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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Ensinar ciência para as crianças e os adultos

          O canal "Ciência Hoje das Crianças", mais conhecido como CHC, é uma poderosa ferramenta de ensino e transmissão da ciência para a sociedade. Trata-se de uma webrádio, que veicula por meio de uma página na internet, pequenas gravações de diversos assuntos científicos e históricos. A página oferece as "manchetes", apresentando temas como Cuidando dos dentes, Por dentro das alergias e A história contada pelo DNA, e a reportagem propriamente dita é uma pequena gravação feita em estúdio, sempre com informações de pesquisa e a palavra de um especialista.
          Apesar do canal ser redirecionado ao público infantil, conforme, inclusive, a apresentação da página inicial, as matérias vinculadas e a linguagem utilizada abrangem um público muito maior. A locução utilizada é com termos de fácil compreensão, de modo que os mais leigos tenham entendimento do assunto abordado. Entretanto, algumas gravações, como A democracia no Brasil, podem não ser tão simples ou estarem completamente prontas para a aprendizagem de uma criança, ao exigir um certo conhecimento de mundo, divergindo da realidade do público principal.

Início da página da Rádio CHC na web / Imagem: Captura de tela
          Na página inicial, 63 diferentes temas são abordados, entre robótica, animais, dinossauros, matemática, biologia, etc... Por serem matérias estritamente sonoras, isso exige uma concentração maior, diferente da televisão, por exemplo, pois o internauta/ouvinte utiliza um sentido a menos, apenas o da audição. Quando a informação não é clara, seja pela exatidão da locução ou pela difícil compreensão de termos e conceitos, fica mais difícil dessa pessoa, seja criança ou adulto, entender a mensagem e identificar o aprendizado. Por isso, cresce de importância o trabalho de produção da notícia para que ela fique da forma mais simples possível, o que a CHC faz, em geral, com muita "felicidade".
          Contudo, na contramão da dificuldade de compreensão,  também aparece um fator positivo, típico e único do rádio, que é a utilização da imaginação. Quando não se tem a certeza de algo, é atividade natural do ser humano tentar adivinhar para esclarecimento dos fatos. Assim, despertado pela curiosidade e envolvido pela intimidade que o rádio proporciona, o homem - e principalmente a criança - consegue viajar em um mundo que por vezes uma tela de TV ou página de internet não consegue nos apresentar, criando sua própria imagem.
          A CHC consegue explorar as "magias" do rádio em sua forma de produção, como exposto, sem ser especificamente para crianças, apesar de a elas se dedicar inicialmente. Assim, fideliza os mais diversos públicos com um conteúdo simples, mas envolvente. Além disso, conquista as crianças pelo colorido dos personagens e artifícios secundários, como um segmento de jogos disponível na página. Daí, já entrando em outra "sacada" da CHC que é a conversão midiática, unindo duas mídias diferentes (rádio e web) de maneira que ambas se complementem para obter um melhor resultado. Seja pelos fazeres simples e envolventes do rádio, bem como a interatividade e abrangência da web, que dá vida a tal sintonia, que não circula nas tradicionais ondas AM/FM.
          Assim, com uma fórmula simples mas eficiente, consegue um belo resultado, com gravações curtas, não passando de 10 min, mas diretas. Quando não abrange a um determinado indivíduo, pela complexidade do assunto, ainda lhe restam outros inúmeros temas, vídeos, imagens, jogos e muita imaginação.

Por Ezekiel Dall'Bello

Uma análise do programa "Nas fronteiras da ciência"


