Pesquisar este blog

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A narrativa e a capacidade de trabalhar com o imaginário

Prof. Antonio Hohlfeldt.
Foto:Lucas Cirolini. Lab. Fotografia e Memória
Na noite da última quinta-feira, 27 de agosto, teve continuação, o XV Seminário Internacional de Letras (InLetras). A mesa mediada pelo Prof. Ms. Luis Adriano de Souza Cesar, do Centro Universitário Franciscano, teve como tema a “narratividade nos textos”,e ministrada pelo Prof. Dr. Antonio Hohlfeldt, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
O conceito de narrativa é uma sequência de fatos interligados, histórias e narrações que são expressas de diferentes formas e por diferentes linguagens: a linguagem oral e escrita, a linguagem imagética e pela representação teatral.
A narrativa pode explicar de onde viemos, o que fazemos qual nossa identidade. Para o Prof. Hohlfeldt, a narrativa permite nos conhecermos, nos adaptarmos, nos descobrirmos como pessoas em determinado tempo ou lugar.

O professor afirma que ler é fazer uma operação contrária a quem escreve. Quem escreve usa uma estratégia, uma estrutura para atrair o leitor. Quem lê deve desmontar essas estruturas e estratégias. Segundo Hohlfeldt, o letramento é a capacidade de ler, estudar e trabalhar com o imaginário, criar outras maneiras de narrar uma história. “Nós seres humanos, somos os únicos a trabalhar com o imaginário, a combinar formas, criar o que não existe”.

Por Henrique Orlandi

Manhã de Literatura


As apresentações de trabalhos desta manhã quinta-feira, 27 de agosto, no XV Seminário Internacional de Letras (Inletras), ocorreu em três salas do prédio 16, do conjunto III. Os projetos foram elaborados por acadêmicos, professores, mestrandos e doutorandos de universidades de Santa Maria e região.
Dentre os temas abordados, em uma das salas se destacou a temática literária. O professor de Literatura da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Fábio Augusto Steyer foi o primeiro a exibir seu trabalho, que se tratava de um estudo feito por ele e um grupo de alunos, sobre a participação do escritor Gonçalves de Magalhães na formação da identidade nacional literária, ou seja, o quão foi importante suas obras para que a literatura brasileira começasse a assumir um caráter nacional, porque anteriormente, a maioria das obras feitas no país, não abordava nenhum tema de cunho pátrio. Fábio ainda salienta que Gonçalves de Magalhães foi um dos pioneiros no romantismo brasileiro e que o autor afirma que a poesia surgiu na época dos indígenas, chegando a compará-los com os trovadores medievais.
A professora do Centro Universitário Franciscano, Vera Elizabeth Farias nos apresentou seu trabalho sobre a Literatura Africana, com o título de Construção Identitária Ficcional: Cabo Verde de Chiquinho, que se trata de um estudo sobre a influência da obra do escritor português Baltazar Lopes da Silva, Chiquinho, na formação da identidade cultural cabo-verdiana. O romance é considerado uma das mais conhecidas obras de Cabo Verde e marca o início da literatura do país e temas locais como a cultura crioula, marcando um início de da revista cultural Claridade, que fazia parte de um movimento de liberação cultural, social e política da nação.
Já o professor de literatura, Lucas Zamberlan, nos trouxe um estudo muito atual com o título, Os (não) lugares da São Paulo, de Luiz Ruffato, a Metrópole Esterilizada. A questão dos não lugares, tratados pelo professor, se faz referência aos lugares passageiros, ou seja, que possuem um grande fluxo e pessoas e não se caracterizam por possuir nenhum laço histórico com a cidade, como por exemplo, aeroportos, rodoviárias, estações de trem, metros, meios de transporte, hotéis, supermercados e etc. Essa temática caí no mundo em que vivemos, por exemplo em São Paulo, metrópole rodeada de prédios, shoppings, empresas particulares, ou seja, nada mais importa, a história não é mais lembrada, quase ninguém mais faz questão que algo seja construído no lugar de algo histórico. O não lugar também se remete ao fato de não se poder distinguir as grandes metrópoles hoje em dia, segundo Lucas, para quem olha de dentro de um carro ou do alto de um prédio, não saberá decifrar em qual grande cidade ele está, pois a semelhança entre elas é cada vez mais gritante.

