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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Redes inteligentes são o futuro da distribuição de energia


O modo como é feita a distribuição de energia é um tanto arcaica para os avanços de hoje.
Na visão de muitos especialistas, isso se justifica na dependência de uma única fonte geradora e, conseqüentemente na vulnerabilidade deste sistema.
Caso essa fonte falhe, toda rede fica sem abastecimento.
Outro agravante é o formato de medição do consumo que nem sempre é justo com o consumidor. Com os medidores analógicos que já estão defasados e as pessoas que passam de casa em casa para a coleta de dados, a probabilidade de erros é grande.
Somando todas as falhas, não é exagero dizer que estamos á espera de novo apagão. Em virtude disso, há uma proposta mundial de criação de uma rede de energia inteligente, uma ideia para melhorar o consumo de energia. São as chamadas smart grid.s
A lógica da smart grid se resume na inteligência do sistema. Isso significa que as novas redes serão automatizadas com medidores de qualidade e de consumo de energia em tempo real. Isso quer dizer que a sua casa vai "conversar" com a empresa geradora de energia, podendo fornecer, um futuro próximo, eletricidade para ela. A inteligência também deverá ser aplicada para evitar a perda de energia ao longo da transmissão, outro grande problema do atual sistema de distribuição de energia elétrica. No Brasil, de acordo com a IBM, 14,7% do total da energia produzida é dissipada no processo de distribuição. Além disso, ainda há o furto de energia, o popular “gato”, que com o novo sistema deve ser abolido. As redes inteligentes também garantem mais precisão nas medições de consumo e na identificação de falhas à distância.
Hoje, se a luz cair na sua casa é necessário ligar para a empresa de energia, avisar e esperar que algum técnico identifique a falha e vá até o local para reparar. A realidade da smart grid é bem diferente, como ela é uma rede inteligente, assim que a pane ocorrer, a empresa geradora tem como identificar onde aconteceu a queda de energia e em poucos minutos pode mobilizar funcionários para efetuarem o conserto. Essa é umas das principais mudanças, pois a comunicação será muito mais rápida e eficiente, entre a sua casa e a operadora. Haverá sensores ao longo de toda a rede, controle e automatização do consumo residencial.

O Brasil entra na fila

No país, o sistema inteligente deve começar na casa dos consumidores, com a substituição dos medidores de energia analógicos, usados há anos nas residências, para um modelo digital. Isso é preciso pra que haja um maior controle por parte da geradora de energia e também do próprio consumidor. Os novos medidores terão chips e se conectarão à internet para transmitir dados.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) existem, aproximadamente, 65 milhões de medidores analógicos no país. Logo, a regulação dos modelos digitais que ainda nem saiu do papel deve demorar. A previsão é que em no máximo dez anos todos os medidores sejam substituídos. Além dessas alterações, toda a infraestrutura de captação de dados provenientes dos novos aparelhos precisa ser desenvolvida para não haver falhas na medição do consumo e no diagnóstico de problemas.
 A Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação desenvolve estudos a fim de apresentar para os brasileiros como funciona as redes inteligentes, o que pretende evitar alguns impactos econômicos, industriais, tecnológicos e sociais na economia do país.
Na opinião do engenheiro elétrico formado na UFSM, Roger Rodriguez, a realidade local do consumo e distribuição de energia elétrica apresenta diversos problemas, mas nenhum deles é passível de crise. Rodriguez aponta as smart grids como modelo de um sistema de energia elétrica quase ideal. O engenheiro destaca estados americanos, como o Colorado, onde os mecanismos deste sistema estão em fase de teste, visando potencializar o uso de energia, mas gerando alguns gastos extras.
“Algo que chama a atenção e torna as redes inteligentes muito interessantes para os dias de hoje é a sustentabilidade”. Segundo Rodriguez, com as smart grids, o consumidor torna-se também produtor. “Assim, existe a descentralização da produção de energia, ou seja, você poderá produzir energia e armazenar para o seu consumo”, afirma.
O engenheiro acredita que o Brasil deva ficar alguns anos na espera da implantação deste sistema inteligente, tendo em visto os investimentos necessários por parte dos órgãos públicos e ainda dos consumidores. “Com certeza o Brasil dispõe de mecânicos e matéria humana para a criação desta rede inteligente, no entanto a implantação alteraria os padrões de consumo, o que deve gerar um aumento significativo na conta de luz”, declara. Ainda assim, o engenheiro considera que a estabilidade proporcionada pelas smart grids deve conquistar o padrão mundial. “Isso tudo representa tecnologia, segurança, sustentabilidade e autonomia”, sentencia.

Por Michelle Teixeira

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Alerta aos pais sobre a obesidade infantil

