamente funcional.
Segundo a fisioterapeuta e pesquisadora do Laboratório de Biomecânica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Estele Caroline Meereis, “a altura do calçado interfere na manutenção do equilíbrio postural por alterar a base de suporte. Frente a isso são necessários ajustes corporais para evitar a queda do indivíduo, e pode se refletir em compensações que levam às alterações da postura ”.
Para muitos médicos e cientistas, o mais correto seria um calçado que levasse em conta a força de um impacto ao chão, o controle de movimento e a orientação do pé, que é um elemento de grande importância para toda a estrutura corpórea, incluindo o sistema postural. Nele existe um sistema de elo com o solo, tendo assim adaptar-se com as irregularidades do próprio corpo com o meio externo.
A farmacêutica Tatiane Cuozzo diz que, “como trabalho de pé o dia inteiro e caminho muito não uso calçado de salto alto. Desde criança prefiro usar calçados mais confortáveis como tênis, chinelos e rasteirinhas, minha postura fica curvada e perco o equilíbrio ao usá-lo”.
Estele Meereis ressalta que, “o tempo ideal para usarmos salto alto sem problema na estrutura corpórea é, a partir da primeira menarca (menstruação), pois antes desse período o corpo ainda está em transformação e o salto pode prejudicar no desenvolvimento”. Com o aprofundamento cada vez maior dos estudos relacionados à biomecânica dos pés e calçados, os fabricantes demonstram preocupação com a qualidade e conforto de seus produtos, os mesmos ainda procuram se aprimorar em pesquisas, visando oferecer maior conforto a seus clientes, afirma a fisioterapeuta.
A verdade originária dos calçados além do conforto, é a proteção dos pés. E a biomecânica ajuda no auxilio da indústria calçadista a produzir calçados mais adequados com as necessidades fisiológicas e biomecânicas da estrutura corporal do individuo.
A vendedora Cenaide Robalo diz que fica de salto alto o dia inteiro, " e me sinto muito bem, nunca tive nenhum problema em relação a minha postura e nem nos meus pés. O engraçado é que sinto dores quando uso tênis e calçados baixos, até já tive uma lesão no tornozelo por estar de tênis”. A fisioterapeuta Estele menciona, "pois quando alguém utiliza o salto alto com uma frequencia muito grande acabam acontecendo retrações nos músculos posteriores da perna, então ao estar sem salto alto esses músculos ficam em uma posição de 'alongamento'. E para acomodar esse alongamento, o individuo faz compensações, geralmente com a pelve e a tíbia (articulação do joelho), assim esse músculo fica mais 'relaxado' devido a essa movimento de aproximar a pelve do joelho. Só que a pelve está ligada diretamente a coluna e acabam aparecendo dores nas costas em relação a manutenção da posição".
Em relação aos movimentos realizados com salto alto, deve-se ter uma posição anatômica onde o calçado deve acomodar o pé, ou seja, manter a articulação do tornozelo próximo a 90° e permitir a plantiflexição e dorsiflexição, acrescentou a fisioterapeuta Estele.
De acordo com a biomecânica a manutenção do equilíbrio corporal funciona como um pêndulo invertido, quando se utiliza o salto alto a base fica diminuída, levando a uma sobrecarga nas articulações a fim de manter o controle postural. E Meereis ainda destaca: “é fundamental saber que o salto alto não deve ser escolhido para o uso diário, posturas em pé por muitas horas, e o ideal é que o salto alto não ultrapasse de três centímetros de altura, pois até essa altura o peso corporal ainda se projeta no retropé, o que é biometicamente favorável”. Portanto, ao comprar um calçado de salto alto é necessário pensar na postura e na saúde dos pés.