Por Guilherme Motta

Últimos trabalhos são apresentados nesta sexta-feira no XV Inletras

A última manhã de apresentações de trabalhos no XV Seminário Internacional de Letras( Inletras), teve início nesta sexta-feira, 28, as 8:30 h. Foram apresentados dez trabalhos nas salas do primeiro andar do prédio 16, no conjunto III, do Centro Universitário Franciscano.
Com 20 minutos de apresentação para cada um dos inscritos no seminário, diversos temas sobre comunicações no meio acadêmico e escolar, novas pesquisas e projetos com ideias diferentes encantaram quem acompanhou.
 Um dos trabalhos que marcou a manhã foi da Graduada em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria, Carla Carine Gerhardt, que tratou sobre a proposta de atividades para leitura detalhada de narrativa na perspectiva de pedagogia de gênero. O trabalho foi ministrado como atividade extracurricular na Escola Vicente Farencena, e utilizou do conto do Gato de Botas nas versões escritas pelos irmãos Grimm.
 Baseada na ideia da professora Cristiane Fuzer, que traz o ateliê de textos, e sendo sua orientada, Carla propôs diversas atividades como leitura e releitura dos textos, para que o entendimento seja cada vez melhor, além dos alunos fazerem sua própria análise textual, e poder contar a estória do seu ponto de vista, com todos os elementos já bem claros em seu entendimento. 
A professora da Universidade de Federal de Santa Maria, Ana Nelcinda Garcia Vieira, também trouxe  a tona uma discussão sobre uma oficina comandada por ela, de análise e adaptação de material didático de línguas. Com o trabalho desenvolvido em escolas públicas, e com baixo orçamento para tentar criar qualquer alternativa para melhorar o aprendizado, em busca de novos sistemas de ensino, ela se apropriou de alguns tipos de jogos e conseguiu trazer isso para todo o tipo de material que poderia ser descartado. Com essa atitude, gera nos alunos uma curiosidade e os instiga a também criarem novas brincadeiras, que tem como objetivo principal o novos métodos de letramento, que é o tema principal desta edição do seminário.


Por Pedro Lucca

Narrativa e experiência em pauta

Antônio Hohlfedlt ministrou oficina no XV InLetras.
Foto: Lucas Cirolini. Lab. Fotografia e Memória
Ocorreu na tarde desta quinta-feira, 27, no salão acústico do prédio 14 do conjunto III do Centro Universitário Franciscano mais uma das oficinas oferecidas pelo XV Seminário Internacional em Letras. O convidado da vez foi o Prof. Dr. Antonio Carlos Hohlfeldt (PUCRS). 
Formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado e doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Hohlfeldt, tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Sul-Rio-grandense e Brasileira, além de experiência na área de Comunicação Social, especialmente em Teoria da Comunicação e História do Jornalismo, além de trabalhar outros temas como artes cênicas e criação dramática.
Hohlfeldt também se aventurou na política. Foi vereador de Porto Alegre por quase 20 anos e vice-governador do Rio Grande do Sul no mandato de Germano Rigotto. Atualmente é professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Hoje, 27, ocorreu a primeira parte de oficina ministrada pelo professor Hohlfeldt, que terá sua segunda parte amanhã no mesmo horário, 15h30min no salão acústico do prédio 14, localizado no conjunto III. 

 A Oficina
Nesta primeira parte, foram distribuídos três textos, para serem lidos e discutidos em aula, porém ficaram dois textos ainda para amanhã.
“Testemunho de Cidade de Deus”, de João Antonio, foi o texto usado para exemplificar um tipo de narrativa antigamente usada, já que o texto em questão retrata a chamada Cidade de Deus nos anos 60 e 70. A narrativa se torna tão especial, porque na sua primeira parte o autor coleta declarações de alguns moradores da triagem da Cidade de Deus, sem dar sua opinião, mas os induzindo a declarações significativas. João descreve os moradores de forma forte, mostrando sua carência, falta de conhecimento e problemas, tanto de saúde, como financeiros.
No segundo subtítulo de seu texto, João Antonio escreve depoimentos próprios, ou seja, após ouvir o lado dos moradores, ele tenta ir até o local e descrever o que vê, de maneira imparcial. Mais uma vez, os problemas encontrados são horríveis, fossas a céu aberto, maltrapilhos, roubos e marginalidade, tudo que os moradores já o haviam contado.
Em um terceiro momento, talvez o mais importante, o autor descreve como todos esses problemas eram tratados na mídia, de forma subliminar, fugindo dos reais problemas, sem fque o jornalista  cumpra a sua função: mostrar a verdade.
Maior exemplo desse descaso da imprensa à época foi a realização na Cidade de Deus, do tão conhecido projeto “Rondon”, e quando foi divulgado que o único problema na comunidade seria três crianças sub-alimentadas. Ou seja, mais uma vez a imprensa camuflando a verdade.
O autor conseguiu mostrar que o jornalista além de informar, tem que interpretar e projetar aquilo que pode ser feito.

