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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A mulher chefe de família

Apesar de ainda vivermos em uma sociedade em muitos aspectos patriarcal, já se foi tempo em que lugar de mulher era somente em casa. Hoje, são elas que muitas vezes são responsáveis pelo sustento da família. Assim , em muitos lares do Brasil elas assumiram o lugar de “ chefes de família”. Foi dentro desse contexto que a estudante de psicologia Caroline Berilagua, com a orientação da professora Caroline Buais , estudou durante o estágio do seu curso como acontece a construção da mulher como chefe de família, e quais os sentidos partilhados por estas mulheres.
O trabalho foi feito por meio de observação, entrevistas sobre o histórico de vida e uso de um diário de campo nas visitas semanais de 1h30m. Durante a observação, ela constatou que muitas mulheres passam a ser “ chefes de família” quando tem que sair de casa ainda cedo e trabalhar e assim há uma relação forte de autonomia. Já outras se caracterizam nesta função quando perdem ou se separam dos maridos, sendo muitas vezes “ pai e mãe” dentro de casa. Para elas, o que define a chefia é a responsabilidade, o cuidado, o controle do orçamento e a organização.
A parte mais difícil, conforme relatos feitos, é tomar decisão e escolhas e enfrentar as dificuldades que surgem, já que muitas vezes elas estão sozinhas para encarar estes desafios. O estudo foi feito em uma comunidade carente de Santa Maria, e isto agrava ainda mais a situação, pois esta é a mesma condição de milhares de mulheres no Brasil, que são chefes de família em um país em que as condições de sobrevivência e garantias do governo tendem a ser precárias. O apego à religião é então um dos principais aspectos que essas mulheres utilizam para seguir em frente e acreditar em dias melhores.

Ananda Delevati

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