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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ciência e midiatização em debate

Desde a manhã de ontem, dia 30, acontece na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Unisinos, RS, o seminário sobre a midiatização da ciência. O evento organizado pelo programa de pós-graduação em comunicação reúne jornalistas, editores, docentes e cientistas na discussão sobre os processos que atingem a ciência , sua produção e divulgação na atualidade.


Da redação

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Desastre climático é desvendado um ano depois

O tsunami que ocorreu em Samoa no ano passado foi desvendado por inteiro há poucos dias. Segundo informações oficiais à época, apenas um terremoto teria desencadeado a onda gigante. Porém, foi constatado pela Universidade norte-americana de Utah, e publicado na revista Nature que foram três terremotos os responsáveis pelo desastre climático. Os cientistas decidiram investigar o fenômeno porque encontraram inconsistências sismográficas.
Eles levaram meses para descobrir o que estava errado, mas conseguiram chegar a essa conclusão que ajudou a entender o fenômeno que aconteceu em Samoa. "Simplesmente não conseguimos entender como um terremoto poderia produzir tais leituras. Sabíamos que havia algo de estranho, mas levamos meses para descobrir o que era", disse o cientista da universidade norte-americana de Utah, Keith Koper.
O desastre climático levou 192 pessoas à morte em setembro de 2009.

Pedro Pavan

Fronteiras da ciência

Diversas áreas de estudo discutirão a partir do dia 27 de agosto no evento UK-Brazil Frontiers of Science Symposium, questões referentes a fronteiras do conhecimento. O programa Fronteiras da Ciência ocorre em diversos países e tem o objetivo de estimular a reflexão sobre os novos rumos de seus campos de atuação. O evento no Brasil é organizado pela Royal Society e pela Fapesp, em parceria com British Council, Academia Brasileira de Ciências, Academia Chilena de Ciências e Cooperação Reino Unido-Brasil em Ciência e Inovação. A realização do simpósio no Brasil é bastante expressiva, pois em 2010 A Royal Society completa 350 anos e mostra a importância conquistada pelo país no contexto internacional da ciência.
O simpósio vai reunir pesquisadores com menos de 20 anos de doutorado, mas reconhecidos academicamente. As palestras serão transmitidas ao vivo e pela internet, e podem ser a solução para quem não foi convidado. Os temas desse ano são: biocombustíveis, plasticidade cerebral, sistema da terra profunda, modelagem matemática de populações e doenças, formação e evolução do planeta, mudança climática e desenvolvimento de plantas, emaranhamento quântico, regulação de metabolismo energético e jornalismo científico. Para a escolha do tema foi convocada uma reunião presencial em Londres.
Ao todo, serão 70 participantes: 35 brasileiros e 35 britânicos. Os títulos das nove sessões de debates são: Biofuels: new developments, challenges and limitations, Brain plasticity, Deep Earth system, Mathematical modelling of populations and disease, Planet formation and evolution, Plant development and climate change, Quantum entanglement, Regulation of energy metabolism e Science Journalism and Public Perception on Science.

Mais informações: www.fapesp.br/frontiersofscience

Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/index2.jsp?id=2166

Henrison Dressler

Financiamento em redes de pesquisas de agrobiodiversidade e sustentabilidade agropecuária

A chamada conjunta de agências de fomento irá financiar bolsas, custeios e capital em redes de pesquisas em agrobiodiversidade e sustentabilidade agropecuária. O investimento será de 51,7 milhões de reais. A notícia foi divulgada pela assessoria do CNPq e publicada hoje pelo Jornal da Ciência.
A chamada tem como objetivo apoiar a formação e o fortalecimento dessas redes de pesquisa. Entre as propostas estão: abordar ameaças e oportunidades para o avanço da sustentabilidade, como estímulo à revitalização do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária e geração de bases de dados e informações para contribuição na incorporação crítica e sistemática da sustentabilidade.
As propostas apoiadas terão o prazo máximo de execução em 36 meses. O proponente deverá ter título de doutor, currículo cadastrado no Lattes e ter vínculo celestista .
O edital foi lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) juntamente com 18 fundações de amparo à pesquisas estaduais. As propostas devem ser encaminhas até o dia 30 de setembro ao CNPq. O edital está disponível na plataforma http://www.cnpq.br/editais/ct/2010/022.htm