Por Guilherme Motta

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A consolidação da comunicação através da multimodalidade

                                                
 Na última quarta – feira, 26 de agosto, a mesa temática “Modalidades” trouxe ao Centro Universitário Franciscano um discurso baseado na experiência de professores de áreas distintas. O XV Seminário Internacional de Letras, então, compôs sua mesa onde estavam a Prof.ª Drª. Angela Paiva Dionísio, da Universidade Federal de Pernambuco. Prof.ª Drª. Elsbeth Leia Spode Becker, do Centro Universitário Franciscano, Prof. Ms. Adriano da Silva Falcão, também do Centro Universitário Franciscano
A mesa foi mediada pela Profª. Drª. Valeria Iensen Bortoluzzi, da Unifra.                               
 Os três professores da noite de quarta vieram de áreas e pesquisas diferentes, porém, propõem a mesma reflexão quando apresentam as multimodalidades aliadas à tecnologia como forma para a construção de um texto. As fotos, os vídeos, os mapas, assim como outras ilustrações e maneiras de inserir esses elementos simbólicos na composição textual.
Profa. Angela Paiva Dionísio. 
Foto: Roger Haeffner. Lab. Fotogradia e Memória
A professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Angela Paiva Dionísio, articulou reflexões sobre as possibilidades que as ferramentas tecnológicas permitem desenvolver no trabalho do profissional de letras. Segundo ela, não existe na UFPE uma disciplina que impulsione a criação de enunciados de exercícios.Por exemplo, ela incorporou então à sua fala a experiência na produção de verbetes enciclopédicos e enunciados de, utilizando desses recursos.Os verbetes são os fragmentos descritivos normalmente encontrados em enciclopédia e dicionários. Eles têm o caráter informativo e agora, gozam de mapas, fotografias e ilustrações os acompanhando em sua interpretação. 
Os mapas também foram os principais exemplos da professora Elsbeth Becker, da área da geografia. Para ela os mapas fazem parte da linguagem visual, e os mapas não apenas comunicam um dado, já que eles são fruto de pesquisas consistentes. Eles a registram, a trata e somente depois a comunicam.                 
Adriano Falcão, professor do curso de arquitetura do Centro Universitário Franciscano dimensionou o poder da linguagem visual, já que algumas sociedades e civilizações se comunicavam através de desenhos e figuras. A reflexão que surgiu a partir disso foi: será que sua comunicação era mesmo efetiva? Segundo ele é assim que a multiplicidade de linguagens consolidam-se juntas, na procura do comunicação efetiva.
O conceito de multimodalidade baseia-se na Teoria da Semiótica. A multimodalidade discursiva tem sido amplamente estudada e investigada nos últimos anos. Trata-se da utilização de diversos elementos e ferramentas distintas na hora da construção textual. A compreensão textual é estimulada através de todas essas modalidades, oral, visual e textual.   

Por Julia Machado

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Do dicionário gaúcho à análise de notícias em órgãos oficiais

