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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Epidemia de meningite requer maior vigilância, alerta FiOCruz

Estudos realizados recentemente pelo Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) apontam a necessidade de se ter maior vigilância na identificação dos agentes que causam meningite viral. A pesquisa refere-se, principalmente, ao Rio de Janeiro, pois o Estado está vulnerável a um novo agente causador da epidemia. Essa identificação ajudará a isolar tais agentes.
A meningite causa inflamação nas membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser viral ou bacteriana. As virais são de caráter mais leve, assemelhando-se à gripes e resfriados. Já a causada por bactérias é contagiosa e, geralmente, mais grave, podendo levar à morte. Ela possue várias tipificações, entre elas as mais conhecidos como A, B e C. As crianças menores de uma ano são as mais suscetíveis à moléstia.
A doença atinge, na sua maioria, conglomerados populacionais. Isso ocorre devido a precariedade dos serviços de saúde, à falta de higiene e pela facilidade de propagação em locais fechados e/ou aglomerados, tendo maior incidência no inverno. No país, o Rio de Janeiro e a Bahia são os mais atingidos pela doença.
O histórico da meningite remonta à década de 70, anos de chumbo no Brasil. O país vivia o chamado "milagre econômico", como o governo Médicci. Quando a epidemia de meningite é detectada, as autoridades do Estado a negam a sua existência e decretam a lei da mordaça para pesquisadores e médicos. O resultado foi que a doença começou a se espalhar. Tempo depois ela foi reconhecida e iniciou-se as campanhas de vacinação.
A prevenção é feita através de vacinação. Para que funcione, a aplicação deve ser feita em massa, evitando que epidemia se prolongue por mais tempo. A vacina A+C é encontrada nos postos de saúde. No entanto, para o tipo B não há medicação gratuita. De acordo com entrevista dada ao Jornal da Ciência,o diretor-presidente da Fundação Butantan, Isaias Raw, diz que a empresa responsável pela fabricação dessa vacina detém o seu monopólio, o que inviabiliza a imunização em massa. Ele até questiona o seu custo já que ela possui o mesmo princípio ativo da A e C.
A notícia mais recente sobre o assunto diz que há uma nova vacina contra a meningite na Europa. O preço será cerca de 70 euros cada dose (aproximadamente R$ 202,00) e será indicada para bebês e crianças com idades entre seis semanas e dois anos de idade. Mais uma vez, ficamos à mercê de monopólios internacionais, e o pior é que se trata de saúde pública mundial, pois países como os EUA também são acometidos por essa epidemia.


Por Neli Mombelli

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Gripe Suína foi prevista há seis anos

A reportagem de Mike Davis, publicada noThe Guardian no último dia 27, traz a crítica ao sistema internacional da Organização Mundial da Saúde e dos governos dos países industrializados que negligenciam os efeitos das pandemias, optando pelo isolamento das regiões afetadas ao invés de tratar e prevenir coletivamente os problemas.
Segundo ele, o H5N1, como é definido o vírus suíno, " é uma ameaça de desconhecida magnitude. Parece menos letal que a Síndrome Respiratória Aguda Grave de 2003 (Sars, sigla em inglês), mas, como gripe, pode ser mais durável que a Sars. Dado que as gripes sazonais domesticadas de tipo-A matam cerca de um milhão de pessoas por ano, mesmo um modesto aumento da virulência, especialmente se combinado com alta incidência, poderia produzir uma carnificina equivalente a uma grande guerra".
A informação é complementada pela advertência feita há seis anos pela revista Science que dedicou um artigo principal à evidência de que "depois de seis anos de estabilidade, o vírus da gripe suína norte-americana saltou para uma auto-estrada evolutiva".
A gripe suína (H1N1) foi identificada pela primeira vez durante a Grande Depressão, e de lá para cá, apenas se desviou ligeiramente do seu genoma original. "No entanto, em 1998 uma estirpe altamente patogénica começou a dizimar porcas numa fazenda da Carolina do Norte, e novas e mais virulentas versões começaram a aparecer quase anualmente, incluindo uma variante do H1N1 que continha os genes internos do H3N2 (o outro tipo de gripe tipo-A que circula entre os humanos) ", relata Davis. A preocupação dos virologistas entrevistados pela revista era de que um desses híbridos viessem a tornarem-se uma gripe humana. Eles acreditam que " o sistema agrícola intensivo da China meridional é a principal fábrica de mutação da gripe: tanto os "desvios" sazonais quanto os "desvios" genómicos. Mas a industrialização da criação de gado rompeu o monopólio natural da China sobre a evolução da gripe. A pecuária, em décadas recentes, tem-se transformado em algo que mais se parece à indústria petroquímica do que a feliz fazenda familiar descrita nos livros escolares. Em 1965, por exemplo, havia 53 milhões de porcos em mais de 1 milhão de fazendas; hoje, 65 milhões de porcos estão concentrados em 65 mil instalações. Foi a transição dos antiquados redis de porcos para vastos infernos de excrementos, contendo dezenas de milhares de animais com sistemas imunitários enfraquecidos". A mesma equipe de investigadores advertiu que o uso promíscuo de antibióticos nas suiniculturas estava a incentivar o crescimento de infecções de estafilococos resistentes, ao mesmo tempo, que os derramamentos de esgotos produziam erupções de E coli e de pfiesteria.
Davis aponta ainda a crítica feita pelos virologistas ao poder dos conglomerados de gado como as Smithfield Farms (porco e vaca) e a Tyson (frangos) empenhados não apenas na obstrução sistemática das investigação como ameaças de reter financiamentos aos investigadores.
"Isto não quer dizer que nunca se encontrem provas flagrantes: já há bisbilhotices na imprensa mexicana sobre um epicentro de gripe em torno de uma grande subsidiária da Smithfield no estado de Veracruz. Mas o que mais importa (especialmente dada a contínua ameaça do H5N1) é a maior configuração: a fracassada estratégia pandémica da OMS , o maior declínio da saúde pública mundial, a camisa de forças da indústria farmacêutica sobre os medicamentos essenciais, e a catástrofe planetária da produção de gado industrializada e ecologicamente demente."

