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terça-feira, 17 de novembro de 2009

O peso da informação científica

O acesso a informação científica difere do acesso à informação de assuntos do cotidiano que já são de domínio do público. Para a divulgação da ciência existem revistas especializadas, abastecidas por pesquisadores ou fontes especializadas. Mesmo com a busca de aperfeiçoamento como o reforço das informações por comitês científicos independentes, para evitar a publicação de inverdades emitidas por uma determinada fonte, as revistas científicas passaram a abastecer outros meios de comunicação e deixaram de ser leitura exclusiva dos pesquisadores.

Com a abertura a formadores de opinião, empresas e entidades científicas, as publicações se igualaram à grande mídia, no que diz respeito à disputa por espaço. A grande mídia e seu sistema, frequentemente movido por princípios comerciais, acaba abrindo espaços para assuntos que não são do interesse do público. Se esta mesma lógica for adotada pelos meios de comunicação especializados, as revistas correm o risco de granatir a hegemonia de pesquisas melhor subsidiadas e o fechamento do espaço para o debate mais amplo dos trabalhos.

Como a grande mídia se baseia nas revistas científicas para a confecção do noticiário da ciência, este estreitamento das pautas vai mais além. O discurso usado, que geralmente vem enfeitado com hipérboles e metáforas, se estende para a imprensa que informa o público leigo e impede a divulgação séria, que chega, bruta, às revistas científicas.

Acontece que uma reflexão acerca da mídia precisa ser feita para reformular o processamento de informações. Afinal, descobertas e avanços científicos precisam da objetividade buscada pelo jornalismo, aliada à credibilidade que deve ter a divulgação científica.


Camila Gonçalves

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