As apresentações de trabalhos desta quarta-feira, 26, no XV Seminário Internacional de Letras (Inletras), aconteceram em três salas do prédio 16 do conjunto III do Centro Universitário Franciscano. Os papers foram apresentados por acadêmicos, mestrandos, e doutorandos de universidades de Santa Maria e de fora da cidade.
Os artigos abordaram todas as formas de comunicação, desde “dicionário gauchesco” até descrição de análise de do artigo de opinião veiculado ao jornal Zero Hora. 
Entre as pesquisadoras que apresentaram trabalhos hoje, destaca-se, o trabalho da Damaris Heidi Cristobal Suvderlan, que é de nacionalidade peruana e faz pesquisa na Universidade Federal de Santa Maria. Damaris fez uma análise dos sentidos das palavras “desenvolvimento” e “progresso” em notícias oficiais nos órgãos de desenvolvimento social dos governos peruano e brasileiro.
No trabalho, a pesquisadora busca compreender o significado de ambas as palavras, e o contexto em que elas estão inseridas. Ela explica que escolheu apenas essas duas palavras, e ignorou os seus sinônimos pelo fato de que a pesquisa ficaria muito extensa, tendo em vista que as palavras “progresso” e desenvolvimento” são as mais utilizadas. Ao trabalhar a semântica –significado- de processo e desenvolvimento, a pesquisadora, descobriu que ambos os termos são inseridos sob óticas diferentes dentro do texto, mas com o mesmo significado.
Outro trabalho que também chamou a atenção de quem esteve presente, foi o da acadêmica do quarto semestre do curso de Letras da Universidade Federal de Santa Maria, Gabriela Eckert Pereira, a estudante fez uma descrição e análise do artigo de opinião veiculado no jornal Zero Hora, do grupo RBS. Ela se deteve em analisar alguns temas como: redução maioridade penal, o uso de animais em rituais religiosos. Na análise a acadêmica buscou verificar que termos foram utilizados para construção dos argumentos, e de que modo os autores fizeram seus artigos de opinião. Ela também se utilizou de semântica para analisar os termos utilizados pelos especialistas em seus discursos.
Uma questão abordada pela pesquisadora Thainara Petri Rodrigues foi a questão do dialeto gaúcho, isto é, expressões que usamos para se comunicar em determinada região, mas que se faladas em alguma outra parte do Rio Grande do Sul troca totalmente o significado. Thinara então, decidiu fazer um dicionário com alunos do ensino fundamental de duas escolas de cidades da fronteira do estado, São Borja e Itaqui. Ela conta que decidiu pegar essas duas cidades pela questão da grande influência da língua espanhola no dialeto das pessoas: “pegamos palavras que as pessoas costumam dizer nestas cidades, e avaliamos a origem da mesma, depois disso, perguntamos para os alunos o significado dos termos apresentados por eles, e construímos um dicionário”. Conforme Rodrigues, o dicionário ainda não está à venda, mas em breve será disponibilizado na forma online e impressa.


Por Pedro Corrêa

Alunos multiletrados

No aniversário de 60 anos do curso de Letras do Centro Universitário Franciscano, em Santa Maria,RS, a professora doutora Roxane Rojo  falou para alunos e professores que lotaram o  Salão de Atos do Conjunto 3, durante a conferência de abertura do XV Seminário Internacional em Letras. Roxane  Rojo é professora doutora e livre-docente do departamento de Linguística aplicada da Unicamp, e discutiu sobre um tema muito importante para o futuro dos estudantes - o Novo Multiletramentos nas escolas.
Sobre o conceito de Multiletramentos ela define ser o envolvimento das novas tecnologias da comunicação e de informação que mexe com a cultura de referência do aluno. Para ajudar o estudante é preciso que os professores  trabalhem essa perspectiva nas escolas, desenvolvendo as mídias e as linguagens por eles conhecidas, tornando as aula “chatas” cada vez mais divertidas e fáceis de serem compreendidas.
Rojo afirma que as demandas da nova vida cultural, impõem a professores e alunos uma nova visão de como o caminho do ensino esta mudando com o passar dos anos. Com toda essas diferenças de cultura, que cada aluno, cada escola e  cada localidade traz para dentro de aula, é mesmo difícil não imaginar uma reformulação no método de ensino que  os professores vão interagir com os alunos.
 A professora Najara Ferrari Pinheiro, coordenadora do curso de Letras da Unifra e do XV InLetras 2015, que abriu o ciclo de palestras agradecendo a presença de vários professores que vão participar do evento este ano, afirmou que em agosto de 2017 já esta marcado a XVI edição do Inletras .