Já em seu cartaz, o programa sugere
descontração, como em uma roda de chimarrão.
O programa Fronteiras da Ciência é uma iniciativa de três professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cujo objetivo é a disseminação da ciência. Utilizando o formato de rádio, as discussões são coordenadas Jeferson Arenzon e Marco Aurélio Pires Idiart, do Departamento de Física, e Jorge Qullfeldt, do Departamento de Biofísica. A proposta é, através de uma atmosfera descontraída - "como numa roda de mate", destacam em seu site - os cientistas conversam sobre assuntos do momento, preenchendo as lacunas deixadas pelo ensino formal e a desinformação da mídia. 
A duração do Fronteiras da Ciência é de aproximadamente 30 minutos. A periodicidade do Fronteiras da ciência é semanal, sendo veiculado pela Rádio da Universidade AM (1080KHz) às 13 horas e 30 minutos de segunda-feira. Os programas também podem ser ouvidos diretamente no site (http://ufrgs.br/frontdaciencia) e estão disponíveis para download. Além destas formas, o programa é transmitido pelas rádios Cultura FM (102.9), da cidade de Amparo - SP, e Morabeza (90.7), de Cabo Verde - MG. 
O Fronteiras da Ciência está no ar desde 2010. Atualmente em sua quinta temporada, existem 188 programas disponíveis no site. A cada edição, o mediador propõe um tema, que é discutido com seus convidados, especialistas na área proposta. Em uma observação ao arquivo, não se percebe qualquer preferência temática, assim como não parecem haver assuntos tabu. Para o presente trabalho, foram analisados os programas 187, 188 e 189, disponibilizados nos dias 27 de outubro, 3 e 10 de novembro, respectivamente. 
No programa número 187, "A Bioquímica como ela é", o apresentador entrevista os responsáveis pela revista de divulgação científica A Bioquímica como ela é. A conversa inicia com a observação de que, a área da Bioquímica sofre um estigma de ser um campo difícil. Entretanto, uma das entrevistadas logo salienta que tudo na vida é permeado por reações bioquímicas. Rapidamente, a conversa entre locutor e convidados passa a ser sobre divulgação científica, objetivo tanto do programa de rádio, quanto da revista citada. Uma das questões destacadas é que os cientistas são, de certa forma, treinados para falarem aos seus pares, e não para leigos. Entretanto, foi explicado que a ciência necessita da divulgação para que ela própria tenha continuidade, além de melhorar a vida das pessoas, com uma melhor compreensão do mundo. 

Os programas estão disponíveis em site próprio e podem ser ouvidos online ou baixados.
A edição número 188, "Dinossauros com penas!", trata das descobertas paleontológicas que modificaram a compreensão de como seria a aparência dos répteis pré-históricos. Neste programa, os convidados explicam que descobertas feitas desde o fim da década de 1990 mostram que, antes de sua extinção, muitos dinossauros haviam desenvolvido penas cujas funções iam desde a regulação térmica até a camuflagem. Os cientistas explicaram que, apesar de faltar um "elo" entre dinossauros e aves, é clara a indicação de que eles pertencem a uma mesma linhagem evolutiva. Com este gancho, a discussão ainda segue pelo caminho da defesa do evolucionismo, antes do final do programa. 
A edição 189, "Eyenetra - de olho no celular", faz parte de uma série feita com pesquisadores brasileiros em Boston, nos Estados Unidos. Neste programa, o locutor conversa com um pesquisador que desenvolveu um aparelho, chamado Eyenetra, cuja função é medir problemas de visão. O diferencial da invenção é ser usada como um acessório para celular e ter um custo baixo, apesar de estar em fase experimental. Além de diversas explicações sobre os problemas detectados pelo aparelho, é discutida o trabalho do profissional de medicina na leitura dos dados obtidos em exames, explicando que nenhuma máquina substitui o diagnóstico humano. 
Paciente usando o equipamento Eyenetra em Hyderabad, India.
(Foto: divulgação)
O primeiro aspecto que se percebe, ao analisar o programa Fronteiras da Ciência, é sua baixa qualidade técnica. Como o programa não possui uma trilha sonora de fundo, os cortes, feitos pela edição, são muito perceptíveis. Contudo, a linguagem coloquial, que cria uma atmosfera de conversa entre amigos, "convida" o ouvinte a esquecer os problemas técnicos e prestar atenção no que é dito. Pode-se afirmar com relativa certeza que o programa não trabalha com um roteiro rígido, uma vez que o assunto flui na direção em que a conversa entre locutor e entrevistados se desenrola. Um problema, decorrente desta fluidez, é que alguns conceitos citados acabam por ficarem mal explicados, ou mesmo sem explicação. Entretanto, isso não aconteceu com frequência nos três programas analisados. 