Na cantina da escola, em casa ou nas festinhas e passeios, os salgadinhos, refrigerantes, doces, chocolates e todas as famosas “porcarias” estão presentes no dia-a-dia da grande maioria das crianças. Eles atrapalham os horários das alimentações e são inimigos da saúde, mas ainda assim, estão entre os favoritos dos pequenos. A obesidade infantil está se tornando um índice ascendente no desenvolvimento da sociedade moderna. Mas qual a maneira de evitar isso? Como os pais devem agir?
A massoterapeuta e nutricionista Karina Zubiarre Pereira, explica os fatores que podem gerar a obesidade e de que maneira os pais podem tentar contornar essa situação. A nutricionista comenta que, hoje, uma das causas principais da obesidade é ambiental “o incentivo ao consumo de alimentos muito gorduros, o sedentarismo e a genética influenciam muito se seremos ou não obesos ou doentes”, porém não é apenas isso que elucida a obesidade na sociedade atual, também há uma grande parcela de culpa por parte da criação e dos costumes adquiridos desde a infância.
A saúde da criança já pode ser afetada durante a gravidez, “a gestante que ultrapassa o peso permitido durante os nove meses predispõe a criança a nascer com sobre peso e a ser obeso mais tarde”, conclui a nutricionista. Por isso, o papel dos pais é de suma importância. A criança tende a seguir o exemplo e precisa ser incentivada. “Se não há salada na mesa, a criança não irá comer”, explica a nutricionista. Estimular o consumo de alimentos e receitas mais saudáveis ajuda a controlar o excesso de alimentos pouco nutritivos.
Eduarda Aramburu de 38 anos, é mãe de Renan de 4 anos e conta como driblou as necessidades de uma alimentação saudável para o filho. "A nutricionista me deu uma dica que deu certo: apostar no colorido. Quando o Renan viu a gente comendo aquela quantidade de saladas com cores vivas, começou a ceder à curiosidade e experimentar mais as coisas" orgulha-se Eduarda.

Mas os pais devem ficar atentos fora de casa, é o conselho da mamãe do Frederico de 8 anos, Débora Machado que sente pena quando o filho quer comer um salgadinho e ela não deixa. “Ele está gordinho e em fase de crescimento , mas tento sempre levar uma fruta ou algo mais saudável na bolsa pra ele. Ele se alimenta mais vezes e não sente tanta fome." relata.
O fator psicológico também é fundamental. Algumas pessoas tendem a comer quando estão tristes, felizes, quando fazem festas ou reúnem os familiares, “a comida está no social, está no lazer, está no ambiente e muitas vezes o alimento é utilizado com recompensa quando somos crianças” comenta a nutricionista Karina.
Aline Cavalheiro Veiga, 57 anos, conta que anos atrás, interferiu diretamente na alimentação da filha Gabriela. Com 11 anos a menina chegou a 180 de colesterol. Para ela, o principal motivo foi a separação do casal. "Logo que o pai saiu de casa, ela começou a engordar. Quando ia passar as férias com ele, a Gabriela sempre voltava mais gorda do que antes. Comecei a notar que ela estava descontando a frustração da nossa separação na comida."
A mãe teve que tomar medidas drásticas: "cheguei a ir até a escola e proibir que ela comprasse na cantina. O pai dava dinheiro e eu não conseguia controlar. Mas não adiantou , ela saía da escola e passava em algum mercadinho pra comprar bobagens”, conta.
Hoje, Gabriela está com 23 anos e teve que passar por uma cirurgia de redução de estômago. Aos 19, ela chegou aos 137kg. A jovem conta que sofreu muito com a obesidade desde a infância "eu comecei a engordar e nunca mais parei. Ao longo dos anos tentei de tudo: regime, vigilante do peso, remédio pra emagrecer, nada adiantou", relata Gabriela.
Ela desabafa que tomou a decisão da cirurgia sozinha e contou com a ajuda dos pais "com 19 anos, minha situação já era crítica. Não saía de casa, morria de vergonha de tudo. Estava depressiva. Então decidi fazer a redução de estômago.”.
 Em alguns casos, a obesidade é irreversível, como no caso de Gabriela, a jovem explica “quando consultei o médico, ele disse que no meu caso, era a única solução. E eu teria que me cuidar para o resto da vida.".
A experiência foi traumática mas valeu a pena. Hoje , Gabriela vive mais feliz e aprendeu a se alimentar normalmente, podendo comer de tudo, mas com moderação. "Emagreci mais de 50kg e não me arrependo. Mas tenho que estar sempre me cuidando para não voltar a engordar, pois o desejo psicológico as vezes fala mais alto." confessa.
O conselho da nutricionista Karina, é que mantenham uma alimentação sempre saudável à mesa, evitando os alimentos industrializados, ricos em sódio e que, se possível, as famílias busquem um aconselhamento multidisciplinar profissional.