Por Jean Pimentel

Recursos semióticos facilitam na compreensão da ciência

Désiréé Motta-Roth, doutora em linguística, durante mesa temática no InLetras.
Foto: Júlia Trombini. Lab. Fotografia e Memória.
Utilizar recursos semióticos nos textos como: imagens, gráficos, infográficos e até mesmo audiovisuais são alternativas para facilitar o aprendizado dos alunos. Pensando nisso, a mesa temática do XV Seminário Internacional de Letras (Inletras), trouxe três pesquisadoras que abordaram diferentes aspectos ao inserir recursos semióticos ao texto acadêmico. 
A mesa temática foi composta por três professoras doutoras que fazem pesquisas na área: Désirée Motta-Roth, Graciela Rabuske Hendges e Luciane Kirchhof Ticks todas da Universidade Federal de Santa Maria, as explanações foram mediadas pela Professora Doutora Angela Paiva Dionísio da Universidade Federal de Pernambuco.
Dentre os temas abordados está a Potência na produção de sentidos, explicado pela Professora Doutora Désiréé Mota-Roth. A pesquisadora acredita que a potência está incluída no campo da ciência da linguagem em todos as áreas de multiletramentos  de linguagem da academia. Désirrée explica que letramentos são todas as práticas de conhecimento em sala de aula, e o multi são as várias formas de transmitir esses conhecimentos. Segundo a pesquisadora: “sem linguagem ninguém aprende nada”, e ainda enfatizou que para toda a pesquisa acadêmica, é necessário se utilizar de uma linguagem, pois é preciso explicar, sustentar e dar repercussão a pesquisa.
Os temas explanados pelas pesquisadoras são pertinentes ao modo de pensar a educação. A Professora Doutora Graciela Rabuske Hendges, mostrou exemplos de livros do começo do século XX, do final dos anos 1980, e dos anos 2000 e mostrou como a evolução tecnológica revolucionou os livros didáticos. Conforme a professora, a presença de elementos visuais além de enriquecer o texto, facilita o entendimento do conteúdo abordado pelo mesmo.
Durante seu discurso na mesa temática, a professora Luciane Kirchhof Ticks , trouxe a tona questão de fazer ciência para as próximas gerações. Segundo ela é preciso refletir com as próximas gerações: “eu espero que os meus alunos sejam meus colegas de pesquisa”, a pesquisadora cita que não da para parar no tempo, que o professor é um eterno aprendiz tem que está sempre estudando, pesquisando e inovando o modo de passar o conteúdo para os alunos. 
Por Pedro Correa

“Multiletramentos” e a compreensão da importância de fazer ciência

 Na noite da última terça-feira, 25 de agosto, ocorreu a abertura do XV Seminário Internacional de Letras (InLetras), no Salão de Atos do Conjunto III no Centro Universitário Franciscano. A 15ª edição do seminário propõe uma programação variada com oficinas, palestras e conferências. O tema discutido nesse ano aborda múltiplas linguagens e letramentos. Diferentes professores de Santa Maria e de fora participarão do evento durante todo o dia ao longo da semana, até a próxima sexta-feira, 28 de agosto.     
Angela Paiva Dionísio da UFPE.
Foto: Júlia Trombini. Lab. Fotografia e Memória
 A mesa temática da noite dessa terça “Multiletramentos” foi mediada pela professora Profª. Drª. Angela Paiva Dionísio, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e composta por três pessoas. Prof.ª Drª. Désirée Motta-Roth, Prof.ª Drª. Graciela Rabuske Hendges e Prof.ª Drª. Luciane Kirchhof Ticks, ambas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Discussões importantes foram levantadas pelas integrantes da mesa, como por exemplo, a importância do envolvimento com o academicismo e com a produção de material científico para as próximas gerações. Segundo a professora Désirée Motta-Roth  é fundamental que se faça ciência e que se tenha essa implicação com a pesquisa e produção científica, dentro na área do curso de letras e em todas as outras.
 A professora da UFSM Luciane Ticks enfatizou a produção acadêmica como uma necessidade para as próximas gerações. O envolvimento da atual geração com a produção científica e com pesquisas e reflexões será de enorme riqueza, para os que buscam de informações autênticas, que foram investigadas e analisadas por uma pessoa ou até mesmo por um grupo de pesquisa. 
 A questão da linguagem de das novas mídias também foi levantada durante a mesa temática. A professora Graciela Hendges ressalta que as novas tecnologias digitais foram capazes de mudar a maneira como livros e materiais didáticos, por exemplo. A força da imagem e de outros elementos semiológicos como vídeos, ilustrações e outras ferramentas, tem sido cada vez mais aliadas ao texto.  Para exemplificar essa questão, a pesquisadora exibiu três exemplos distintos de livros didáticos utilizados para compreender o corpo humano. Os livros tinham diferenças de décadas e era perceptível a invasão de imagens, ilustrações elaboradas e até mesmo com imagens reais da anatomia humana. Para Graciela é importante que nos adaptemos a essas formas de produzir textos científicos assim como outros gêneros textuais, já que as gerações atuais estão cada vez mais conectadas às mídias digitais.   