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terça-feira, 28 de abril de 2009

Saramago e a memória

Abril 28, 2009 by José Saramago
Somos a memória que temos, sem memória não saberíamos quem somos. Esta frase, brotada da minha cabeça há muitos anos, no fervor de uma das múltiplas conferências e entrevistas a que o meu trabalho de escritor me obrigou, além de me parecer, imediatamente, uma verdade primeira, daquelas que não admitem discussão, reveste-se de um equilíbrio formal, de uma harmonia entre os seus elementos que, pensava eu, contribuiria em muito para uma fácil memorização por parte de ouvintes e leitores. Até onde o meu orgulho vai, e apraz-me declarar que não chega muito longe, envaidecia-me ser o autor da frase, embora, por outro lado, a modéstia, que também não me falta de todo, me sussurrasse de vez em quando ao ouvido que tão certa era ela como afirmar com toda a seriedade que o sol nasce a oriente. Isto é, uma obviedade.Ora, até as coisas aparentemente mais óbvias, como parecia ser esta, podem ser questionadas em qualquer momento. É esse o caso da nossa memória, que, a julgar por informações recentíssimas, está pura e simplesmente em risco de desaparecer, integrando-se, por assim dizer, no grupo das espécies em vias de extinção. Segundo essas informações, publicadas em revistas científicas tão respeitáveis como a Nature e a Learn Mem, foi descoberta uma molécula, denominada ZIP (pelo nome não perca), capaz de apagar todas as memórias, boas ou más, felizes ou nefastas, deixando o cérebro livre da carga recordatória que vai acumulando ao longo da vida. A criança que acaba de nascer não tem memória e assim iríamos ficar nós também. Como dizia o outro, a ciência avança que é uma barbaridade, mas eu, a esta ciência não a quero. Habituei-me a ser o que a memória fez de mim e não estou de todo descontente com o resultado, ainda que os meus actos nem sempre tenham sido os mais merecedores. Sou um bicho da terra como qualquer ser humano, com qualidades e defeitos, com erros e acertos, deixem-me ficar assim. Com a minha memória, essa que eu sou. Não quero esquecer nada.

domingo, 26 de abril de 2009

Informação sem fronteiras

Há muito tempo que a internet já deixou de ser uma novidade e se concretizou como veículo de comunicação com características próprias. Uma dessas marcas é a grande quantidade de informações e conhecimentos disponibilizados por ela, mas, no entanto, o conteúdo veiculado por essa mídia também tem alguns obstáculos a superar. Entre eles a questão da credibilidade, pois, em alguns casos, se desconhece as fontes de produção. Em contraponto, quando são encontradas fontes consideradas seguras, o acesso é restrito, impedindo que os interessados tenham contato com essas informações privilegiadas.
O surgimento da Biblioteca Mundial Digital e da Europeana são iniciativas que vêem justamente para estabelecer uma nova forma de disponibilizar o acesso à informação. Os dois sites reúnem documentos e imagens que antes não eram passíveis de serem encontradas em um mesmo local, o que facilita ao usuário interessado aprofundar o conhecimento que está buscando, além de oferecer complementações e canais alternativos, como vídeos e arquivos de áudio.Embora a diversidade do material disponibilizado não seja muito ampla, os sites, que ainda estão dando seus primeiros passos, são promissores. Agora é torcer que a ideia tenha um boom em sua disseminação e na adesão de instituições e entidades dispostas a colaborarem e compartilharem seus arquivos, pois a história é um patrimônio da humanidade, e nada mais justo que esta possa ter acesso à isso tudo sem precisar criar um login e senha.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Navegando na Biblioteca Digital Mundial

Mais do que um motor de busca, a Biblioteca Digital Mundial (WDL, sigla em inglês) é um difusor de conhecimento. Conhecimentos esses que são milenares, pois ali estão registros históricos de todo o mundo, à mão de quem quiser olhar. É um verdadeiro tesouro que encanta a qualquer um, desde quem é apaixonado pela História a quem é simplesmente movido pela curiosidade de saber um pouco mais sobre outras nações. Idealizada pela Unesco, a Biblioteca congrega documentos, fotografias, mapas e manuscritos digitalizados que foram disponibilizados pelas grandes bibliotecas de todos os continentes, embora, nem todas, ainda, façam parte desse plano. A WDL também é multimídia, disponibilizando arquivos de áudio e imagem que datam do século XIX e vídeos explicativos dos curadores de algumas instituições.
O projeto é espetacular, simplesmente pelo fato de que qualquer pessoa, em qualquer lugar do planeta, desde que conectado a rede mundial de computadores, tem acesso à documentos que até então não dispunham de tal alcance. Dê uma espiada.

Por Neli Mombelli

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Nova fonte de buscas culturais

Lançada recentemente, a Biblioteca Digital Mundial tem o apoio da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura e disponibiliza importantes fontes provenientes de países e culturas do mundo. O acervo é amplo mas ainda não é completo, e logo na entrada do site, os materiais são separados em América do Norte, América Latina e Caribe, Europa, África Setentrional e Oriente Médio, África, Ásia Meridional e Ásia Central, Ásia Oriental, Sudeste da Ásia e Oceania e Pacífico. Até o momento, os maiores conteúdos são da Europa e América Latina e Caribe.
A Biblioteca Digital Mundial está disponível em sete idiomas diferentes, e oferece aos visitantes fotos antigas, mapas, desenhos, vídeos e conteúdos, reunidos em um só lugar. O Site oferece ainda uma visualização diferenciada de suas imagens e fotos, com um sistema de zoom que facilita a visualização dos mínimos detalhes.
O conteúdo histórico da nova biblioteca é rico, e traz imagens raras e complicadas de se achar em outros sistemas de buscas como o
Google Imagens. Estas imagens, desenhos, mapas, manuscritos e fotos que estão agora digitalizados e reunidos na Biblioteca são de livre acesso a qualquer usuário que utilize a internet. O conteúdo de vídeos ainda é fraco, e o forte do site é a ferramenta de buscas e fotos.
O sistema de buscas do site é simples e eficiente. Os usuários podem procurar por palavras exatas ou refinar a pesquisa utilizando localidade, período, instituição, entre outros. Dentre os objetivos da Biblioteca estão expandir o volume e a variedade de conteúdo cultural na internet e fornecer recursos para educadores, acadêmicos e para o público em geral.
Por Pricila Lameira

