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domingo, 8 de novembro de 2009

Ferroviários: luta pela memória

A classe ferroviária impulsionou o desenvolvimento econômico de Santa Maria. A Estação Ferroviária do Rio Grande do Sul fixada na cidade foi sem dúvidas um pólo a nível estadual e nacional. Madeira, couro, gado e passageiros cruzavam o estado de ponta-a-ponta pela estrada de ferro. Os ferroviários vieram das mais diferentes regiões do país e até mesmo do exterior. Italianos, alemães, belgas até mesmo franceses contribuíram para o desenvolvimento da classe ferroviária, do patrimônio e a educação dos que aqui se reuniram para trabalhar e estudar.
“Santa Maria sempre fui um lugar de passagem” conta o historiador João Rodolpho Flôres. Autor de três livros sobre a história da ferrovia no Rio Grande do Sul, Flôres pesquisou para sua tese de doutorado muito além da chegada dos primeiros engenheiros e ferroviários. Buscou compreender a forma pragmática como a classe se organizava. “A classe ferroviária era bem remunerada pelo Estado. Trens passavam distribuindo ranchos para as famílias. Mesmo assim faziam greves a fim de ganhar aumento, pois se eles parassem um trem, parava tudo” conta. As greves e a manutenção dos transportes ferroviários foram os principais fatores que levaram a privatização do setor e a decadência como consequência. Nos anos 90, no governo de Fernando Henrique Cardoso, houve o sucateamento das máquinas que por mais de cem anos trouxe prosperidade econômica para o país.
O que resta Santa Maria, hoje, são monumentos esquecidos, casas antigas e associações desmoronando. A Gare, estação ferroviária, abriga o Museu dos Ferroviários e a Casa de Cultura. São instalações provisórias que reúne trabalhadores da ferrovia para buscar alternativas de conquistar um espaço apropriado para os arquivos, fotos e objetos do passado. Os aposentados da ferrovia lutam agora pela a memória de uma história de muita união e progresso.
Texto e foto Monumento dos Ferroviários :
Potira Souto

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