Por Julia Machado                                                                                                         


Debate sobre os novos multiletramentos na escola abre o XV Seminário Internacional em Letras

Abertura do XV INLetras, Foto: Victória Martins. Lab Fotografia e Memória
Na noite desta terça-feira, 25, iniciou o XV Seminário Internacional em Letras (InLetras) do Centro Universitário Franciscano (Unifra),na cidade de Santa Maria, RS, com a proposta temática de Múltiplas linguagens e letramentos/ multiletramentos e linguagens. O seminário realizado pelo curso de Letras da instituição e coordenado pela professora doutora, Najara Ferrari, também e coordenadora do curso, e tem por objetivo promover reflexões quanto às múltiplas linguagens e multiletramentos em circulação nos diferentes contextos da sociedade contemporânea. 
No início do evento a professora Najara destacou a importância do curso de letras dentro do Centro Universitário Franciscano, lembrando que o curso evoluiu com a instituição, completando 60 anos de história. “O XV Seminário Internacional em Letras é referência em toda a região sul e também é conceituado no país”, destaca a coordenadora.

Conferência de abertura


A Conferência de abertura do InLetras teve como convidada a Prof.ª Drª. Roxane Rojo da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), que falou sobre os novos multiletramentos na escola. 
Com o tema sobres os novos multiletramentos nas escolas, Roxane falou que as instituições de ensino devem se encarregar de levar até aos estudantes ferramentas que possibilitem que eles tenham acesso as múltiplas linguagens, a multiplicidade cultural e também à cultura das mídias.
Durante a conferência a palestrante usou como referência o antropólogo argentino Néstor García Canclini que em 1989, tematizando as políticas de hibridação, questiona se é possível democratizar não somente o acesso aos bens culturais e aos letramentos, mas também hibridá-los.  Para Rojo, assim como para Canclini, respondendo ao questionamento, conclui que tudo isso depende de ações econômicas e políticas.
De acordo com a palestrante, para haver o multiletramento dentro das escolas é necessário que elas descolecionem e recolecionem os bens patrimoniais e fratrimoniais, trabalhem o interdisciplinarmento das linguagens e da mídia e trabalhem a partir das novas tecnologias, para que os novos letramentos possam ser inseridos no cotidiano do discente.
“Para que haja novos letramentos é necessário antes de abranger as tecnologias, que exista um novo ethos, ou seja, uma melhor maneira de fazer, um novo conjunto de princípios”, afirma Roxane Rojo.
Roxane encerrou a conferência falando que todos os meios tecnológicos atuais e também os meios de comunicação estão dentro do conceito do multiletramento, como o hipertexto, a multimídia e a hipermídia.
Roxane possui graduação em Letras Neolatinas Português-Francês/Língua e Literatura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, mestrado e doutorado em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O XV Seminário Internacional em Letras do Centro universitário Franciscano ocorre até a próxima sexta-feira, 28, com mesas temáticas, eventos culturais, lançamentos de livros e apresentações de trabalhos.
Em anúncio na abertura do seminário a Coordenadora do evento Profª. Drª. Najara Ferrari, divulgou a data e o tema do XVI InLetras, que acontecerá em agosto de 2017 com o tema: Linguagem, tecnologias e formação de professores.