por Camilla Compagnoni

Biodiesel obtido a partir do óleo de cozinha

O que fazer com o óleo de cozinha usado? A maioria das pessoas o joga pelo ralo da pia ou na lixeira. Mas não sabem que esse óleo de cozinha, se descartado de maneira incorreta, pode causar grandes danos ao meio ambiente.
Pensando em reduzir os impactos ambientes causados por esse despejo, surge a ideia de utilizar o óleo usado na fritura para fazer biodiesel. Segundo o professor da UFSM e doutor em Engenharia Mecânica, Ronaldo Hoffmann,"a sua utilização como alternativa para produção de biocombustível não é só uma forma de reciclagem, mas também a utilização como matéria-prima para geração de uma fonte alternativa de energia".
Biocombustíveis, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), são derivados de biomassa renovável que podem substituir, parcial ou totalmente, combustíveis derivados de petróleo e gás natural em motores a combustão ou em outro tipo de geração de energia. Podem ser derivados também de matérias orgânicas de matérias agrícolas como plantas oleaginosas, biomassa florestal, cana-de-açucar e outras matérias orgânicas.
De acordo com o engenheiro químico e mestrando na área, Michel Brondani, o biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, pode ser produzido a partir de gorduras animais e de óleos vegetais, existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil que podem ser utilizadas, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso, soja, dentre outras, além de óleos usados em procedimentos como o de fritura.
Para que o óleo usado se torne biodiesel é necessário que ele passe pelo processo de transesterificação. Hoffmann conta que este processo foi proposto, no Brasil, primeiramente pelo professor Expedito Parente da Universidade Federal do Ceará (UFCE). A molécula de óleo vegetal é formada por três moléculas de ácidos graxos ligadas a uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicerídeo. O processo de transesterificação nada mais é do que a separação da glicerina contida no óleo vegetal. Durante o processo, a glicerina é removida do óleo vegetal, deixando-o mais fino e reduzindo a viscosidade.
A reação de transesterificação consiste numa reação química dos óleos vegetais ou gorduras animais com o álcool comum (etanol) ou o metanol, estimulada por um catalisador (NaOH, KOH, metilato de sódio ou metilato de potássio), onde resultam dois produtos, o biodiesel e a glicerina, produto com aplicações diversas na indústria química.
Michel Brondani afirma que o biodiesel tem um perfil de emissão mais favorável do que o diesel petroquímico, tais como menor emissão de monóxido e dióxido de carbono, partículas e hidrocarbonetos não queimados. Além da vantagens de ser uma energia renovável, apresenta excelente lubricidade, e nenhuma modificação nos atuais motores do tipo ciclo diesel faz-se necessária para misturas de biodiesel com diesel de até 20%. Além disso, há a redução da importação de petróleo e diesel já refinado e, principalmente, a emissões de óxidos e dióxidos de enxofre são nulas, o que contribui de forma relevante na preservação do meio ambiente.
Mesmo com todos esses benefícios a produção do biodiesel através do óleo de cozinha usado, gera algumas desvantagens como o um aumento no perfil na liberação de óxidos de nitrogênio dos gases gerados pela combustão, gera como subproduto, a glicerina (não se sabe se o mercado assimilará grandes quantidades).
Pensando nessas questões a UFSM está realizando um projeto interdisciplinar com a Agronomia, Engenharia Química e Engenharia Mecânica, sobre Análise do Ciclo de Vida (ACV) do biodiesel no RS. Este projeto propõe a realização da ACV do biodiesel no Rio Grande do Sul e está baseado na definição de um sistema de controle, ou mapeamento, dos fluxos de produção e uso dos produtos analisados e a definição da “unidade funcional”, com ênfase no processo industrial de produção do biodiesel, podendo contribuir de forma significativa para melhoramento do processo produtivo e estabelecer opção de um combustível (biodiesel), mais atrativo econômico, social e ambientalmente falando.

Por Iara Menezes






Tecnologia em prol da educação

Na era da tecnologia e informação todos os setores da sociedade são afetados por novas tendências e culturas e, em sala de aula, esta realidade não é diferente. O processo de aprendizado deve ser cada vez mais dinâmico para chamar a atenção dos alunos e tudo o que os professores vinculam à sua metodologia, é valido para que se obtenha êxito na retenção do aprendizado.
Segundo Tânia Losekann, mestre em arte e tecnologias digitais, a utilização correta dessas tecnologias em sala de aula oportuniza a interação imediata do aluno com o mundo. Tânia acrescenta que as pesquisas são mais abrangentes e atuais, com a utilização da internet, comparando com as efetuadas em livros nas bibliotecas das escolas, as tecnologias agregam rapidez, áudio e vídeo com um número bem maior de referenciais para desenvolver o conhecimento do aluno.
Com o advento da cibercultura houve uma nova estruturação da sociedade. Na área da educação os professores, que outrora eram detentores do conhecimento, emergiram para uma nova identidade e passaram a exercer o papel de guias nas investigações dos alunos.
O antigo ofício pedagógico determinava que os docentes deveriam ser o centro das atenções, e o único capaz de avaliar se o estudante era apto ou não. Este tipo de ensino é praticado há séculos em sala de aula, e continua sendo utilizado em muitos lugares.
Hoje, o professor apesar de adequar-se aos moldes contemporâneos, continua sendo o mentor da disciplina e escolhe o tema a ser discutido, porém, é o aluno que traça os melhores caminhos em busca do conhecimento. O antigo sistema de padronização caiu em desuso para se transformar em plataformas móveis de informação.
Conforme o gerente de Tecnologia da informação Luciano Cardona, é preciso também o apoio dos pais para orientar em relação aos limites estabelecidos, não deixando essa responsabilidade apenas para os professores. O uso de forma controlada e organizada trará benefícios, mas haverá momentos em que realmente o bloqueio é necessário.
A educação em formato digital beneficiará a todos os estudantes. Na Coréia do Sul, por exemplo, algumas escolas já não utilizam livros, e o governo deste país anuncia que até 2015 substituirão os livros por Smartphones e Tablets.
Segundo Cardona, o acesso a essas tecnologias tem se tornado cada vez mais acessível, e esse volume tem gerado certa preocupação.
Com a popularização de redes wi-fi e dos pacotes de dados de acesso à internet, as questões tornam-se mais preocupantes para os professores e orientadores. É preciso uma boa estratégia para que esse “recurso” possa a ser uma ferramenta de apoio na sala de aula incentivando o seu uso de forma consciente, na obtenção de conhecimento.

Por Carla Tavares
Fotos:Arquivo


Saúde pública, direito de todos.