Com a crise na mira

A parceria entre governo federal com algumas indústrias, em especial a bélica, parece que tem gerado bons frutos. É o que relata uma notícia publicada no jornal Zero Hora.
Segundo a matéria, o investimento aproximado de 150 a 200 milhões de euros vai ser injetado na indústria Helibras, empresa formada por capital misto entre o governo de Minas Gerais e o grupo francês Eurocopter.
O que causa estranhamento, além do valor anunciado pelo ministro da Defesa Nelson Jobim, é o fato de que o investimento será feito justo onde a crise tem se abatido com maior força, na indústria.
Uma breve análise já basta para despertar a desconfiança sobre o retorno desse investimento e se a produção realizada será mesmo absorvida pelos países-alvo, embora a inicial seja direcionada para o Brasil. Afinal, os demais países terão que investir em importações e mandar para o exterior recursos financeiros que, a princípio, servem como reserva e segurança para as economias internas.
Em contraponto à hipótese de investir baseado em previsões incertas, o ministro destaca que apoiar financeiramente a indústria bélica sempre foi um artifício para aquecer a economia e gerar empregos. Ou de pelo menos tentar, já que uma das condições para a concessão do apoio é a de que 50% dos componentes das aeronaves devem ser originários de indústrias brasileiras.
Entre o dito e não dito, fica no ar o valor exorbitante investido, a incerteza de retorno desse capital e o questionamento se tal quantia não poderia ser redirecionada para áreas e indústrias que correspondessem às demandas da sociedade. Além desses, outra dúvida é a saber até que ponto o foco é aquecer a economia e gerar empregos, já que o setor é ambiguamente estatal e privado.
Seria ele estatal para atrair capital e privado para gerir a mão-de-obra e os negócios? A resposta só o futuro pode dar.



Por Carlos Eduardo, Flávia Alli e Juliano Pires

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Unesco lança Biblioteca Digital Mundial

Desde ontem, 21 de abril, internautas de todo o mundo têm acesso gratuito a conteúdos das principais bibliotecas e arquivos do mundo. A Unesco lançou, na sua sede em Paris, a Biblioteca Digital Mundial que oferece gratuitamente na internet, o acesso a materiais culturais únicos de bibliotecas e arquivos de todo o mundo. A página da web inclui manuscritos, mapas, livros, impressões, fotografias, filmes e gravações raras.
A iniciativa da Organização ganhou a parceria de 32 instituições pertencentes a países como como China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, México, Rússia, Arábia Saudita, Egito, Uganda, Israel e Japão. A previsão é de até o final do ano, 60 institituições estarem integrando a Biblioteca.
As instituições atuaram na digitalização e tradução para diversas línguas de dezenas de milhares de livros, imagens, manuscritos, mapas, filmes e gravações de bibliotecas em todo o mundo. A abiblioteca virtual terá sistemas de navegação e busca de documentos em sete línguas, entre elas o português. Ela também oferece obras em várias outras línguas.

Da redação

Técnica permite reprodução entre gays

A possibilidade de casais homossexuais terem filhos biológicos através de reprodução assistida está em discussão. A pesquisa veiculada no G1, baseia-se na descoberta de que células do tipo iPS (sigla inglesa de “células-tronco pluripotentes induzidas”) são idênticas às células tronco embrionárias, só que podem ser coletadas quando adultas e de qualquer parte do corpo humano. Em laboratório, as células iPS são manipuladas de modo a voltar ao estado embrionário, sendo capazes de dar origem a todos os tecidos do corpo humano, inclusive a óvulos e espermatozóides.Tal descoberta pode vir a possibilitar a indução de reprodução entre homossexuais, processo que irá alterar de forma significativa as questões relacionadas a reprodução humana.

Pela relevância, a notícia teve repercussão em sites e blogs direcionados para esse público específico. A sessão de comentários desses sites tornou-se palco de um debate sobre os prós e contras desses procedimentos, e de suas possíveis conseqüências. Além disso, o texto original do portal G1 foi veiculado, com os devidos créditos em outros sites, entre eles: Universo Mix, Jornal de Londrina e Gazeta News.

A técnica ainda não foi realizada e não é certa sua eficácia, mas, existem alternativas que a ciência tem utilizado para possibilitar a reprodução entre casais homossexuais. A reprodução assistida entre mulheres já é uma realidade. Nesse caso, uma das futuras mães doará o óvulo que será fecundado por um esperma colhido em um banco de sêmen, e a outra, o útero onde será implantado o embrião resultante da fecundação.

O procedimento está sendo realizado por um casal de brasileiras, e foi retratado pela revista Época em março. A publicação aborda a história delas, o processo para realizar a inseminação, a legalização da maternidade, outros exemplos de famílias homossexuais com filhos e ilustrações que explicam o processo científico de forma simplificada. Além da simples personificação do assunto, a revista procurou outros viéses e conseguiu explicar de forma objetiva o processo científico comentado.

A polêmica em torno da questão rendeu entre os dias 13 de março e 20 de abril, 447 páginas de comentários na página da revista. O blog Na Ponta dos Dedos reproduziu a reportagem da revista, gerando no site uma série de opiniões sobre o tema.