Por Laíz Lacerda

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Consumo (des)informado

O começo de mais um mês para os trabalhadores significa dinheiro em conta e compras a fazer. Já para os donos de mercados é sinônimo de filas maiores e carrinhos cheios de compras. Em tempos de crise, o medo de um aumento de preços faz com que muitos consumidores corram para os mercados para aproveitarem as promoções.
Produtos com preços reduzidos são muito tentadores, mas podem conter algumas “surpresas”. É o exemplo dos transgênicos, identificados por uma pequena letra T nas embalagens. São produtos geneticamente modificados com o objetivo de melhorar a qualidade e aumentar a produção e a resistência às pragas, porém, que podem também gerar um desequilibro ambiental pela proliferação descontrolada de tais alimentos e a quebra da cadeia alimentar natural com a extinção de certos animais, além do principal temor: as doenças a longo prazo pelo constante consumo humano.
Polêmico desde o inicio de sua comercialização no Brasil em 2003, o mais preocupante em relação a esses produtos é que a maioria dos consumidores desconhece os sinais da existência nas embalagens. Para comprovar esta teoria, uma rápida pesquisa foi feita em supermercado do centro de Santa Maria. De oito pessoas entrevistadas entre 18 e 72 anos, apenas uma conhecia o símbolo da transgenia nos produtos que estava comprando.
Maria Terezinha Bueno, de 53 anos, foi uma das consumidoras questionadas no momento em que botava litros de óleo de soja em seu carrinho. Ela é cozinheira há 22 anos e desconhecia a existência de tais produtos. “Para falar a verdade nem sei o que é isso, e eu que uso bastante esse óleo de cozinha. Mas acredito que não faça mal, pois deixam vender normalmente nos mercados.”
Já o funcionário público Marcos Fonseca, de 61 anos, único entrevistado que conhecia o que estava comprando, afirma que tenta evitar os transgênicos quando vai às compras. “Para ter aquele símbolo é porque alguma coisa tem de errado, então procuro fugir deste tipo de produto.”
Neste supermercado, todos os quatro tipos de óleo de soja eram considerados transgênicos e continham o símbolo. Na distribuição das mercadorias do setor, apenas os produtos como óleos de canola e girassol não eram geneticamente modificados.
Mesmo que pequena, a identificação em amarelo nas embalagens dos produtos, alerta os consumidores mais desavisados. Contrário a isso, desde 2008, tramita um projeto de lei proposto pelo deputado Luis Carlos Heinze, do Partido Progressista (PP) do Rio Grande do Sul.  A matéria propõe que a informação esteja apenas em produtos com índice superior a 1% de transgenia na sua composição. A proposta foi aprovada em abril de 2015 pela Câmara dos Deputados com 320 votos a favor e 135 votos contrários, ainda precisa passar pelo Senado Federal.

Por Lucas Amorim, Jean Pimentel e Pedro Henrique Madeira

A indicação de produto transgênico pode sumir das embalagens

Associação Brasileira de  Saúde Coletiva - Abrasco
O Projeto de Lei (PL) nº 4841 de 2008 foi votado e aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 29 de Abril. Agora, tramita no Senado. A PL é de autoria do deputado Luis Carlos Heinz e propõem modificação na legislação de rotulagem de produtos transgênicos no país.  Com essa alteração, o símbolo “T”, que aparece nas embalagens informando que o produto contém alguma proteína transgênica, deixa de ser obrigatório, fazendo com que os consumidores não obtenham essa informação na hora da compra. A nova lei também elimina a cobrança da rotulagem para produtos de origem animal e rações. Os transgênicos são organismos geneticamente modificados usados para aperfeiçoar a produção agrícola.  A utilização dessas estruturas despertam controvérsias sobre a segurança dos produtos consumidos. Algumas pesquisas indicam que a proteína transgênica produz precocemente alterações nas células do corpo humano, causando diversos tipos de câncer, além do aumento da resistência a antibióticos e um elevado número de alergias. O engenheiro agrônomo e agroecologista, doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Leonardo Melgarejo, avalia o consumo de produtos transgênicos de alto risco para a saúde do ser humano. Melgarejo afirma, que por mais que não hajam estudos exatos comprovando os efeitos negativos dos produtos, todos os indícios apontam para consequências maléficas ao bem estar da população consumidora. Segundo ele, a aprovação da nova lei seria um grande retrocesso para a agroecologia e para a política e segurança do consumidor de uma forma geral. Na enquete que realizamos 30 pessoas foram escutadas e indagadas sobre a aprovação do Projeto de Lei no mês de Abril. Desse total, 26 não estavam informadas sobre o deferimento realizado na Câmara dos Deputados no dia 29. Apenas quatro pessoas relataram ter lido ou ouvido algo sobre o assunto. A pedagoga e professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Waléria Fortes de Oliveira comentou ter lido sobre a aprovação nas redes sociais. O sociólogo mestre em Ciência Sociais pela UFSM Marcus Rodrigues, atesta não saber até que ponto há uma passividade da população perante há decisões dessa magnitude. “Não sei até que ponto as pessoas são passivas e até que ponto há um custo pra informação, comenta o sociólogo. Rodrigues acredita que não vivemos e presenciamos uma mídia democrática e que o monopólio midiático do país funciona como a bancada que aprova essas leis.“ Acredito que seja uma violação ao direito à informação do consumidor”, conclui o cientista social.