Gabriela Fogliarini

Novo tratamento para pacientes que perderam a visão devido a lesões na córnea

O Instituto Butantan acaba de desenvolver um novo tratamento para pacientes que perderam a visão devido a lesões na córnea. A técnica utiliza células-tronco retiradas da polpa de dentes de leite e, a partir de setembro, começam a ser testadas em humanos.
Só podem realizar o procedimento, pacientes que apresentam problemas no mecanismo de ação das células límbicas, situadas ao redor das córneas e responsáveis pela regeneração. Nesses casos, essas células perdem a capacidade de reconstruir a superfície do tecido.
As células retiradas da polpa do dente de leite são incorporadas ao tecido ocular do paciente e recobertas por uma espécie de lente feita de um material semelhante à placenta. A partir daí elas se adaptam a esse tecido e passam a atuar como células límbicas, reconstruindo a córnea degradada e devolvendo a visão ao paciente.
Esta informação foi retirada do Jornal da Ciência, do dia 20.08.2010
Daniel Bueno

Como pode?

A Lua está encolhendo! É o que diz o Jornal da Ciência com base em imagens feitas pela Nasa e divulgadas hoje. O frio excessivo e o tectonismo, são as principais causas do maior satélite natural, ter perdido 100 metros de circunferência. As imagens relatadas no JC foram divulgadas pela revista Science.
A causa do resfriamento da temperatura da lua é a idade atingida por ela com o passar dos anos. O JC explica que, seu interior mais frio, ocasionou o surgimento de escapas em sua superfície. A equipe do pesquisador do Museu Nacional do Ar e do Espaço, Thomas Watters, afirma que o esfriamento da lua não é um processo recente. Segundo eles, o fenômeno seria resultado de atividades tectônicas no satélite.
De acordo com o JC, não há motivos para temer o desaparecimento da lua. Além disso, as diferenças provocadas no tamanho do satélite, possivelmente, não causem nem um efeito para o Planeta Terra.


Andressa Oliveira

Lançado edital de apoio ao Ano Internacional da Química

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou um edital de apoio ao Ano Internacional da Química. O objetivo é fomentar projetos de popularização da química por meio de projetos que promovam a divulgação científica e a melhoria da qualidade de educação em química. Algumas propostas serão aceitas, como: laboração, desenvolvimento, produção de materiais destinados a atividades de divulgação científica e tecnológica em química; promoção de eventos, cursos, oficinas, etc
A data limite para submissão das propostas é de 5 de outubro e serão financiadas com recursos em R$ 2 milhões aproximadamente.
Os possíveis proponentes devem ser professores ou especialistas com formação superior na área de química ou afins, ter currículo cadastrado na plataforma Lattes e possuir vínculo formal com a instituição de execução do projeto.
ver mais informações em http://www.jornaldaciencia.org.br/

Verônica Barbosa

Novos horizontes para a leitura digitalizada

Em entrevista a revista Ciência Hoje, o historiador Robert Darnton esclarece as novas tecnologias da leitura. Segundo ele, a vida das pessoas é diretamente afetada pela leitura, e nos dias de hoje vem aliada a internet.
Darnton é professor e diretor da biblioteca da universidade de harvard, e intermedia as negociações entre a empresa Google e a criação de uma nova face, Google Book Search. O projeto, se aceito pela justiça dos Estados Unidos deverá digitalizar, e depois disponibilizar milhões de livros no mercado da internet.

Andressa Sarturi

Descoberta mancha submarina no Golfo do México

O temor dos cientistas que acompanham o vazamento de petróleo no Golfo do México foi confirmado. Além da imensa mancha na superfície oceânica, o combustível formou uma espécie de "nuvem" submarina.
Segundo os pesquisadores do Instituto Oceanográfico Woods Hole (EUA), o robô que nadou até o local contaminado constatou que as dimensões da massa petrolífera são maiores do que o esperado. O pesquisador que comandou o estudo, Richard Camilli, considerou a descoberta como significativa e surpreendente, dada a gravidade da situação.
Ainda não é possível avaliar a proporção dos danos causados pela mancha submarina. Sabe-se, porém, que a nuvem pode fazer com que a mancha superficial continue se espalhando.