Quanto ao conteúdo, pode-se afirmar que a proposta do Fronteiras da Ciência é atingida com sucesso. Através da simplicidade da forma como se falam dos temas, a compreensão torna-se bastante facilitada e instigante. Além do tema proposto, os programas explicitam uma série de conceitos adjacentes, além de sempre manterem o vínculo entre a academia e a realidade. Em suma, o Fronteiras da Ciência cumpre sua proposta de discutir os limites entre o que é ciência e o que é mito, estabelecida já na vinheta de abertura, de um modo que não é necessário ser um especialista para entender do que se fala.

Por Guilherme Benaduce

A Unicamp e a Ciência na Web Rádio


 http://www.rtv.unicamp.br/?audio_cat=panorama-ciencia  
A Universidade de Campinas é responsável por 12% da ciência que é desenvolvida no Brasil, e tem o maior número de patentes entre as Universidades Brasileiras, tendo também em seus índices o maior número de artigos por pesquisador do Brasil com repercussão nas principais publicações científicas internacionais.
Ainda voltada a área da ciência a Unicamp investe também em projetos de rádio e TV. Um desses projetos era o Panorama Ciência que foi produzido até o final de 2013,tendo mais de trinta edições veiculadas na Web Rádio da instituição.
O programa abordava temas diversificados  como o aumento da população, novos estudos relacionados ao câncer, fonoaudiologia, pesquisas em DST,e  também dedicava edições sobre datas importantes e comemorações ligadas aos cursos da instituição. E existia uma boa interação entre  o jornalista mediador do programa Jeverson Barbieri e os professores, cientistas e pesquisadores da instituição que participam do Panorama Ciência.
O programa vinculado na Web Rádio Unicamp tinha duração entre 50 e 52 minutos e ia ao ar na segunda-feira das 14:00 as 15:00 horas e das 22:00 as 23: 00 horas, nas segundas os programas eram inéditos e nas quinta-feira das 14:00 as 15:00 horas e das 22:00 as 23:00 eram reprisados
 De acordo com o apresentador Jeverson Barbieri, o programa Panorama Ciência não é mais produzido pela Web Rádio Unicamp desde o final de 2013, assim como alguns outros programas da grade. Eles passaram a pertencer à linha Conexão e hoje a Unicamp mantém o Conexão Ciência. O novo projeto Conexão Ciência, segue praticamente os mesmos moldes do antigo programa semanal, e Jeverson Barbieri também segue como apresentador. 
"Atualmente não temos mais programas dentro da grade. Pelo conceito de Web Rádio o ouvinte tem que ficar livre para ouvir a programação a hora que quiser, portanto os programas ficam separados em categorias para serem ouvidos a qualquer hora e a rádio toca música selecionada 24 horas por dia.
Retrato das atividades produzidas por pesquisadores e profissionais de Unicamp e seus impactos na sociedade, o acervo do programa continua on line e a entrevista realizada com Jeverson Barbieri resgata parte dessa história e do debate em torno da ciência.
Jeverson Barbieri . Foto: arquivo pessoal


NC - Como surgiu a  iniciativa de colocar em prática um programa que fala de ciência? 
JB:   Pelo fato de que a universidade produz muita ciência e a sociedade, que contribui substancialmente com os impostos arrecadados, não tem conhecimento dessa ciência que é produzida pela academia. 

 NC - Como o programa tem sido recebido pelos ouvintes? Quais são as críticas? 
JB: O retorno sempre é bastante positivo, lembrando que a audiência ainda é pequena porque as pessoas não se interessam por ciência. 
  
NC - De que forma a Unicamp tem incentivado a divulgação da Ciência?
JB:  A Unicamp nos fornece as fontes, as expertises (palavra de origem francesa que significa experiênciaespecializaçãoperícia), portanto, essa é a melhor contribuição que pode nos dar. 