O site Um outro Olhar divulgou neste mês, a notícia sobre um casal de espanholas que conseguiu na justiça o direito de registrar conjuntamente o bebê nascido através desse mesmo processo que está sendo repetido pelas brasileiras.

Outra possibilidade de reprodução que obteve êxito e foi noticiada no portal G1, é o “bebê com três mães”. O fato ocorreu com três irmãs britânicas. Uma delas era impossibilitada de ter filhos, a outra doou o óvulo, a terceira, o útero e o marido de uma delas o espermatozóide para a fecundação. O procedimento realizado em 2005 deu tão certo, que foi repetido com a mesma família. O segundo bebê gerado sob tal técnica já está na décima quinta semana de vida.

Percebe-se, em especial, que as notícias sobre reprodução humana entre homossexuais tiveram repercussão onde foram divulgadas, incluindo os segmentos a que são dirigidas, mantendo um debate com a sociedade. Toda a repercussão gerada pela notícia demonstra que a sociedade está refletindo sobre questões relacionadas à bioética e a manipulação da reprodução humana.


Por Bruno Barichello, Rejane Fiorenza e Mariana Silveira

SOB MEDIDA

Já havia sido divulgadas notícias a respeito da manipulação e seleção de embriões, com o intuito de serem geneticamente escolhidos sem pré-disposição a determinadas doenças ou compatíveis com familiares que necessitassem de algum tipo de transplante.

Essa mesma técnica permite que médicos e cientistas tenham noções estéticas do futuro feto, conhecendo características como a cor dos olhos, da pele e dos cabelos. No entanto, utilizar tais processos para escolher as peculiaridades estéticas do bebê era uma prática que se mantinha fora do “circuito comercial” das clínicas de fertilização assistida. No último mês, foi divulgada uma clínica norte-americana que já permite que os pais optem entre os embriões, de acordo com suas características físicas, mediante a escolha de um determinado embrião em detrimento de todos os outros.

Do ponto de vista ético, parece diferente optar entre um embrião menos suscetível a doenças e outro louro de olhos azuis. Se essa prática passar a ser adotada a longo prazo e se popularizar, será possível escolher um futuro feto pela cor dos cabelos, mais ou menos da mesma maneira como escolhemos um frasco de tinta.
O questionamento que persiste é: se cada vez mais os grupos segregados tentam se unir ao que chamamos de sociedade “normal”, lutando por um viés de inclusão, onde esse conceito terá espaço numa sociedade em que, determinados grupos sociais terão a chance simplesmente de excluir, desde o princípio aqueles que sejam portadores de necessidades especiais, que tenham alguma doença pré-disposta, que sejam, brancos, pretos ou pardos, hetero ou homossexuais (partindo-se da teoria científica de que a homossexualidade é determinada geneticamente).

Estaremos nós embarcando de forma “lenta” e silenciosa no Admirável Mundo Novo criado por Aldous Huxley?

Por Mariana Silveira

A ERA DA MANIPULAÇÃO GENÉTICA E O PAPEL DO JORNALISMO DE CIÊNCIA

Perder um filho, um marido ou alguém muito próximo de forma abrupta não é uma tarefa fácil de lidar. Do mesmo modo, saber agir diante de uma perspectiva difícil como uma doença que pode comprometer de forma definitiva a vida de um indivíduo ou levá-lo à morte, também não é.

Por mais conhecido que seja o ciclo da vida, as pessoas não estão prontas para perderem aqueles que as cercam e muito menos prontos simplesmente para morrer, deixar de existir. Quando o ser humano se vê sob uma dessas perspectivas, logo tenta contornar a situação. E com a evolução científica e tecnológica que vem se instaurando de forma cada vez mais rápida e dando ênfase a esses aspectos, a ciência tornou-se aliada nesse processo.

Hoje é possível - se um indivíduo é diagnosticado com alguma doença que interfira em seu ciclo reprodutivo, ou que vá ser submetido a tratamentos como quimioterapias ou radioterapias-, congelar espermatozóides ou óvulos para uma futura reprodução assistida. Essa técnica também tem sido aliada de casais que planejam primeiro sua carreira profissional e uma possível estabilidade para depois aumentarem a família. A nova tendência social tende a fazer com que as mulheres optem por ter filhos cada vez mais tarde, o que torna o procedimento mais arriscado. Com o congelamento do material genético, é possível alcançar uma gravidez segura mesmo em idade mais avançada, já que o material coletado mantém-se com a idade que tinha quando foi reservado.

Um episódio que vem sendo divulgado é o da menina norte-americana, nascida partir de um sêmen congelado há 22 anos atrás. O pai, submetido a um tratamento de radioterapia quando jovem coletou o material genético antes de se submeter ao tratamento, visando à possibilidade de ter filhos futuramente.

Também tem se tornado cada vez mais comum a utilização de sêmen de homens já falecidos. É o caso do juiz norte-americano que concedeu o direito a uma mãe, de congelar o sêmen do filho morto em uma briga. A mãe alegou que o sonho do filho era ter três filhos e que faria o possível para realizá-lo. A notícia ganhou as páginas dos jornais internacionais.No Brasil, em especial, os meios de comunicação on-line divulgaram notícias praticamente idênticas, e tiveram como fonte a agência brasileira BBC. Portais como UOL, GLOBO.COM, TERRA e FOLHA ON-LINE publicaram os mesmos conteúdos. Sites menores, como a GAZETA DO POVO e o JORNAL PEQUENO, também publicaram essa mesma versão dos fatos.

O que se questiona é até que ponto esse tipo de procedimento e essas novas formulações familiares irão interferir no modelo social futuro. No meio de tantas inovações e mudanças onde e como ficam os meios de comunicação, responsáveis por levar de forma direta ou indireta essas questões às rodas de conversa?

Embora seja uma notícia de âmbito internacional, onde a infra-estrutura impossibilita uma cobertura direta, é possível haver desdobramentos dessa temática, procurando fontes nacionais sobre o assunto, questionando os métodos e a ética envolvida, enfim, analisando aquilo que é noticiado.