A informação foi dada pelo jornal Folha de São Paulo, no dia 20/08/10.

Giulianno Olivar

Debate ambiental entre Brasil e Suíça está marcado para o próximo dia 27

Segundo o site Jornal da Ciência de hoje o Simpósio Brasil/Suíça - "Desafios das Cidades Metrópoles no Século XXI" acontecerá no dia 27 de agosto na cidade do Rio de Janeiro.
O encontro tem como objetivo trocar experiências e conhecimentos entre profissionais suíços e latino-americanos. Com o desenvolvimento e crescimento das cidades metrópole dos dois países, o momento requer uma concentração maior com o social e ambiental.
O grande desafio é quando alguma cidade recebe a tarefa de sediar eventos de grande porte mundial. A preocupação maior deverá ser do Brasil, já que este será palco do espetáculo da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.
Na programação está prevista a participação, além de especialistas brasileiros e suíços, de profissionais do Chile e México.
Para mais informações sobre inscrições para o Simpósio Brasil/Suíça - "Desafios das Cidades Metrópoles no Século XXI", acesse o link: secretaria@iabrj.org.br

Larissa Sarturi

UFRJ define seu sistema de cotas

Em reunião realizada na última quinta feira(19/08), a UFRJ definiu a porcentagem que será estabelecida em seu sistema de cotas.
Ficou definido que 20 % dos alunos provenientes de escola pública serão beneficiados, o que representa o dobro do que fora discutido antes.Sendo assim, as vagas para o ano que vem ficaram divididas da seguinte maneira: 40% serão destinadas ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação (MEC), que utiliza o Enem como fase única; 40% ficarão com o vestibular tradicional da instituição, composto de provas discursivas; e 20%, com o sistema de cotas.Embora tenha sido considerada um avanço, a medida não incorporou cotas para negros e índios, como defendiam estudantes e servidores daUFRJ.

Lucian Ceolin

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Opinião: polêmica e medo desnecessários

Hoje, o questionamento principal é: como informar bem a população, se nem os próprios especialistas e as organizações responsáveis não sabem ou dão equivocadamente um diagnóstico? No caso da Gripe A H1N1, caberia à OMS e aos especialistas da saúde estudarem bem os casos enquanto estavam em estágio inicial para evitar qualquer parecer precipitado. E caberia também à mídia, não alardear a informação antecipadamente, para que, antes de qualquer alarme e pânico mundial, pudesse já se ter uma explicação científica. A repercussão que a mídia alcança também afeta os estudos e os testes, pois pressiona os órgãos competentes a terem uma explicação rápida, o que sem maiores dados gera equívoco e caos no mundo.
Ao recorrer do parecer dado no ano 2009, que indicava como pandemia a Gripe A H1N1, a OMS se mostra ineficaz em suas pesquisas e conclusões no que diz respeito ao seu papel: saúde pública mundial.
A mim fica claro que a mídia, mesmo com seus prós e contras, é único meio que pode ao mesmo tempo informar e explicar à população quais as diretrizes a serem seguidas nesses casos, e também levar aos responsáveis como a OMS, as reivindicações da população.
A polêmica e o medo que se instaurou no mundo inteiro durante o período crítico da Gripe A, levaram ao uso de máscaras, álcool gel em escolas e lugares públicos, compra ilegal do medicamento Tamiflu, fechamento de fronteiras, cancelamento de vôos e precauções desmedidas em torno de uma doença que era tratada como ameaçadora e exterminadora.
O que coube aos jornalistas naquele estágio do problema foi feito. Ou seja, repassar indicações da OMS quanto a possíveis prevenções da doença e, mais tarde, quando veio a vacina, noticiar como ela seria aplicada.
Se houve erro no diagnóstico da epidemia, o mesmo papel foi cumprido: noticiar, informar.
No momento em que veio á furo a existência de um novo vírus, o que poderia ser feito era recorrer a OMS, ao Ministério e as Secretarias de Saúde a fim de um parecer dos órgãos responsáveis. O que acabou acontecendo, foi que nem estes sabiam do que se tratava. Os jornalistas informaram o que lhes foi repassado.
Creio que não é ao nosso papel desconfiar da OMS, que é o órgão supremo em saúde, e que rege todos os países dentro de uma norma mundial. Se todas as organizações de saúde no mundo seguem essas regras, ousaria qualquer mídia usar outro diagnóstico? Como exemplo, a opinião baseada na entrevista da médica espanhola Tereza Forcades, que mostra dados científicos de que a gripe A H1N1 matou menos que a gripe comum mata todos os anos.