NC - Como é o seu relacionamento com pesquisadores, cientistas e professores? JB:   Não tenho do que reclamar com relação à relação com os cientistas e pesquisadores. Além de ter formação em jornalismo científico, trabalho há quase 37 anos nessa Universidade, portanto conheço bastante bem a linguagem. Isso facilita sobremaneira essa relação. 

NC - Existe uma dificuldade em se fazer com que professores, pesquisadores e cientistas consigam dialogar de forma simples, com uma linguagem que possa ser entendida por todos? 
JB:Já foi esse tempo. Hoje, com calma, conseguimos extrair deles todas as explicações necessárias. Óbvio que algo sempre passa, erros acontecem. Mas no geral, conseguimos atingir os objetivos de esclarecer o ouvinte. 

NC - Por que investir em Web Rádio? É uma plataforma que traz resultados? 
JB:  Não temos preocupações comerciais. Investir em Web Rádio é muito mais viável financeiramente. Além do que, falamos para o mundo todo. A meta agora é termos um aplicativo. O mundo está nos celulares e nos tablets. A comunicação se dará de maneira muito forte dentro em breve. 

NC -Na sua opinião, como está o mercado do jornalismo científico hoje no Brasil? Há espaço para este gênero nos meios de comunicação atuais? 
JB:  As pessoas não tem a percepção de que se faz jornalismo científico o tempo todo. Seja quando estamos falando de um novo fármaco, de um novo produto químico, de novas tecnologias, enfim, a ciência está presente o tempo todo no jornalismo. Não creio em novos espaços na mídia tradicional, a não ser por espaços comprados. Creio fortemente na utilização da internet como ferramenta de difusão do jornalismo de ciência.
NC - A Universidade de Campinas é responsável por 12% da ciência que é desenvolvida no Brasil, e tem o maior número de patentes entre as Universidades Brasileiras, tendo também em seus índices o maior número de artigos por pesquisador do Brasil com repercussão nas principais publicações científicas internacionais. É mais fácil fazer Jornalismo Científico em uma Universidade que apoia tanto a ciência? 
JB: Seguramente é mais fácil. A Unicamp reúne um número muito grande de profissionais capacitados que se tornam importantes fontes jornalísticas. Então não temos que correr atrás de fontes. No entanto, com uma híbrida ou até mesmo pelo computador via Skype, é possível fazer boas matérias à distância.
NC - Para encerrar, por que o conflito e as adversidades entre jornalistas e pesquisadores (cientista) parecem não ter fim? 
JB: Na minha opinião, jornalismo de ciência, que reúne características próprias, exigindo uma apuração mais detalhada por parte do jornalista, não deve fazer parte do jornalismo diário. Os erros acontecem nesse momento, quando muitas vezes o jornalista coloca palavras na boca do entrevistado que, por sua vez, não soube se expressar.
A iniciativa do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp, em criar um curso de especialização em jornalismo científico há 20 anos, integrando em suas turmas jornalistas e cientistas, minimizou muito esses conflitos. Cientistas entendem a importância de se comunicar através de uma linguagem mais próxima do público leigo e jornalistas entendem que pesquisa não se faz do dia para a noite e é preciso muito cuidado na divulgação. Isso aproxima as partes que passam a trabalhar em equipe.

Por Armando Agostini

terça-feira, 4 de novembro de 2014

“Se toca: porque nem só o outubro é rosa”

Crédito: Pedro Lenz Piegas


Na quarta-feira, dia 29/10, ocorreu no prédio 16 do Centro Universitário Franciscano, um diálogo sobre o câncer de mama e o papel da mulher no atual contexto social. A roda de conversa teve como nome o lema “Se toca: porque nem só o outubro é rosa”. A referência não é por acaso, já que nesse período ocorre o movimento internacional conhecido como Outubro Rosa, que faz alusão ao laço cor de rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama.

Estiverem presentes nessa roda a psicóloga da AAPECAN (Associação de Apoio à pessoas com Câncer) Maria Luiza Schreiner; a professora Letícia Frigo, mestre em fisioterapia na Saúde da Mulher; as voluntárias Juraci e Nélida; e a professora Maria Furlan, que integra a Liga do Câncer de São Vicente do Sul.