A humanização da assistência à saúde é um processo atual e crescente no contexto brasileiro. No entanto, na prática, ela não tem se concretizado. O direito a um atendimento de saúde adequado está previsto no artigo 196 da Constituição Federal, porém, muitas vezes, a realidade no serviço de saúde é outra.
Santa Maria, conhecida por cidade cultura, com grandes universidades sendo uma federal, a primeira do interior do Brasil e com diversos cursos na área da saúde. Todos estes títulos, no entanto, não foram suficientes para impedir o caos na saúde pública local.
A população vem sendo desassistida, sem atendimento nos hospitais e postos de saúde que não contam com uma equipe de médicos completa, fazendo com que os poucos profissionais se dividam entre diversos pontos para atender pelo menos uma vez na semana cada posto.
O diretor geral da Secretaria de Saúde de Santa Maria, o médico Luiz Skinovsky explica que o número de médicos formados que optam por atuar na saúde pública é pequeno, pois os jovens ao fazer vestibular já optam por cursos específicos para se tornar um médico especialista, sem precisar passar pela saúde pública no decorrer da sua carreira, para logo depois de formado partir para uma residência. Opção essa, na opinião do médico, devido ao status da profissão e pelo fato de ter uma remuneração mais satisfatória. Luiz ressalta que os salários até pouco tempo para médicos na saúde pública eram considerados baixos, porém, a Secretaria de Saúde continua buscando profissionais para atuar na área. Segundo ele, recentemente o prefeito César Schirmer aumentou o salário em 200% e, mesmo assim, a situação continua complicada. “É o terceiro concurso público que realizamos para saúde da família com dezesseis vagas, apenas sete se inscreveram, três não passaram, e 4 entraram, ao contrário do concurso público que realizamos para dentista e enfermeiros, no qual obtemos sucesso e todas as equipes estão completas", afirma.
A portaria 1101 de saúde pública municipal prevê que cada médico deve atender quatro pacientes por hora, ou seja, trabalhando seis horas por dia, cada médico atenderia 24 pacientes por dia. Luiz diz que todo posto de saúde teria que ter em sua equipe diária um médico clínico geral, um pediatra e um ginecologista, porém, não é essa a realidade do município. Em relação aos estagiários de medicina, odontologia, fisioterapia e enfermagem da UFSM e Unifra, formam uma equipe completa nos postos de saúde, segundo o secretário.
Outro ponto ressaltado pelo mpedico é o fato das pessoas terem o costume de procurar os postos de saúde (P.A’s) para tratar de problemas que deveriam ser tratados no hospital, como casos de alta complexidade como AVC (Acidente vascular cerebral), aumentando assim o fluxo de pessoas no posto de saúde. O médico explica que os hospitais estão com leitos esgotados, por isso ocorre esta procura nos postos de saúde.
“Para solucionar esse problema e melhorar o sistema de saúde municipal, já conta com as instalações da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e deve ser inaugurada até fevereiro e terá uma grande estrutura para atender cerca de 500 atendimentos por dia. Enquanto o prédio não é inaugurado, o Hospital de Caridade disponibilizou recentemente mais 140 leitos e a Casa de Saúde de 70 a 80 leitos”, finaliza Skinovsky.
Para ele, nessa perspectiva, o munícipio se encaminha para uma melhor situação na saúde pública, com menor fluxo de pessoas nos postos de saúde, diminuindo o tempo de espera dos pacientes, e melhorando o atendimento individual do santamariense.

Lidiana Betega

A voz da comunidade na TV Unifra

Um espaço reservado para a comunidade de Santa Maria com destaque na programação da TV Unifra. Esse é o objetivo do programa “Fala Comunidade” que está no ar desde 2008, e busca relações de proximidade com os moradores através das telas. A diversidade e o respeito pelas diferenças é um dos pontos abordados, bem como divulgar a cultura regional e a simplicidade de cada tribo.
Na coordenação do programa está à professora do curso de Jornalismo da instituição, Glaise Palma. “É a uma maneira de trazer a comunidade para a TV, fazer com que eles se sintam refletidos na nossa programação” diz a professora. O Fala Comunidade é um projeto de extensão do curso de Jornalismo e é produzido inteiramente nos laboratórios da faculdade. A exibição do programa ocorre quinzenalmente pela emissora universitária pertencente ao Centro Universitário Franciscano, em Santa Maria.
O programa também aborda, junto com a questão comunitária, uma reflexão sobre a “glocalização”, termo inicialmente trabalhado pelo sociólogo inglês, Roland Robertson, que sugere a presença da dimensão local na produção de uma cultura global. Em outras palavras, é o que o programa Fala Comunidade desenvolve em suas atividades. “Essa questão nos faz pensar o global a partir da nossa realidade, do nosso dia a dia” diz a professora que ainda afirma que a glocalização está mais atual do que nunca. “As pessoas estão cada vez mais tentando se encontrar nas suas comunidades, em seus grupos”. A glocalização procura inserir as pequenas comunidades em âmbito global, dando voz a diversas tribos.
São essas comunidades que ganham espaço no programa, quando são mostradas suas diferenças e características regionais e locais. A diversidade e a cultura de cada tribo é umas das identidades que faz do programa uma mistura de cada comunidade. Ao aproximar as pessoas da tela da TV, o programa assume um papel de integração com a comunidade, trabalhando temas essenciais para formação da sociedade, como a cidadania e o incentivo a solidariedade.
De acordo com a coordenadora Glaise Palma, a ideia inicial do programa, em 2008, era retratar as comunidades carentes de Santa Maria. Passado três anos, o foco é num sentido amplo. “Agora mostramos todas as comunidades que tem um interesse conjunto, desde os moradores de um residencial, até mesmo um grupo que pratica equoterapia”, conclui a professora Glaise.