Na edição de 14 de fevereiro, o jornal ZERO HORA, publicou uma reportagem sobre essa temática, focando no planejamento da fertilização. Além de citar diversos cases com histórias de pessoas que se utilizaram dessa evolução da ciência médica, a edição também explicou os procedimentos e apresentou tabelas com dados relevantes.

Comunicação e o Jornalismo de Ciência

Outro caso registrado pela mídia foi o de uma mãe que deu a luz a um bebê através de um espermatozóide de seu marido falecido há sete anos. Vítima de uma doença grave, o marido permitiu a coleta e posterior utilização do material. Sete anos após o incidente, sua esposa resolveu utilizá-lo.
Na era da manipulação genética de embriões humanos em que bebês são concebidos para doarem material genético compatível com parentes que sofrem de alguma enfermidade, ou que podem ser gerados depois da morte ou da infertilização de um dos genitores, os meios de comunicação mantém sua função primordial: informar a sociedade sobre fatos, de alguma óptica, abrangentes. Os jornalistas são o elo entre a informação bruta e a sociedade e cabe a eles lapidar e conectar tais conhecimentos, até que estejam adequados para divulgação.

A manipulação genética como técnica é uma ferramenta capaz de mudar os rumos da evolução humana e, como temática, deve ser trabalhada de forma ampla, sendo levada ao conhecimento do público que está distante de questões como ciência e tecnologia, uma vez que se trata de um assunto comum a todos e de extrema relevância.

Todos esses exemplos não deixam de refletir a tendência dos meios de comunicação de se focarem na personificação dos casos, abstendo-se do processo de obtenção de tal êxito e mais do que isso, não parando para refletir e questionar sobre aquilo que é veiculado. Mesmo no caso específico do jornalismo científico, há essa personificação, claramente disposta por dois fatores: melhor ilustrar uma temática que ainda não é muito conhecida pelo grande público, criando um elo de identificação, e o próprio despreparo e falta de conhecimento dos profissionais responsáveis por essa área, que ao desconhecer os processos envolvidos e relacionados a reprodução humana, acabam ficando presos ao modelo de personificação em que um caso específico ganha muito mais destaque do que o contexto que o gerou.

Por Mariana Silveira e Bruno Barichello

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Os cuidados com os suplementos alimentares

A revista Saúde do mês de abril, edição número 309, noticiou os perigos de se utilizar sumplementos alimentares. Pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, analisaram 111 produtos apreendidos em academias de ginástica, onde seis desses produtos eram de marcas nacionais. O resultado dessa análise revelou que cerca de 25% desses suplementos continham esteróides, que são substâncias derivadas do hormônio masculino, e que servem para aumentar a massa muscular. Esses produtos contém substâncias prejudiciais que não são declaradas nas embalagens.
Segundo a notícia, diversas pesquisas já foram realizadas e os resultados são sempre os mesmos, os suplementos apresentam mais substâncias do que as que são divulgadas em suas embalagens. Muitas vezes são encontrados anabolizantes e estimulantes em simples suplementos nutricionais.
Além de alertar para estes perigos, a matéria orienta que os consumidores desses produtos utilizem somente produtos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e sempre com acompanhamento médico.


Por Pricila Lameira

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Seminário de Pesquisa discute Rádios Comunitárias

Pesquisa científica e TFG são duas coisas que geram certo medo na maioria dos alunos de ensino superior. Hoje, dia 15, teve início o Seminário de Pesquisa promovido pelos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UNIFRA a partir de uma interação entre professores e alunos, cujo objetivo é desmistificar os processos que envolvem os primeiros contatos que um acadêmico tem com esse tipo de trabalho.

Trata-se de uma série de encontros durante os quais serão discutidos os resultados das pesquisas produzidas nos cursos. No dia 15, o centro da discussão foi a temática da Comunicação comunitária e o quê ela engloba? O primeiro dia do seminário discutiu as pesquisas sobre as Rádios Comunitárias, quando foram apresentados dois projetos de pesquisa que analisam diferentes aspectos de duas rádios comunitárias de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Em um primeiro momento, a professora Viviane Boréli, o professor Gilson Piber e a acadêmica Adriana Garcia, apresentaram um projeto que vem sendo desenvolvido dês do começo de 2008. O foco do projeto é analisar os contratos de leitura estabelecidos entre as rádios comunitárias Caraí FM e a ComNorte em suas comunidades. Através da análise da relação que existe entre a programação oferecida e as reais necessidades das comunidades, foi possível identificar aspectos que auxiliam ou que prejudicam a manutenção desses contratos.

Já na segunda parte do seminário foi apresentado pela professora Rosana Zucolo e pelo acadêmico de jornalismo Juliano Pires, em pesquisa que realizou um estudo de recepção da programação das mesmas rádios. O projeto, também de 2008, utilizou questionários e entrevistas dentro da metodologia dos grupos focais para analisar as opiniões da comunidade em relação ao que as rádios oferecem.

Um novo encontro está marcado para o dia 04 de maio, no horário das 9:35h as 11:15h com o tema Comunicação e Responsabilidade Social , debatido pelas professoras Angela Lovatto Delazzana e Cristina Munarsky Jobin Hollerbach . E depois no dia 25 de maio, das 18:30h às 20:10h , com a temática Representação, Imagem e Política, apresentado pelos professores Carlos Alberto Badke; Sibila Rocha e Laura Elise Fabrício.