Antes do diálogo foi apresentada uma performance artística realizada pela estudante de teatro da UFSM, Maura Oliveira. A estudante, que também é acadêmica de psicologia na Unifra, integra o grupo Psicoarte e, por meio da sua performance artística, indagou aos presentes na atividade questões como “o que é ser mulher”, “qual o papel da mulher”, “o que é ser mãe”, entre outros temas pertinentes.

Crédito: Pedro Lenz Piegas
A conversa foi bem descontraída e contou com perguntas feitas por alguns integrantes do público presente. Além disso, as voluntárias Juraci e Nélida, visivelmente emocionadas, mas também sem esconderem o bom humor, falaram como fazem para superarem as adversidades ocasionadas pelo câncer.
Nesse aspecto, a psicóloga Maria Luíza ressaltou:
“A vontade de viver é essencial para as mulheres superarem as dificuldades. O apoio e a compreensão da família também”.

Entre os diálogos expostos, foram discutidos, além do Outubro Rosa, alguns temas como  a necessidade de se ampliar o debate sobre saúde da mulher, acesso ao atendimento, autonomia do usuário, auto-estima, padrões de beleza exagerados e o gênero feminino.

Para finalizar a conversa, Maria Luíza destacou que a questão feminina é uma pauta importante e bastante abrangente.
“Se o Outubro é Rosa, o resto do ano deve ser colorido”, completou a psicóloga.


O fazer ciência na academia

A jornada científica do curso de Jornalismo da Unifra é um evento no qual os alunos apresentam suas pesquisam científicas de final de curso, o conhecido Trabalho Final de Graduação.  Na noite de 30 de outubro, a temática principal de uma das salas de apresentações foi o jornalismo esportivo a partir de diferentes vieses.
O acadêmico Rodrigo Lorenzi pesquisa sobre como o site Globoesporte.com faz o tratamento de suas publicações sobre a cobertura da violência no esporte. Ele busca identificar os valores notícia desse portal esportivo. Para isso, conta que desenvolverá uma análise de conteúdo de notícias publicadas nesse site de agosto de 2014 a maio de 2015. A estudante Maiara Cristine Strassburger também estuda o futebol, porém ela investiga as relações entre a narrativa do programa Futebol da Gaúcha  com a participação do ouvinte a partir dos comentários na página do facebook do programa.
Considerações sobre o trabalho de MMA no rádio.
Crédito: Franciele Farias

Das análises de conteúdo de futebol para o espaço destinado ao MMA no rádio. A acadêmica Franciele Marques pesquisa as rotinas produtivas de dois programas radiofônicos de MMA, Trocação Pura e Atlântida no Mundo das Lutas. “Farei uma comparação entre as rotinas, já que um programa é apresentado e produzido por um jornalista e o outro por um comentarista”, comenta a estudante que identificar se há ou não diferença no tratamento jornalístico dos programas. Quem também se interessa por rotinas produtivas é o acadêmico Tiago Vieira dos Santos, que fará um estudo de caso do programa Notícia na Hora Certa do Gaúcha Hoje Santa Maria..
As atividades de apresentação duraram dois dias, mas as pesquisas continuam. Para os trabalhos dessa noite, ainda há um semestre de análises, leitura, entrevistas para que se possa escrever as considerações. Pesquisar é continuar a fazer questionamentos e buscar conhecimento.

Luana Iensen Gonçalves




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Após um tempo de deslumbramento pessoal, a era da tecnologia tem ganhado adeptos que utilizam as redes sociais para além do bate-papo. É o caso de professores e projetos de ensino e pesquisa que têm utilizado as redes para socializar a ciência.
Atividades interdisciplinares do PIBID Filosofia.
Fonte: arquivo pessoal.
Professora Maribel e aluna do Ensino Médio em
atividade extracurricular. Fonte: arquivo pessoal.