Carolina Brum

Surto de desinformação causa erro global

No dia 10 de agosto deste ano a Organização Mundial de saúde (OMS) anunciou o fim da pandemia da Influenza H1N1, conhecida popularmente como gripe suína. Ao invés de causar alívio esta informação trouxe à tona inúmeras questões sobre a veracidade deste surto pandêmico. Alguns especialistas na área da saúde questionam se OMS errou ou cedeu a interesses econômicos dos laboratórios que produzem a vacina, e afirmam que não houve pandemia.
A médica espanhola Tereza Forcades, especialista em medicina interna e doutora em saúde pública, tomou frente nesta busca pela verdade e apresentou dados científicos que relatam que o mundo não estava em pandemia. Segundo a médica, e próprio manual da OMS, para ser pandemia a gripe deveria apresentar um novo subtipo nunca circulado entre os humanos. Já neste quesito já se pode verificar falha evidente: as epidemias de gripe nos anos de 1918 e 1977 eram do tipo A/H1N1, dado que pode ser corroborado pelo fato de pessoas acima dos 66 anos serem imunes a doença.
Outro fator que chama a atenção é o número de mortes. Desde o início da gripe, em setembro de 2009 ,os óbitos foram de 137 na Europa e 3.559 no restante do mundo, porém a gripe sazonal mata anualmente entre 40.000 a 220.000 pessoas. Tereza Forcades acredita que tudo isso se deu devido a interesses econômicos dos laboratórios e a dependência das nações em relação a este tipo de mercado.
E a imprensa? A rapidez da informação não leva mais à apuração minuciosa? Sabe-se que o evento gripe H1N1 vendeu sim, publicações de forma pandêmica. E não teria como ser diferente: o mundo estava em pânico. Diariamente um novo óbito estampava a capa de um jornal, a televisão mostrava as precauções que a população deveria tomar e as revistas trouxeram reportagens sobre a “pandemia”. Vivemos em dias que um espirro era pior que um palavrão. Os gripados eram vistos como leprosos na Idade Média e a máscara cirúrgica era acessório básico nas ruas mundiais.
 Temos aqui uma sessão de organizações que não cumpriram o seu papel primordial: A OMS deu um alerta infundado, os governos não defendem sua saúde e cofres públicos e a imprensa não investiga fatos e, sequer, revela a verdade. Apenas as mídias alternativas, que não estão ao alcance da massa, apresentaram entrevistas como a da médica Tereza Forcades.
A única pandemia que nos assola é da desinformação, a cada minuto apresentando um novo subtipo e passando com facilidade entre humanos.

Rita Barchet

Opinião: quem acredita na OMS?