Por Mateus Barreto.


Uma solução revolucionária da medicina

Imagine tratar uma lesão muscular ou entorse sem uso de analgésico, sem perder o conforto e a liberdade de movimento. Ou estimular uma região parcialmente paralisada sem medicamentos. Isso já é possível através da técnica de bandagem terapêutica, também conhecida como Kinesio Taping.
Criada no Japão há 38 anos, o método é uma solução revolucionária da medicina do esporte, e uma ferramenta eficaz para fisioterapeutas no tratamento e prevenção de lesões esportivas. A técnica teve início em 1973 pelas mãos do quiroprata japonês Kenzo Kase. A fisioterapeuta Belisa Kalsing, especialista na área, conta que para o doutor Kase, os músculos, faciais, ligamentos e tendões poderiam ser ajudados através de um apoio ou suporte externo. Bastava uma banda ou fita elástica que fosse capaz de auxiliar a função normal dos tecidos. “As bandagens existentes nessa época eram de materiais mais rígidos, que não proporcionavam conforto e a liberdade dos movimentos.
Nos jogos olímpicos de Seul, em 1988, a delegação japonesa utilizou essas bandagens pela primeira vez oficialmente, mas elas ganharam maior visibilidade nas olimpíadas de Pequim, onde foi possível verificar um elevado número de atletas que recorreram ao seu uso de forma a melhorar o desempenho desportivo”, diz Belisa.
A técnica Kinesio Taping é bastante usada na área de ortopedia e traumatologia, onde se enquadram com maior frequência as lesões desportivas, e vem sendo bastante popularizada no tênis, voleibol e futebol, também podendo ser aplicada em qualquer tipo de modalidade ou atleta. A fisioterapeuta explica que a bandagem elástica funciona como um método de alívio da dor, que tem como objetivo a estimulação do sistema tegumentar. “Ao entrar em contato com o corpo, a fita provoca um estímulo na pele, que chega ao cérebro em uma velocidade mais rápida que o estímulo de dor, inibindo a sensação dolorosa. O princípio de aplicação está baseado nas capacidades de regeneração natural do nosso corpo,” esclarece Belisa. A bandagem elástica permite uma sensação de suporte e estabilidade, promove analgesia e aumento do fluxo sanguíneo periférico. É indicado usá-la em qualquer desordem músculo-esquelética onde se busque de imediato o alívio da dor e o retorno da função normal da área afetada, mas a fisioterapeuta ressalta: “A aplicação da Kinesio não apresenta contra-indicações, porém deve-se ter uma atenção especial com indivíduos que apresentem problemas dérmicos, alergias ou com tendência à irritação de pele com outros tipos de ataduras ou materiais adesivos. Também se deve evitar exposição direta ao sol ou a elevadas temperaturas”, adverte. Ela explica também que pacientes que apresentarem alguma reação adversa, são orientados a tirar a bandagem imediatamente.
Mas como a banda é aplicada no corpo? Belisa explica: “A banda é feita de 100% de cóton, material permeável ao ar e resistente à água. Além de ser elástica, ela é fina, porosa, não tem medicamentos, tem expessura e peso similar à pele, contendo marcas na sua parte adesiva que simulam impressões digitais ou as veias existentes no nosso corpo.” A fisioterapeuta comenta que a cola é 100% acrílica, hipoalérgica e sensível ao calor. Antes da aplicação é necessário fazer a assepsia da região onde a bandagem será fixada. “Deve-se observar a existência de lesões cutâneas, fazer a limpeza da área com solução antisséptica, remover as pilosidades para melhorar a aderência das fitas. Por fim, o tecido ou músculo que se pretende aliviar, inibir ou ativar, deve ser previamente alongado para a correta aplicação e funcionalidade da banda. Após fixada, seus efeitos duram de três a sete dias, tempo em que a cola adere”, finaliza.

A medicina aprova
O médico e fisioterapeuta Lucas Moro diz que estudos comprovam que o método Kinesio Taping pode contribuir com outras especialidades da medicina. Atualmente, vem sendo utilizado em casos neurológicos e estéticos. “Quem passou por uma cirurgia plástica, por exemplo, tem a técnica como aliada para drenar o edema e colaborar com o processo de cicatrização. Em pacientes neurológicos, o método é muito utilizado em casos de espasticidade (aumento do tônus muscular), sialorreia (perda não intencional de saliva pela boca), e paralisias”, explica. Segundo ele, o tratamento funciona também para acelerar cicatrização de feridas porque aumenta a circulação sanguínea no local. Moro diz que a bandagem terapêutica tem sido esperança para muitas vítimas de paralisias e sequelas decorrentes de lesões cerebrais provocadas por tumores, hemorragias, bloqueios nos vasos sanguíneos e acidentes. Ele conta que uma de suas pacientes, fez uma cirurgia cerebral para retirada de um angioma. O procedimento afetou a musculatura do rosto, ocasionando paralisia facial. Para reverter o quadro, foram recomendadas sessões de fisioterapia. Quando iniciou o tratamento, há cerca de um mês, conheceu a técnica da bandagem terapêutica. “Após duas semanas de uso da bandagem, a paciente começou a sentir os primeiros resultados, recuperando aos poucos o sorriso. Hoje, ela teve um avanço bastante expressivo no sorriso e nos movimentos faciais,” diz.
Embora a técnica tenha sido trazida há 11 anos no Brasil, pelo médico Nelson Morini Júnior, seu uso ainda é recente. Em 1998 a Therapy Taping Association foi criada no país.

