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sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Diálogo com um surdo no meio da floresta
Da Redação
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Criança e Consumo: a Publicidade em Televisão para o Dia das Crianças
Representações da saúde masculina na TV
A pesquisa, intitulada “Mosaico de Vozes: o discurso sobre a saúde masculina na TV regional”, foi apresentada recentemente no XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação em Recife, onde Najara Ferrari apresentou o artigo “Saúde Masculina: invisível até na TV”, que aponta a representação da saúde masculina no programa Vida e Saúde, da RBSTV/RS.
Najara chama a atenção para a importância do debate, da circulação de informações sobre o tema e destaca os meios de comunicação como um dos grandes responsáveis pela fomentação de campanhas e ações de prevenção de doenças.
Um dos programas analisados no artigo. Fonte: site Vida e Saúde |
A consagração do casamento real como fenômeno mediático
Os meios de comunicação permitem a disseminação em massa de informação, facilitando a construção e a reprodução do discurso público e certos níveis de interação. O artigo “A consagração do casamento real pelos meios de comunicação”, de Edimárcia Ramos de Araújo, apresentado este ano no XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, em Recife, reflete sobre a questão e discute o papel desempenhado pelos meios de comunicação, principalmente da TV e da Internet, na consagração do casamento real como fenômeno mediático
Segundo o artigo, o site de notícias “R7”, foram 2 bilhões de espectadores no mundo e 1 milhão nas ruas de Londres. Só para se ter uma ideia, a autora expõe que a abertura da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, foi vista por 3,2 bilhões de telespectadores no mundo e que, segundo o jornal “O Mossoroense”, este número representa pouco mais de 46% da população mundial.
Edimárcia afirma que o casamento real foi o álibi perfeito que encontrou para investigar os efeitos que os meios de comunicação trazem à sociedade. “Além do conteúdo, o meio é capaz de determinar quais os fenômenos podem ser forjados como “midiáticos”, comenta.
Mas, qual foi o papel dos meios de comunicação na consagração do casamento real como fenômeno mediático? De acordo com o artigo, em uma sociedade complexa, os indivíduos se servem dos meios de comunicação para ter uma representação do social e sondar este social, reduzindo sua complexidade. O que aconteceu com o casamento foi a interação do texto televisual com outras plataformas no nível da expansão. “Além de ter sido visto por muitas pessoas, ele foi incansavelmente discutido entre membros das principais redes sociais, como, por exemplo, Facebook e Twitter”, expõe a autora. A pesquisa de Edimárcia relata que de acordo com o site do Correio Braziliense, “no Twitter, nove entre dez assuntos mais tratados eram relacionados à boda, com palavras-chave como "royalwedding" (casamento real) ou "proudtobebritish" (orgulhoso de ser britânico), passando por "they kissed" (eles se beijaram)”.
Os debates sobre o casamento só foram reduzidos após a divulgação da notícia sobre a morte do terrorista Osama Bin Laden, anunciada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, no dia 1º de maio de 2011.
Por Bruna Girardi Kozoroski
A censura escondida
O poder exercido pela embalagem em consumidores infantis
Cada vez mais, a imagem manipula e influencia a ver e/ou acreditar no que está estampado nela. A embalagem de um produto atrai desperta vontades, cria tendências culturais quanto sociais, se tornando o principal agente de comunicação e marketing de um produto. A afirmação está no artigo apresentado no Intercom 2011 em Recife, “A embalagem, o Marketing e o Design: a influência sobre o consumo infantil de produtos alimentícios, de Alexandre Coelho Rodrigues Gomes, Débora Persilva Soares, Sérgio Arreguy Soares e Admir Roberto Borges, o qual teve por enfoque, o público infantil, e a influência que as embalagens de produtos alimentícios têm na escolha de compra das crianças. Abaixo uma das imagens usadas no artigo, reverenciando as cores, e a presença de personagens da cultura e do universo infantil.
O assunto do artigo engloba tanto os pais como as crianças. O fato do poder que a embalagem tem de seduzir o público infantil com desenhos animados, quadrinhos, jogos e demais imagens, e também a influência que a criança exerce para com os pais na hora da compra. O artigo aborda também o fato de o Design ser o fator decisivo na compreensão de uma linguagem visual do produto. Os conceitos de semiótica e estética também ajudam na hora do consumidor ter uma percepção favorável do que pretende comprar.
O poder da imagem é tanto, que o conteúdo do alimento, sua importância para a saúde, como seus nutrientes ficam em segundo plano, pois a imagem é mais atraente que todas essas informações que constam no verso de todo o produto. As crianças deixam-se seduzir pelo poder da propaganda que estimula os desejos e as vontades do consumidor. De acordo com autores citados no artigo, esse estímulo acaba por atuar na sensibilidade humana, fazendo com que o consumidor aja impulsivamente ao efetuar a compra.
A imagem, tanto como a propaganda tem por função, justamente chamar a atenção para o produto. Uma embalagem bem desenhada e planejada é um grande diferencial no qual as empresas não podem abrir mão. Com a diversidade de produtos, onde existem inúmeras marcas e modelos, a embalagem é que vai fazer o consumidor colocar o produto no carrinho ou não.