A primeira vez que se ouviu falar de gripe suína, era só mais uma notícia. Aí foram várias notícias e todo mundo se apavorou! Todos compraram seu álcool gel, deixaram de comer carne de porco, e até os ambulantes lucraram com a venda de Tamiflu, medicamento para quem contraía o vírus.
A gripe mudou de nome, aulas em várias cidades foram adiadas e tudo parecia solucionado com a chegada da vacina da para a nova gripe. De acordo com Teresa Forcades, médica espanhola e phD em saúde pública, a Organização Mundial de Saúde (OMS) pecou ao publicar várias informações erradas sobre a doença.
E nós, aspirantes a jornalistas? Que fonte que eu vou seguir para informar o meu leitor? Eu não posso ignorar um assunto tão importante como este, mesmo que talvez não fosse merecedor de tanta importância. A informação é um direito de todos. E sobre um assunto tão polêmico que apavorou o mundo então, nem se fala!
No jornalismo, a gente deve confirmar se cada informação prestes a ser publicada é verdade. Do contrário o veículo de comunicação pode perder a credibilidade e o jornalista, culpado, perde o emprego.
Mas estamos envolvendo toda a população! É muito mais que o emprego de alguém! É saúde! Saúde mundial! E depois que vacinar um grande número da população e descobrir que a vacina talvez não fosse a solução, ou pior ainda, fosse maligna, é tarde demais...
Cabe aos órgãos de saúde e aos governos passar informações corretas. A informação de que a gripe é uma pandemia é passada pra gente, que conta isso pra sociedade. Depois vem a OMS e diz "opa! Foi um engano, não era uma pandemia!" e a gente tem que desmentir ao leitor. E quem sou eu, uma acadêmica de jornalismo, para duvidar da OMS? E que condições eu tenho para descobrir e provar que este órgão está equivocado? Nenhuma. Mas é a nossa fonte e o porquê de publicar tudo que nos passam, mesmo que uma hora seja assim e na outra assado? Para garantir o emprego de uma pobre jornalista!

Gabriela Perufo

Fim da pandemia H1N1

Depois de tanta polêmica sobre o vírus H1N1 e com a nova declaração da OMS sobre o fim da pandemia, muitas pessoas ainda desconhecem tal informação.  A equipe foi às ruas ouvir o que a população sabe e diz sobre o assunto. E constatou que muitos dos entrevistados não se importaram com a notícia de que não era mais necessário tomar essa vacina. O fato de que muitos não sofreram com efeitos colaterais, fez com que a vacina se tornasse algo banal.

Renato Alves, 33 anos, Aviador, disse que não teve conhecimento da declaração da OMS sobre o fim da pandemia da gripe H1N1. Mesmo informado sobre as notícias, para ele não faz muita diferença, pois afirma que tomaria  a vacina mesmo em outra circunstancia. ''Pode ser que a OMS tenha se precipitado, mas de qualquer forma é uma segurança estar previnido''. Nele a vacina não provocou nenhuma reação, nem mesmo dor no braço.

Segundo Mireille Lins, 29 anos, a única reação foi a dor no braço: ''Depois da vacina meu braço ficou muito dolorido por uns dias''. Ela também não teve conhecimento da nova declaração, e disse se sentir enganada. Ela só tomou a vacina porque com o anúncio de uma pandemia, foi necessário ser imunizada. Afirma ainda que se não é caracterizada uma pandemia, não havia urgência em tomar uma vacina que não se sabe do que  e como é feita.

Já Renata Henriques, 26 anos, disse ter tido reações negativas á vacina, ''Fiquei alguns dias com febre e de cama, me sentindo desconfortável, fora a dor no braço. Quase não conseguia mexê-lo ''. Ela ouviu comentários sobre o fim da pandemia e disse, ríspidamente, que essa caracterização da gripe em pandemia com certeza foi um acordo para vender mais vacinas. Segundo ela, se não fosse o anúncio de gripe pandêmica, não teria tomado a vacina. ''Todos ficam com medo diante de uma pandemia, com esse risco precisamos no proteger, por isso tomei a vacina''.

A dona de casa Vani Hoffman, 63 anos, disse que ouviu boatos sobre os riscos da vacina e decidiu por não se imunizar. Não soube da declaração da OMS, e quando informada achou que o fato foi falta de consideração com a população.

O aposentado Geraldo Motta, 64 anos, tomou a vacina mas não teve nenhum efeito colateral e tão pouco sabia sobre a declaração da OMS.

Alberto Santos, 60 anos, disse ter se imunizado, e logo após teve efeitos colaterais semelhantes a uma gripe comum mas não procurou orientação médica, e tomou remédio em casa.  “Senti dor de cabeça, dor no corpo e febre, tomei remédios para dor”. Soube sobre a declaração da OMS pelo jornal, mas disse não ter prestado muita atenção no assunto.