Em uma entrevista coletiva para o curso de Jornalismo da Unifra, a professora Najara Ferrari alertou que ainda temos poucas iniciativas de popularização de ciência. E as que existem, em geral, são transmitidas pela televisão, rádio e principalmente materiais impressos. Diante disso, uma alternativa é usufruir do poder de alcance da internet para a popularização da ciência.
Para um trabalho diferenciado nas escolas, Najara acredita que a atividade interdisciplinar é atraente e envolve os alunos, já que, nesse caso, procura-se por temas que abordem as vivências dos alunos. A professora, que também é coordenadora do PIBID (Programa Institucional de Iniciação à Docência) na Unifra, afirma que este é uma iniciativa que visa a propor atividades diferenciadas nas escolas públicas, já que são acadêmicos de licenciatura que planejam as atividades a partir da interação professor da escola e da academia; vê essa ideia como uma forma de desmitificar a ciência e mostrar que o mundo acadêmico quer se aproximar da realidade.
Na Unifra, o PIBID é desenvolvido pelos cursos de licenciatura, e para Gabriela Marzari, professora coordenadora do PIBID Letras Inglês, as redes são “um meio importante e eficiente de popularização da ciência”. Ela comenta que os acadêmicos são motivados a compartilhar, no perfil do PIBID Inglês, as atividades realizadas nas escolas, assim como seus objetivos. Ainda, “os trabalhos acadêmicos apresentados pelos integrantes do subprojeto são postados no grupo”, para que acontece uma troca de conhecimento entre outros projetos e a quem seguir a página na rede social. O PIBID filosofia também usufrui desse compartilhamento, usando-o “como um meio de socialização e divulgação do conhecimento”, relata o professor Diego Zanella, coordenador do subprojeto de filosofia.
No diferentes níveis de ensino, o estudo de ciência, não apenas no sentido de experiências físicas ou químicas, mas também de produção de conhecimento em geral, pode ser explorado e evidenciado na rede, já que é um meio amplo de comunicação, atingindo um número significativo de pessoas. E como mostram pesquisas, “mais de 680 mil atualizações de status por minuto são compartilhadas pelo facebook. Em um segundo, o YouTube recebe uma nova hora de vídeo e o Twitter, 4 mil novos tweets”.
Diante desse contexto e por trabalhar com um público jovem, Ricardo Costa, professor de cursinho, avalia com um bom potencial a página do facebook para a divulgação das atividades do Cursinho, sejam aulões, projetos, passeatas, tudo que é organizado colaborativamente entre professores e alunos. Já que o Alternativa Pré-vestibular, além da preparação para o vestibular, tem um foco para uma educação cidadão, de modo que o aluno faça parte da construção de conhecimento e tomada de decisões. “Acho que também é muito válido como registro das atividades. De certa forma, nosso histórico está ali, salvo”. Os alunos agradecem e começam a perceber o além da diversão que as redes oportunizam, “quem sabe usufruir para pesquisas e procurar mais informações trás uma nova utilização no meio virtual”, acrescenta a pré-vestibulanda, Edileuza Pinto 19 anos.
No colégio, a alternativa também ajuda, principalmente entre os alunos de ensino médio, que gostam de estar conectados. A professora de ensino médio, Maribel Dal Bem, possui um grupo fechado por ano com os seus alunos no qual ela posta recados, trabalhos, atividades, dicas, fotos das atividades. “Além disso, posto em meu Face também o que considero relevante do trabalho realizado”, comenta. Ela afirma que a escola não critica o uso de celulares e internet, desde que aproveitados como recursos de aprendizagem. “Vejo as redes sociais como uma forma de diálogo indispensável hoje, pois permite o planejamento a distância e o diálogo permanente entre o aluno e o professor, auxiliando a qualificar a prática pedagógica”, enfatiza.
Todos os dias mais pessoas se conectam e começam a fazer parte do mundo virtual. Usufruir dessas facilidades cotidianas para compartilhar conhecimento é uma alternativa a mais de inserir os alunos ao aprendizado e popularizar a ciência. Até por que há muito mais ciência no nosso dia a dia do que os estudantes imaginam, e trocar experiências online é um modo de construir aprendizagens.



Luana Iensen