Por Bruna Kozoroski

Uma maneira natural de emagrecer


A estação mais quente do ano está próxima. É no verão que a mulherada coloca o corpo à mostra, mas para as mais vaidosas, ele precisa estar em forma. Ir à academia, fazer caminhadas no início ou no final do dia e encarar diferentes dietas fazem parte da rotina de quem quer perder aqueles quilinhos indesejáveis. Mas o que muitas pessoas não sabem é que uma nova maneira de mandar para longe aquelas gordurinhas, é através da ingestão do óleo de coco.
O óleo de coco extra virgem é um produto cem por cento natural, de origem vegetal, extraído a partir da polpa do coco fresco, através de processos físicos. Este oleozinho tem ação antioxidante, que colabora na diminuição da produção de radicais livres, ajudando na redução do Low Density Lipoprotein (LDL), mais conhecido como colesterol ruim, e aumentando o High Density Lipoprotein (HDL), conhecido como bom colesterol.
Além disso, a novidade auxilia na regulação intestinal, ajudando a eliminar as bactérias patogênicas, auxiliando na proteção e favorecimento do crescimento da flora intestinal. Vale lembrar que o óleo de coco não é um medicamento é um alimento complementar. “É bom consumir diariamente para que o organismo obtenha uma reserva de ácidos graxos. Seu consumo deve ser moderado, pois se for em excesso, engorda”, salienta Gabriela Foletto Alássia, nutricionista.
Segundo a nutricionista, o óleo deve ser misturado na comida para diminuir a fome durante as refeições. Dessa forma ele ajuda a emagrecer, a partir de uma dieta balanceada.
Para preservar suas propriedades nutricionais, o óleo de coco deve ser misturado em preparações frias, como saladas, sucos e batidas, sempre em pequena quantidade.
Para quem quer emagrecer, utilizando o óleo de coco, é importante tomar duas cápsulas por dia, uma antes do almoço e outra antes da janta, assim ocorrerá á diminuição do apetite. Se for em forma de óleo, o importante é colocar uma pequena porção sobre a comida.
Em Santa Maria essa novidade já está em algumas farmácias há mais de dois anos. Mas foi após a reportagem publicada no programa “Globo Repórter”, da Rede Globo, que o produto ficou famoso. “Depois da reportagem, as vendas do óleo aumentaram em cem por cento”, comenta Kelen Barella Pahins, farmacêutica.
Em uma farmácia de manipulação da cidade, o produto é procurado tanto por homens quanto por mulheres acima do peso desejado. Mas é a mulherada, quem mais procura o produto.
O produto é encontrado em forma de óleo, quando colocado em temperatura ambiente, em forma de manteiga, quando colocado na geladeira e em cápsulas. Um pote com 60 cápsulas custa em média, R$39,90. Já, 250 gramas do produto custam R$44,90 e 500 gramas custam em média, R$ 79,00.

10 motivos para consumir óleo de coco
1. Ação antioxidante- colabora na diminuição da produção de radicais livres;
2. Ajuda na redução do mau colesterol (LDL);
3. Colabora no emagrecimento transformando-se rapidamente em energia, não se depositando no organismo, capaz de gerar calor e queimar calorias;
4. Melhora o sistema imunológico. Contém ácido áurico que é o mesmo ácido graxo presente no leite materno o qual acelera a queima de calorias;
5. Regula a função intestinal;
6. Melhora o funcionamento de tireóide;
7. Ação cosmética: aplicar na pele e nos cabelos
8. Ação bactericida em feridas, picadas de insetos, eczema, dermatite, herpes e candidíase;
9. Diabéticos- dá sensação de saciedade e tira a compulsão à carboidratos, principalmente doces;
10. Usando na fadiga crônica e fibromialgia.


Por Franciele Bolzan

Cuidados ao portador de Mal de Parkinson

O mal de Parkinson é uma doença que atinge milhares de idosos no mundo todo. Segundo dados do último censo, cerca de 200 mil pessoas sofrem da doença no Brasil a cada ano. Segundo o médico especialista em geriatria, Antônio Abelin Filho, a doença se caracteriza por tremuras, movimentos musculares involuntários e lentidão, tudo isso devido à falta de substâncias como a dopamina, em uma parte do cérebro. “As causas do mal de Parkinson ainda são desconhecidas, mas há pesquisas de que a causa seja por intoxicações, uso de medicamentos ou fator genético hereditário”, afirma o médico.
A moradora do residencial geriátrico Dolce Vitta e professora aposentada, Glair Mazzucco, 74 anos, adquiriu a doença há mais de dez anos. No início, ela percebeu que tremia um pouco, depois os tremores foram aumentando. Então, ela resolveu procurar um médico, que diagnosticou que estava com Mal de Parkinson. “De vez enquanto eu ficava meio chateada, porque queria pegar alguma coisa para mostrar aos alunos e realmente eu tremia ai ficava um pouco chateada, mas era só isso”, conta a ex-professora.
Já a funcionária pública, Helaine Simon, 50 anos, relata as dificuldades de cuidar da sua mãe Idaina da Rosa de 78 anos. Além dos tremores e o desequilíbrio do corpo que são os primeiros sinais da doença a medicação às vezes também não resolve. “Começa com uma simples tremura e vem se agravando, depois começa tremer a mão e se controla com medicação, depois isso já não resolve mais”, conta Helaine Simon.
Conforme a evolução da doença a pessoa sente-se com vergonha de ir aos locais públicos porque ela não comanda a mão. “Minha mãe tem medo de derrubar a comida,” afirma a funcionária pública. Às vezes, a pessoa que está com a doença não aceita as suas limitações do corpo. “Ela tem raciocínio, mas o corpo não comanda de acordo com o raciocínio”, declara a cuidadora.
A doença não tem cura, apenas tratamento com base em medicamentos industrializados como o pramipexol, que protege os neurônios dopaminérgicos da degeneração devida a isquemia. Conforme o geriatra, a cirurgia é usada em casos raros, apenas quando a pessoa tem tremores musculares incontroláveis repetitivos e que isto esteja prejudicando a vida da pessoa. Caso a paciente não consiga mais caminhar ou perca o movimento dos membros superiores e inferiores e ainda, ela não melhore com o tratamento clínico dos remédios, pode-se recorrer a cirurgia.