A conselheira tutelar, de São Pedro do Sul, Cristine Metz, afirma que não sabia da declaração da OMS. Ela fez a vacina mesmo estando consciente de seus efeitos colaterais.

A colega de Cristine, conselheira Liliane Weber Milani também não sabia da declaração. Ela fez a imunização e não teve nenhum efeito colateral. Quando questionada sobre os riscos que vacina poderia oferecer, Liliane afirma que soube através de comentários de outras pessoas. “ Eu ouvia falar de sintomas da própria gripe, como febre e também diarreia. Também diziam que morriam mais pessoas em função da gripe comum do que da gripe A” destacou.

A agente administrativa, Sagiane Konflanz, não sabia dos efeitos colaterais da imunização. Após ser vacinada teve febre. Ela afirma que os efeitos colaterais deveriam ter sido mais abordados pelos profissionais da saúde e pela mídia. Sobre a declaração da OMS, Sagiane diz que os especialistas deveriam ter tido mais atenção. “São pessoas inteligentes e que tem conhecimento. Deveriam ter ciência de que estão lidando com pessoas, com vidas”.

A estudante de economia, Mirian Pinheiro, 19 anos, ainda tem dúvidas. “Não sei se vou tomar a vacina. Estou gripada e me disseram que isso colabora para a pessoa ter alguma reação” afirmou. Ela também não sabia da declaração da OMS.


Andressa Scherer, Cacau Baraúna e Caroline Rocha

Opinião: H1N1, informações polêmicas


No ano passado o mundo inteiro ficou assustado com um novo vírus. A gripe suína mudou hábitos e costumes, e trouxe muitos temores com as suas possíveis consequências. Ninguém sabia ao certo do que se tratava, mas com informações oficiais da Organização Mundial de Saúde (OMS), todos acabaram temendo pelas decorrências da nova gripe. Não podíamos duvidar das informações, pois era uma organização respeitada no mundo que estava anunciando.
No entanto, nem tudo estava certo. A OMS corrigiu e disse que não se tratava de uma pandemia, e sim uma gripe que, apesar de matar, tinha menos morte que uma gripe comum. Mas, as providencias já haviam sido tomada. Grande parte da população já havia sido vacinada, o álcool gel virou um costume e o medo de ter a nova gripe era evidente.
A informação que tínhamos até há pouco era uma. Depois de todo pânico, já temos outra. A grande informação que chegou às pessoas alarmou todos. Mas era uma informação errada, que assustou e trouxe medo.
Não podíamos prever que a OMS estaria equivocada. Ninguém poderia, mas ela admitiu ter "exagerado". Afinal, depois de tudo isso, em quem confiar quando se trata de saúde? O que fazer quando a principal organização do mundo alarma a população e provoca temor mundial?
Sabemos que uma informação deve ser confiável e verdadeira ,e as consequências delas podem ser grandes. Portanto, quando o assunto é saúde mundial não pode haver tantos erros como os que aconteceram. É preciso ter respeito e consideração com a população, coisa que não ocorreu.
Maurício Araújo

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ciência & Ambiente debate ecologia

A 39ª edição da revista Ciência & Ambiente já está nas livrarias, trazendo uma inovação: a publicação de artigos em língua francesa, além das línguas espanhola e portuguesa.
Às vésperas de completar 20 anos de publicação, a revista, temática,  aborda nesta edição as críticas e perspectivas da teoria ecológica, as reiteradas tentativas de aplicação da ideia ecossistêmica às sociedades humanas, as múltiplas possibilidades de estudo dos sistemas ecológicos, considerando os elementos históricos, o papel da biodiversidade, as variantes genéticas, os padrões estatísticos, entre outros aspectos.
Publicada pela UFSM, Ciência e Ambiente é editada pelo professor Delmar Bressan, do Departamento de Ciências Florestais, que contou com a participação de dois editores convidados para esta edição: Paulo Guimarães Jr., da Universidade de São Paulo (USP) e Pascal Acot, do Centre National de la Recherche Scientifique. São autores: Anne Teyssèdre, Denis Couvet, Dominique Gravel, Elizabeth Baptestini, Isabelle Gounand, Jose Alexandre Diniz-Filho, Julien Delord, Levi Carina Terribile, Márcio Araújo, Marcus de Aguiar, Nicolas Mouquet, Pascal Acot, Patrick Matagne, Paulo Guimarães Jr., Paulo Inácio Prado e Sergio Reis.