Por Carlos Eduardo Flores e redação

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Em Defesa das armas

A internet é considerada um dos meios de comunicação mais propícios pra se encontrar todo tipo de assunto procurado, em especial para se atualizar os conhecimentos. Prova disso é a expressão usada freqüentemente pelas pessoas de que “basta procurar no Google”.
Contudo, existem aquelas informações que se tornam verdadeiros desafios aos leitores preocupados em saber mais, entre eles o contexto em torno das indústrias bélicas. Basta uma rápida pesquisa para que os interessados se deparem com datas de um, dois, três ou mais anos atrás. E, ao analisar as reportagens publicadas, é possível estabelecer alguns porquês relacionados à escassez de notícias.
O principal deles é o vínculo de proximidade entre as indústrias bélicas e os ministérios de Defesas dos países, que por uma questão de disputa e protecionismo econômico, evitam divulgar inovações. Outro fator é a própria participação dos governos junto às indústrias que, como no caso do Brasil, ao mesmo tempo em que atua como credor, procura não vincular sua imagem às empresas e corporações.
No entanto, conforme declaração do pesquisador em assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora, Expedito Carlos Stephani Bastos, feita à Agência Brasil, no qual ele comenta a penetração da produção bélica brasileira em outros países, é possível detectar referências à estreita ligação entre o armamento e o governo de seu país de origem. Essa mesma relação pode ser percebida em outros países como a França.
Ao se tentar entender essa situação um paradoxo se estabelece: por que o país que investe economicamente no setor bélico não gosta de ter sua imagem vinculada à área? Por meio dessa pergunta outras duas se originam: por que a população não é informada de maneira clara e aberta sobre os investimentos realizados no segmento? E para terminar os questionamentos: qual o motivo que faz um país “pacifista” como o Brasil desenvolver armas e exportá-las para nações que inclusive podem estar em guerra?
Como resposta ao leitor que procura compreender e conhecer um pouco mais o contexto bélico fica o estímulo de que continue na investigação. E um aviso: antes de partir em busca de tais informações, pegue sua arma e se entrincheire, porque pode ser uma verdadeira guerra adentrar no campo inimigo.

Por Carlos Eduardo, Flávia Alli e Juliano Pires

Políticas públicas e a doença de Chagas

Ao observar as publicações desta semana referente aos fármacos, encontrou-se ontem, dia 14, a seguinte chamada no Jornal da Ciência, cujo texto foi reproduzido da Folha de SP, "Droga contra doença de Chagas ainda é pouco eficaz". Lembrei que estudamos o Trypanosoma cruzi, agente da doença de Chagas, no ensino médio e durante o vestibular. Mas é preciso confessar, não tinha conhecimento de que tantas pessoas ainda são acometidas por esse mal. Os dois medicamentos usados atualmente têm mais de 30 anos e não conseguem uma eficácia maior do que 70%. E as principais vítimas da doença são as crianças. Cerca de 14 mil pessoas morrem anualmente em decorrência do mal de Chagas nas Américas.
Segundo levantamento da Ong DNDI (Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas, sigla em inglês), a cada ano são registrados na América do Sul e Central 41.200 novos casos, transmitidos diretamente pelo barbeiro. A pior situação está na Bolívia, com 10.300 registros inéditos. O bom da notícia é que há previsão para a fabricação de um novo medicamento em 2010, que se destina às crianças.
Essa informação faz pensar nas políticas públicas do Estado. A ciência tem avançado muito, mesmo que a passos lentos como no caso dessa moléstia. No entanto, não é possível ficar na dependência de novos tratamentos e de novos fármacos. Fazendo uso de um velho clichê, "é preciso cortar o mal pela raiz", isto é, trabalhar na prevenção dessas epidemias, e para quem já está infectado, deve haver políticas de saúde onde se possa realizar um diagnóstico precoce da doença, o que torna o tratamento mais eficaz. Talvez o leitor pense que é fácil jogar a culpa no governo, mas é inegável que nossas políticas públicas vão mal, e muito.

Por Neli Mombelli

Fundação Ford abre inscrições para bolsas de pós-graduação

Estão abertas as inscrições para a Seleção Brasil 2009 do Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford (International Fellowships Programa - IFP). A fundação oferece bolsas de mestrado por até 24 meses para o aperfeiçoamento acadêmico de líderes em questões relacionadas à justiça e igualdade social, no Brasil e no exterior. O prazo para as inscrições vai até o próximo dia 25 de maio de 2009.
Os critérios para concorrer são: ter o diploma da graduação com comprovado desempenho acadêmico, experiência em trabalhos comunitários ou voluntários e, residência fixa no Brasil.
É vedada a participação de ex-bolsistas do IFP, de pessoas já matriculadas, inscritas ou que cursem mestrado, de profissionais que já disponham de doutorado ou que tenham iniciado o curso antes do 2º semestre letivo de 2007.
A bolsa exige dedicação exclusiva aos estudos, sendo incompatível com atividade remunerada, com exceção para atividades acadêmicas relacionadas ao projeto de dissertação ou tese em situações específicas e mediante aprovação prévia.

Mais informações:
www.programabolsa.org.br, pelo e-mail programabolsa@fcc.org.brou com a Fundação Carlos Chagas pelo telefone 11-3722-4404.
Da redação

quarta-feira, 8 de abril de 2009

DESENVOLVIMENTO HUMANO

A demarcação contínua da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, continua polêmica.o Supremo Tribunal Federal deu prazo até 30 de abril para que os não-índios saiam do território. São 17 mil km² onde indígenas e arrozeiros disputam a área desde a criação da reserva em 1988. A questão foi parar no Supremo Tribunal Federal. Em dezembro do ano passado, quando oito ministros do STF já havia definido o voto favorável à demarcação o ministro Marco Aurélio Mello pediu vistas ao processo. No dia 18 de março último, por 10 votos a 1, a demarcação foi mantida.

Em dezembro passado foi lançada a animação “Reserva Raposa Serra do Sol” para explicar à sociedade de forma simples e direta esse caso que vem gerando polêmica desde 1998, quando a reserva foi criada no governo FHC, e agravou-se em 2005 quando foi homologada já no governo Lula . Dirigido por Arnaldo Galvão, tem entre os responsáveis pelo argumento e roteiro Spensy Pimentel, jornalista e antropólogo, respectivamente.