A presença de diversas cores e até o posicionamento das embalagens são feitas de uma forma estratégica para chamar mais atenção do consumidor. O artigo aborda o fato de a criança valorizar mais os desenhos ilustrados na embalagem, os brindes e/ou brinquedos que o produto traz.
Os autores entrevistaram pais que afirmaram que cedem às vontades dos filhos e acabam comprando produtos pela embalagem e não por seu valor nutricional.
A pesquisa concluiu que os publicitários, designers e profissionais do marketing devem estimular o consumo consciente e saudável, sem estimular o consumo desenfreado e de valor nutricional questionável.
Por Lidiana Betega
Indígenas na rede
A notícia contada e não decorada
Para os iniciantes na profissão, o Stand up, também chamado de passagem, é a parte da notícia mais temida pelos novatos, pois exigem do repórter, concentração e organização na hora de montar a reportagem. No artigo" A prática da passaegm no telejornalismo", publicado no XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), de dois a seis de setembro de 2010, em Caxias do sul, RS “A prática da passagem no telejornalismo”, escrito por Valquíria Aparecida Passos Keipp e Aline Farias Martins Oliveira, a passagem, auxilia na compreensão da verdade que se tenta transmitir.
É através do stand up que o repórter vai expressar através de seu semblante e da tonalidade da voz, que tipo de fato é. Você já viu algum repórter falando sobre uma tragédia sorrindo? Seria estranho ver isso.
Os novatos normalmente costumam ir para a pauta com a passagem feita, o que é arriscado para o repórter. Isso seria uma criação antecipada do que você vai apurar no local dos fatos. Além disso, o repórter corre o risco de chegar no local e ter que refazer o texto.
De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, capítulo II, artigo 4º, “o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação” (FENAJ, 2007). Por isso a importância de apurar os fatos antes de começar a escrever.
De acordo com as autoras do artigo, a passagem é um dos elementos responsáveis pela construção de um efeito de real, tanto na reportagem como no telejornal.
Em uma notícia ou reportagem a passagem não é obrigatória, mas deve sempre ser feita quando o repórter tem algo importantíssimo para falar e não tem imagens para deixar a informação com mais credibilidade. O artigo defende que é através da passagem que o repórter cria uma afinidade com o telespectador, o que trata de um recurso importante no sentido de estabelecer uma aproximação, um diálogo com quem está assistindo.
Assim, o stand up é considerado por muitos jornalistas como marca registrada do repórter de televisão. A passagem funciona como um elemento importante durante a construção da notícia televisiva. Para criar um texto com passagem é preciso pensar no conteúdo, ter em mente um texto para não fazer feio na hora de fazer e gravar a passagem. Ter o texto em mente e contá-lo no momento da gravação, é essencial.
Por Franciele Bolzan
O retrato do jovem da nova geração
Afinal, do que o jovem gosta? A partir de um questionamento semelhante a este que uma pesquisa apresentada este ano no XVIII Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação) nacional, constrói uma análise do perfil do jovem universitário e seus gostos culturais.
O trabalho “Pesquisas de Opinião: Hábitos de Consumo Cultural e de Lazer do Jovem Universitário”, de autoria de Vanessa Damasceno, com orientação da professora Laura Jane Vidal, da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), mostra um retrato do jovem que integra a geração Y, ligada à tecnologia e à interatividade.
A análise foi feita através de um questionário, composto com 40 questões fechadas e uma aberta. Todos os jovens integram o grupo de 282 alunos matriculados no primeiro semestre de 2010 no curso de comunicação social da UFAM. Destes, foram selecionados 50 estudantes, com base em dois pontos chaves: a faixa etária e a participação no XVIII Semana de Comunicação da Universidade onde foi realizada a pesquisa.
A grande maioria dos participantes só estuda; e, mais de 80%, possuem renda familiar superior à R$ 4.500,00.
A pesquisa traz dados que talvez não assustem uma grande parcela da população, pois a realidade de jovens consumidores e midiatizados está presente nas notícias diárias. O dado mais relevante encontra-se nas perguntas relacionadas às atividades realizadas sem interação direta: 70% dos jovens respondem que navegam sempre na internet, 58% lêem livros e, os que assistem sempre TV e DVD, ficam entre 50% e 38%, respectivamente.
Os dados relacionados ao hábito de ir ao cinema, ao teatro, à prática de esportes alternativos e radicais ou à de fazer exercícios físicos não chegam a 38% dos participantes. Frente a estas informações, Laura recomenda à UFAM a criação de uma programação cultural anual, envolvendo os departamentos de Comunicação Social, Artes Plásticas, Música e Letras.
“A universidade é o espaço ideal para a união da educação formal e informal”, afirma a autora, que acredita ser importante entender o contexto do consumo jovem, a fim de aproximá-los do cinema, da literatura, da música, do teatro e das artes em geral.
Por Emanuelle Bueno