Por Denise Rissi

Um grupo de pesquisa que inova

Grupos de Pesquisa compreendem um conjunto de pesquisadores com linhas de pesquisa comuns que se unem para compartilhar experiências. Esses grupos são essenciais tanto para o desenvolvimento da pesquisa, como para a articulação de cursos de graduação e de pós-graduação. Assim, a partir de um encontro da ANPUH – Associação Nacional dos Profissionais de História, pesquisadores que estudavam a área da saúde criaram um GP – Grupo de Pesquisa inovador, e que possui colaboradores de diversas instituições, cidades e estados brasileiros.
Em 2002, foi fundado o prupo de pesquisa Corpo, Saúde e Doença da UFSM, que agrega docentes e acadêmicos da área de ciências humanas, mais especificamente do curso de história. Além desses, professores de outras instituições, como da Unifra, e de outras cidades ou estados, como da UFPel e a UFRJ, também participam do quadro de pesquisadores. Atualmente, o grupo de pesquisa é cadastrado no CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e conta com as professoras Beatriz Teixeira Weber (líder do grupo), Lorena Almeida Gill, Nikelen Acosta Witter e Sandra da Silva Careli como pesquisadoras oficiais junto a cinco acadêmicos do curso de história. Entretanto, outros pesquisadores colaboram com o grupo.
A escolha do tema saúde não é por acaso, segundo Nikelen Witter, o nome do grupo foi pensado de modo que incluísse a medicina e, principalmente, estudos sobre curandeirismo. A pesquisadora iniciou suas pesquisas na área estudando o curanderismo e a relação dele com a medicina do século XIX, estudo esse que deu origem ao livro “Dizem que foi feitiço, as práticas da cura no sul do Brasil (1845-1889)”. Após, Nikelen estudou como as pessoas agiam quando não havia médicos, nem hospitais, traçando esse itinerário para o século XIX. Pesquisas sobre práticas de cura em geral, sobre um ponto de vista histórico, são a temática estudada pelos pesquisadores do grupo. Segundo a líder do grupo, Beatriz Weber, “as diversas práticas de cura articulam o conhecimento e as práticas de cada época, produzindo complexos sistemas sociais para a cura”. Dentre as pesquisas, encontram-se as mais diversificadas práticas populares de cura, como espiritismo, homeopatia, dentre outras.
A pesquisadora Lorena Gill, atualmente tem um estudo de levantamento de profissões em extinção que, ao localizar a profissão do benzedor, se voltou para esse tipo especifico de serviço e, assim, Lorena criou um projeto de história oral, resgatando relatos de atuantes nessa área no século XX na cidade de Pelotas, RS.
Outro estudo do grupo, realizado pela professora Beatriz, chama-se “estratégias homeopáticas: a Liga Homeopática do Rio Grande do Sul nos anos 1940-1950”. A pesquisadora afirma que, hoje em dia, a homeopatia já é considerada uma prática médica, entretanto “a lógica dos discursos compõe-se como reação estratégica à desqualificação da proposta homeopática, ditada pelas condições históricas que permeavam as práticas médicas no decorrer das décadas de 1940 e 1950”, afirma.
Os estudos do grupo são diversificados e amplos, e visam tratar as práticas de cura como atividades que disputam espaço social. Dessa forma, parte do pressuposto que compreender a história médica é fundamental para entender a organização e evolução da cura na sociedade, bem como analisar de que forma epidemias surgem e como essas eram tratadas. Além dessa abordagem, as pesquisas também estão voltadas para as diferentes abordagens dadas ao corpo, à morte, à alimentação, ou seja, “todas as atividades pertinentes as tentativas de manutenção da vida e da saúde dos indivíduos”, como afirma Beatriz.
Foi a partir da amplitude de conhecimentos que essa área de pesquisa propiciou que a professora Nikelen Witter se interessou em estudar, também, a história da alimentação, do vestiário, da leitura, entre outras segmentações, pois, tudo está ligado a práticas humanas relativas à qualidade de vida. Nikelen afirma estuda nessa área toda a parte dietética e, inclusive, o tecido, que em épocas de pestes, era necessário ser mais fechado.
Com mais de sete anos de jornada, o Grupo Corpo, Saúde e Doença já possui um amplo acervo de materiais doados e de pesquisas sobre a temática. Com o passar do tempo, como afirma Beatriz Weber, o desafio é tentar agregar outras áreas. Hoje, por exemplo, a pesquisadora orienta alunos no mestrado voltado à psicologia da saúde da UFSM, e seus alunos ampliam mais as diversidades de pesquisa.

Por Emanuelle Bueno