Da redação

sexta-feira, 3 de abril de 2009

EM BUSCA DA PERFEIÇÃO

Um mundo onde seres humanos são geneticamente criados para serem perfeitos, precisamente saudáveis e esteticamente belos é o itinerário perfeito para uma aventura de ficção científica. Há muito tempo que os homens sonham e brincam com essa questão: dominar a própria espécie. Quando Andrew Niccol produziu o roteiro do filme Gattaca (1997) não devia imaginar que pouco mais de uma década depois disso parte de suas idéias se tornariam possíveis de serem executadas. No entanto, a seleção genética de embriões já é uma realidade palpável e concreta e como tal, merece a atenção da comunidade jornalística.
O jornalismo científico voltado para a temática da reprodução humana é focado basicamente nas questões relativas à reprodução assistida. Dentro dessa categoria tem-se abordado de forma significativa a manipulação de embriões através de seleção genética. Essa sub-temática refere-se basicamente a interferências e testes para que embriões selecionados dêem origem a fetos com determinadas características especificas.
É possível, por exemplo, que um bebê nasça sem o gene responsável pela propensão do câncer de mama ou que tenha características específicas que são necessárias para compatibilidade em algum transplante a ser realizado com parentes próximos.
Dois casos têm sido difundidos pela mídia: o do bebê espanhol Javier, concebido especialmente para um transplante de células medulares ao irmão que sofre de uma grave anemia congênita e o de uma recém-nascida britânica gerada de forma a evitar a pré-disposição a determinados tipos de câncer. Esses episódios específicos servem de pano de fundo para a imprensa discutir de forma mais aprofundada a respeito da seleção genética de embriões.
Numa análise de
publicações referentes ao assunto, percebe-se que determinadas notícias priorizam a personificação da temática, na tentativa de criar um elo de identificação entre leitor e informação científica, uma vez que tecnologia e ciência são questões ainda pouco presentes na teia comunicacional da sociedade.
Outras notícias, no entanto, trabalham de forma contrária, tendo como foco o processo propriamente dito e utilizando esses casos palpáveis apenas como ilustração para o tema.
Dentre esses
textos, observa-se o caráter didático de alguns, tentando se aproximar o máximo possível de uma linguagem coloquial e comum a todos, explicando os termos e processos envolvidos.
Manipulação de embriões é o tipo de assunto que merece cuidado extra na hora de ser informado. Trata-se de questões referentes ao processo de seleção e evolução da espécie e trabalha-se de forma direta com pontos que podem vir a definir os rumos da espécie humana. Ou seja, aborda-se um assunto de interesse geral que envolve assuntos delicados e que ainda não foram pensados sob vários aspectos. Nesse contexto, é fundamental que o jornalista ao difundir esse tipo de informações, mantenha uma posição de mediador entre variados pontos de vista e que haja como um indivíduo reflexivo e questionador, perguntando-se a respeito das questões biológicas, éticas e sociais envolvidas.

Foto: Fotosearch
Por Mariana Silveira, Bruno Barichello, Rejane Fiorenza

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Governo divulga novo tratamento contra a tuberculose

O 3º Fórum Mundial de Combate à Tuberculose realizado no Rio e Janeiro de 23 a 25 de março último, e noticiado pelas diversas mídias durante a semana, trouxe uma boa notícia aos brasileiros. O Sistema Único de Saúde - SUS, terá um novo medicamento no tratamento da doença a partir do segundo semestre de 2009. A Dose Fixa Combinada (DFC), recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), reduzirá de seis para dois comprimidos diários. O custo do medicamento será menor, aumentando assim, o número de adesão dos pacientes ao tratamento. O Ministério da Saúde alerta que os pacientes que abandonam o tratamento antes do término provocam a resistência da bactéria bacilo de Koch às drogas. A informação foi divulgada pelo ministério justamente na abertura de um fórum com grande visibilidade mundial. Seria coincidência?
O Brasil está entre os 22 países com o maior número de casos de tuberculose no mundo. Em 2000, o país se comprometeu a dar prioridade ao controle da doença e demorou nove anos para adotar a DFC . Apenas cinco países no mundo ainda não utilizam a DFC para tratar a doença.

Os caminhos da doença
A tuberculose é transmitida pelo ar e ataca principalmente os pulmões. Entre os sintomas estão tosse, febre, perda de peso e falta de apetite. O bacilo de koch se multiplicam facilmente nos pulmões e sem tratamento imediato formam as cavernas tuberculosas que inflamam e sangram com freqüência. A tosse passa a ser com pus e sangue. A prevenção principal é a vacina BCG aplicada nos primeiros 30 dias de vida. Ela é capaz de proteger contra as formas mais graves na doença. O tratamento é feito a base do medicamentos TFC, conhecido como quatro em um, tem duração de seis meses e o SUS oferece tratamento gratuito.
Por Alice Bollick, Pricila Lameira e Neli Mombelli.

Intercom Sul: ainda estão abertas as inscrições

A décima edição do Intercom Sul será realizada em Blumenau, Santa Catarina, nos dias 28, 29 e 30 de maio de 2009. O tema do congresso deste ano será “Comunicação, Educação e Cultura na Era Digital”.
O prazo de inscrições vai até 7 de maio, com os valores iniciais em R$ 30,00 para estudante, R$ 50,00 para os associados à Intercom e R$ 100,00 para os não-associados. As inscrições podem ser feitas pela internet, no site da Universidade Regional de Blumenau.


PROGRAMAÇÃO
No congresso há palestras, lançamentos de produtos científicos e oficinas de comunicação, divididas em duas modalidades: metodológica – focando teorias, métodos e técnicas de pesquisa, produção e difusão – e tecnológica – centrada em processos de aplicação de tecnologia para o desenvolvimento de produtos midiáticos. As oficinas serão ministradas por especialistas regionais.
Além do Intercom Sul, há outros simpósios pelo Brasil. É o caso do Intercom Norte, que será realizado em Rondônia, entre os dias 18 e 20 de junho. O Intercom Centro-oeste, acontecerá nos dias 4, 5 e 6 de junho, em Brasilia. Já o Intercom Sudeste será de 7 a 9 de junho, no Rio de Janeiro. O Intercom Nordeste será no Piau, nos dias 14, 15 e 16 de maio de 2009.