Por Helena Moura e Julia Machado 

Produtos transgênicos e os riscos à saúde

Os transgênicos estão presentes em quase tudo que é consumido no nosso dia a dia. Desde o café da manhã, até a última refeição que feita, se ingere uma quantidade considerável de produtos transgênicos. Mas afinal, o que de fato é um produto transgênico? Segundo especialistas, são alimentos que têm sua estrutura genética modificada, isto é, sua estrutura é alterada a fim de que as bactérias e pragas não ataquem o broto, e ele chegue como um produto esteticamente bonito nas prateleiras do supermercado. 
Os transgênicos não se limitam apenas às frutas, legumes e verduras. Eles estão espalhados, inclusive em produtos industrializados. Toda vez que um produto apresenta na embalagem um “T” com um triângulo em volta, quer dizer, que esse alimento, tem alguma substância que foi geneticamente modificada em sua composição. A rotulagem que identifica quando o produto é ou não transgênico é obrigatório no Brasil. Porém, um projeto de lei  tramita no Congresso Nacional para que as indústrias não tenham mais a obrigação de colocar tal identificação na mercadoria. Esse projeto gera polêmicas entre os latifundiários e empresários que defendem a lei e, os profissionais da saúde que o condenam por que querem assegurar a saúde do consumidor.
Segundo o médico pediatra Lucas Corrêa,em crianças, o consumo em excesso de alimentos que contenham substâncias geneticamente modificadas pode gerar um aumento significativo de alergias, uma intolerância a antibióticos, além de outras complicações. “É preciso ficar atento com os produtos que as crianças consomem, pois é nessa fase da vida que começamos  a formam o paladar. Optar por alimentos saudáveis, não é tarefa fácil, pois certos tipos de alimentos, como verduras, frutas são facilmente rejeitados pelos pequenos. Entretanto, é preciso oferecer mais vezes”, explica o pediatra, que alerta sobre a importância de observar as embalagens para ver se contém ou não substâncias transgênicas nos alimentos consumidos pelos pequenos.
Quando questionado sobre o projeto de lei, o médico explicou que é um atentado contra a saúde, pois, segundo ele, o cidadão deve saber que tipo de alimento está consumindo. Além disso, o pediatra alerta que os riscos do consumo desse tipo de produto, não são apenas para crianças. “Há riscos para todas as idades, principalmente crianças e idosos, pelo fato de que eles são mais vulneráveis a adoecer”, finaliza.

Os transgênicos não estão presentes apenas nos alimentos consumidos por humanos, ele está também, nas rações para animais, adubos e fertilizantes para as lavouras. O zootecnista Francisco Siqueira comenta que esse produto é utilizado nas rações para prevenir o risco dos animais adquirirem certas patologias, como o gado, por exemplo, mas que também pode trazer riscos para a saúde humana, e também para o meio ambiente. “Se usado demais pode aumentar o risco de câncer em quem consome a carne, além de gerar complicações aos animais”, pondera.
Siqueira também alerta para não ser feito terrorismo sobre os produtos. Em muitos casos, é preciso utilizar produtos geneticamente modificados: “é preciso que haja um equilíbrio, porque os transgênicos são necessários, mas não devem ser usados de forma demasiada, pois se usado demais traz riscos”, comenta.
Conforme o jornal on line O Progresso de Minas Gerais, o Brasil consumia em 2009 5,2 quilos de veneno agrícola habitante/mês. O Instituto Nacional do Câncer (Inca), alerta que o uso de agrotóxicos pode causar infertilidade, aborto, modificações no sistema imunológico e câncer. 
Corrêa orienta as pessoas a comprarem legumes, frutas e verduras, em feiras orgânicas, ou escolher produtos hidropônicos, isto é, a base de água. “Comprar verduras e hortaliças no supermercado, pode parecer saudável, mas não é. É preciso verificar a procedência do alimento antes, caso contrário fará tantos malefícios quanto o refrigerante”, finaliza.


Por Laíz Lacerda e Pedro Corrêa