Lembrar!!

- Recomenda-se procurar o médico com frequência e fazer exames médicos periódicos.
- A doença é degenerativa e afeta os movimentos do paciente causando tremores e atrofiando os músculos, por isso é importante sempre ter alguém junto ao paciente com mal de Parkinson seja um familiar ou cuidador.
- Usar uma bengala para que a paciente se sinta mais segura e evite quedas é outra alternativa.
- A fisioterapia também é muito importante para que o paciente faça alongamento e fortalecimento muscular para evitar quedas, em vista dos tremores e lentidão de movimentos.
- O paciente leva uma vida normal, mas com algumas limitações .
- A doença ainda não tem cura, mas o controle de medicação que diminui os sintomas da doença.
- O paciente não deve fazer a automedicação, pois alguns deles podem piorar ou confundir o diagnóstico do mal de Parkinson.


Evelyn Paz

Experiência de quase-morte: ciência e espiritualismo


Milhares de pessoas já tiveram Experiência Quase-Morte (EQM), em que são dados como mortas clinicamente, mas acabam por voltar ao seu corpo físico, relatando aquilo que viram e sentiram enquanto estavam “mortas”. Esse assunto sempre foi muito relevante no meio científico e vem sendo tema de pesquisas no mundo todo. Cientistas defendem que todos os aspectos relatados por pacientes que passaram por uma experiência de quase-morte tem uma explicação cientifica. Por exemplo, o fato de “enxergar um túnel com uma luz no final” seria explicado pela diminuição da oxigenação cerebral. Estima-se que aproximadamente 18% das pessoas que ressuscitaram depois de ataques cardíacos relataram experiências de quase morte.
Foi durante uma parada cardíaca em uma intervenção cirúrgica cardiovascular, conhecida como cateterismo que Vera, empresária, passou pela experiência. Durante sete minutos médicos utilizaram procedimento padrão como massagem cardíaca e choques sem resultados na tentativa de lhe reanimar. Em uma última tentativa da equipe médica com mais um choque e injeção de adrenalina, Vera voltou a dar sinal de vida. Em um lugar desconhecido, bonito e colorido, rodeada de pessoas e com a sensação de paz, a empresária encontrava-se durante os sete minutos. “Percebi que estava em um lugar diferente, um lugar que nunca imaginei conhecer. Minha mãe segurava minha mão e vi seu rosto frente ao meu. Era muito bom estar ali, sem tristeza e sem angústia”, relata Vera que diz ter sido puxada por dois homens que pareciam médicos e, com o susto, começou a escutar novamente o barulho e a confusão na sala de cirurgia. “Os médicos diziam que não ia adiantar, senti uma dor muito forte e escutei minha respiração, foi quando acordei. Pensei na minha família e agradeci por poder estar com eles de novo” enfatiza Vera.
Para a medicina a explicação é que no momento de uma parada cardíaca, a diminuição da oferta de oxigênio ao córtex cerebral faz com que o cérebro deixe de distinguir realidade de fantasia. “Nesse momento de desordem é evocada a memória de curto prazo, onde estão registradas as informações recentes. Assim o paciente relata a cena ocorrida momentos antes da parada cardíaca”, afirma o médico Diego Giacomini.
Os relatos mais comuns das pessoas que experimentaram as EQM são que a maioria é saudada por pessoas amadas já falecidas ou por alguma figura religiosa de significado para suas vidas dentro dos padrões religiosos de suas crenças. Para Mary Angela Leivas Amorim, diretora do Departamento Doutrinário da União Municipal Espírita de Santa Maria ( UME-SM), quem passa por essa experiência torna-se mais cauteloso, mais contido nas suas opiniões e procuram analisar o acontecimento naquilo que é proveitoso para suas vidas, valorizando o que realmente importa. “A EQM é uma grande lição para quem a experimenta e para quem dela sabe tirar preciosos ensinamentos”, destaca Mary Angela.
Para o espiritismo, segundo Mary Angela, as experiências de Quase-Morte podem ser consideradas espirituais se considerarmos que o termo espiritual se refere às experiências vividas pelo espirito na dimensão espiritual. “O espírito desprendido do corpo físico vive experiências na espiritualidade, por isso, normalmente, quem passa por uma EQM, relata encontrar parentes já falecidos, amigos que os envolvem num clima fraternal, reverem passagens de sua(s) vida(s), visitarem lugares de tranquilidade”, relata ela.
O médico Diego Giacomini, afirma que os relatos de experiência de EQM, estão sempre relacionados a estados de diminuição da atividade cerebral, não à morte encefálica. Após uma parada cardiorrespiratória o fluxo sanguíneo cerebral começa a diminuir, mas ainda pode ser revertido. Ele acredita que apesar de todos os avanços científicos ocorridos nos últimos anos, ainda temos muito que evoluir e que é da essência humana a busca de autoconhecimento. “Acredito que ciência e religião devem caminhar juntas, de uma forma complementar visando sempre à evolução humana”, complementa Diego.