Para comprar – A Ciência & Ambiente pode ser encontrada na Livraria da UFSM, localizada no centro comercial do campus (ao lado do posto de combustível), na Cesma (Rua Professor Braga, 55) e na Livraria Anaterra (Rua Dr. Bozano, 329).

Outras informações podem ser obtidas na página www.ufsm.br/cienciaeambiente ou pelo e-mail ambiente@ccne.ufsm.br

Da redação

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Artigo discute uso científico da maconha

Artigo publicado no jornal Zero Hora de hoje, assinado pelo jornalista Marcos Rolim e transcrito aqui na íntegra, face à relevância do assunto.

Maconha, porta de saída?
A epidemia de crack é um dos fenômenos mais sérios na interface entre saúde pública e segurança. O que a faz particularmente grave é a reconhecida dificuldade de superar a dependência química. Pois bem, a Universidade Federal de São Paulo realizou pesquisa com 50 dependentes químicos de crack que foram submetidos a um tratamento experimental de redução de danos. Sob a coordenação do psiquiatra Dartiu Xavier, o grupo foi tratado com maconha. Daquele total, 68% trocou o crack pela maconha. Ao final de três anos, todos os que fizeram a troca não usavam mais qualquer droga (nem o crack, nem a maconha). Anotem aí: todos.
Imaginei que, com a divulgação destes resultados por Gilberto Dimenstein, na Folha de S. Paulo em 24 de maio, haveria grande interesse sobre o estudo. Nada. A resposta ao mais impressionante resultado de superação da dependência de crack no Brasil foi o silêncio. O uso medicinal da maconha tem sido admitido em dezenas de países, inclusive nos EUA. Por aqui, o tema segue interditado pela irracionalidade. É evidente que o consumo de maconha pode produzir efeitos danosos. Sabe-se que o abuso pode conduzir o usuário a problemas de concentração e memória e que em determinadas pessoas o uso está correlacionado à precipitação de surtos esquizofrênicos. Daí a criminalizar seu consumo e impedir experiências destinadas ao uso medicinal vai uma distância que tende a ser percorrida pela intolerância e pelo obscurantismo.
O psicofarmacologista Eduardo Carlini sustenta que o princípio ativo da maconha pode ser útil no combate à depressão e ao estresse. O mesmo tem sido dito por cientistas quanto ao tratamento do glaucoma, da rigidez muscular causado pela esclerose múltipla, ou como apoio aos pacientes com Aids, aos que sofrem do mal de Parkinson e aos que se submetem à quimioterapia em casos de câncer. Estudo da USP com pacientes que ingeriram cápsulas de canabidiol, um dos compostos encontrados na erva, demonstrou resultados positivos no tratamento da fobia social e na redução da ansiedade.
As oportunidades abertas por estudos do tipo, entretanto, assim como a necessária pesquisa, estão impugnadas no Brasil por um discurso preconceituoso e por uma legislação ineficiente e estúpida. Seguimos repetindo que a maconha é “a porta de entrada” para o consumo de drogas mais pesadas, o que pode traduzir tão-somente uma “falácia ecológica” (quando se deduz erroneamente a partir de características agregadas de um grupo), vez que o universo de consumidores de maconha é muitas vezes superior ao grupo dos dependentes de drogas pesadas que se iniciaram pela cannabis. Em outras palavras: é possível que a maconha seja mais amplamente uma opção alternativa às drogas pesadas e não uma droga de passagem. Independentemente disto, é possível que a maconha seja uma porta de saída para a dependência química por drogas pesadas. O que, se confirmado, será uma ótima notícia.