Para mais informações dos congressos regionais, você pode acessar o site da INTERCOM.

Por Luis Otávio Prates

Planta que produz proteína anti-HIV é transgênica

Pesquisadores americanos conseguiram produzir uma proteína (GRFT) microbicida anti-HIV. A substância, que serve como um método feminino de prevenção contra a AIDS, foi produzida através de pés de tabaco selvagem (Nicotiana benthamiana) e se mostra uma alternativa viável economicamente. O interessante desse estudo que foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences - PNAS, e reproduzido por diversos veículos brasileiros, é que a planta foi modificada geneticamente para ser capaz de produzir a proteína.
Ao observar as publicações em sites, onde são permitidos comentários sobre a matéria, muitos levantam a questão da transgenia e posicionam-se contra estudos que envolvam esse método. Consultando a página da
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, não há nada que faça referência ao assunto. Mas a definição do órgão diz que ele deve prestar assessoramento e apoio técnico consultivo em atividades de construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, armazenamento, liberação e descarte de organismos geneticamente modificados e derivados.
Assim, por que opinar de forma contrária a algo que pode resolver o problema de muita gente, ou de uma população, como é o caso da África, onde o HIV é uma epidemia que está dizimando milhões de pessoas? Logicamente, se existe outra versão sobre o estudo, ela não foi apresentada, até então, pelos meios de comunicação. No entanto, isso não significa que devemos desconfiar de tudo. Quem sabe há pessoas que estejam trabalhando pelo bem da humanidade?!

Por Neli Mombelli, Alice Bollick e Pricila Lameira

A pílula da supermemória

Quem não gostaria de ter uma super memória e poder se lembrar de tudo? Nos próximos anos isso pode se tornar realidade.
A pílula da supermemória é uma das notícias da revista SuperInteressante deste mês, edição 264, e é baseada em versões mais fracas dos remédios para Alzheimer. Estes medicamentos estimulam a acetilcolina, que é um neurotransmissor fundamental para fixação e formação da memória.
Mas até que ponto a nova pílula é uma vantagem? Entre as especulações estão posição exacerbadas como a de que quem puder e quiser comprar a pílula da supermemória sairá na frente na escola, nos vestibulares, e em tudo que exigir mais da memória. Os que não puderem serão ultrapassados, e podem ser considerados menos capazes.

Por: Pricila Lameira, Neli Mombelli e Alice Bollick.

Transgênicos: a mutação da informação

Durante o monitoramento dos jornais impressos, de circulação estadual e diária, pelo período de uma semana (11 a 18 de março), constatou-se a falta de aprofundamento e continuidade da informação. O tema em questão é a Transgenia.
No dia 17 de março, o jornal Correio do Povo trouxe na editoria Rural, a declaração do vice-presidente da Abrasem, Narciso Barison Neto, durante o I Fórum Nacional do Milho. Para Barison, mais produtores deverão utilizar a variedade transgênica autorizada e avalia que a área plantada com milho deve aumentar 20% na safra 2009/2010.
Já no dia seguinte, o jornal informa que os arrozeiros iriam se posicionar de forma contrária aos transgênicos durante uma audiência pública, em Brasília, para discutir a liberação de variedades geneticamente modificadas. A notícia destaca a posição do presidente da Federarroz, Renato Rocha, que é a favor de pesquisas e avanços tecnológicos, porém teme a possibilidade do Rio Grande do Sul não poder exportar o grão, em função da exigência do certificado de não-transgenia pelos países importadores.
Quem esperava a continuidade das matérias sobre estas questões, ficou apenas na expectativa. O jornal Correio do Povo, apesar de ser o único jornal impresso de circulação estadual a divulgar estas informações, simplesmente encerrou o assunto sem noticiar o resultado dos debates e sem fazer a devida interligação entre as publicações.

Saiba mais:
Os organismos geneticamente modificados (OGMs), ou transgênicos, são organismos que sofreram alteração no seu código genético. Esta modificação consiste em transferir um gene responsável por determinada característica de um organismo para outro.

Por Daiane Köhler, Júlio Mota e Sérgio Pinheiro

Os 200 anos de Darwin

"O homem ainda traz em sua estrutura fisica a marca indelével de sua origem primitiva" - Darwin

No ano de 2009 comemora-se os 200 anos do naturalista inglês Charles Darwin, nascido em 12 de fevereiro de 1809, e também os 150 anos de sua teoria da evolução das espécies. O legado do cientista será comemorado no mundo inteiro. Na cidade natal de Darwin, em Shrewsbury no Reino Unido, haverá um festival em sua homenagem, e uma exposição permanente em Dow House, sua antiga residência.

O Museum de História Natural de Londres, realiza uma exposição com fotos, de espécies raras e de objetos particulares do cientista, que ficará aberta até 19 de abril de 2009, tendo como grande obra da comemoração dos 150 anos, o livro “A origem das Espécies por meio de seleção natural”.

A obra que revolucionou a ciência em relação ao surgimento e evolução dos seres vivos teve início em uma viagem de navio, o Beagle. O jovem Darwin, com apenas 22 anos, esteve presente como naturalista e estava disposto a explorar locais em diversos países, com visitas inclusive no Brasil, onde coletaria o maior número de espécies existentes. No dia 28 de fevereiro de 1832, avistou de seu navio na costa do Brasil, no estado da Bahia, se deslumbrou com a grandiosidade dos trópicos. A exuberância das gramíneas, borboletas, flores, árvores e frutas estranhas naquela época serviu como inspiração para o aprofundamento dos estudos sobre a evolução das espécies.

Maiores informações em Carta Capital e na Naturlink

Por Graziele Freitas, Roberta Friedrich