Por Luana Baggio

sábado, 19 de novembro de 2011

Reforma ortográfica: a confusão continua

Entender a reforma ortográfica não é tarefa fácil. A mudança ainda causa estranheza para algumas pessoas na hora de escrever.
A língua portuguesa tem origem em Portugal, com cerca de 272,9 milhões de falantes. É a quinta língua mais falada no mundo e a mais usada no hemisfério sul da terra. A mudança ocorreu em oito países lusos falantes da língua portuguesa: Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe, Brasil e Portugal. No Brasil, a reforma foi oficializada em 29 de setembro de 2008, as novas regras ortográficas já estão valendo e devem ser completamente implantadas  até 2012.
As faculdades e escolas adequaram-se à reforma ortográfica, mas não sem uma certa resistência e a divisão de opiniões quanto à sua validade. As professoras universitárias entrevistadas percebem a mudança como uma homogeneização da língua portuguesa. “Ao contrário do que as pessoas pensam, ficou bem mais fácil”, diz Célia Dellamea, doutora em lingüística e professora na Unifra. “Agora ficou mais fácil porque antes para fazer tradução não sabia se usava-se o português de Portugal ou do Brasil. Agora temos uma língua única em todos países luso", complementa Célia.
Para Najara Ferrari, doutora em comunicação e professora na UFSM, o futuro da língua portuguesa é indefinido, pois é difícil mudar uma língua. “Nós temos um português mais arcaico que o português de Portugal”, explica Najara. Segundo ela, o português brasileiro ainda é do tempo em que o país foi colonizado pelos portugueses. "Eles evoluíram na linguagem. A reforma é como uma evolução para nós, brasileiros", declara Najara.
Em comparação com Portugal a mudança foi bem maior, pois naquele país houve a mudança das consoantes mudas. No Brasil, apenas acentuação e hífens foram alterados.

Acordos que não deram certo

O percurso até a assinatura do acordo ser firmado pelos países é longo. Outras tentativas com o mesmo objetivo já haviam sido realizadas pelos países que integram a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa). A ideia principal do acordo sempre foi unificar a forma de registro escrito nos países que usam o português.
Em 1975, a Academia Brasileira de Letras e a Academia das Ciências de Lisboa redigiram um acordo em parceria. No entanto, ele não foi aprovado por motivos políticos.
Onze anos depois, em 1986, houve uma nova tentativa, também frustrada. A unificação atingiria 99,5 % do vocabulário geral da língua.
Com base nos textos dos documentos não aprovados em 1975 e 1986, em 1990 foi realizada uma nova tentativa. Com o intuito de unificar a grafia de 98% do vocabulário geral do idioma, o texto final foi assinado por representantes das nações que falam português. Após ser aprovado pelos congressos de Cabo Verde e Portugal, em 1995 foi a vez dos parlamentares brasileiros votarem a favor.   
Um ano depois foi criada a CPLP, e seus participantes assinaram um protocolo modificando a data de vigência do acordo. 
Em 2004, um novo documento modificativo foi assinado para que o Timor-Leste, país que conquistou sua independência em 2002, pudesse aderir às normas.  

Por Eliana Linhares e Patrick Chagas

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Apicultura: as operárias santa-marienses estão em alta

Como diria Vinícius de Moraes, “A abelha-mestra e as abelhinhas estão todas prontinhas para ir para a festa, num zune-que-zune, lá vão pro jardim. Venham ver como dão mel, as abelhas do céu".
O poeta estava certo. Ao menos com relação a Santa Maria. 
As operárias da cidade trabalham muito. Tanto que, de acordo com o IBGE, em 2003, o município estava na 13ª colocação do Estado como maior produtora de mel. A expectativa dos apicultores é de que já se tenha subido mais no ranking, devido ao aumento da produção.
O presidente da Associação de Apicultores de Santa Maria (APISMAR), Silvio Lengler, relata que há oito anos eram produzidas 63 toneladas de mel. “Na atualidade, só a APISMAR tem 3.100 colmeias, considerando a média de produção de 25 quilos, isso nos dá aproximadamente 78 toneladas”, diz ele.
No entanto, Santa Maria não fica com todo esse mel. Afinal, a produção da APISMAR é regional. “Mais ou menos 80% é comercializado aqui. Nós temos sócios de são Francisco de Assis, Itaqui e Júlio de Castilhos. Aproximadamente 20% desse mel retorna para o seu local de origem e é comercializado lá, ou em Porto Alegre, pois o nosso mel tem o Selo de Inspeção Federal”, afirma o presidente.
Silvio Lengler conta que Santa Maria é autossuficiente na produção do mel, e que o projeto SOS Abelhas vem a colaborar com esse trabalho. “De setembro de 2010 a outubro de 2011 retiramos 300 caixas-isca espalhadas pelos bairros, árvores e praças da cidade e as instalamos na área rural. Só ali há um incremento na produção na faixa de sete toneladas”, relata.
Lengler comenta que o projeto existe há 26 anos, mas não havia muita divulgação. Atualmente, a APISMAR tem parceria com a Prefeitura Municipal de Santa Maria, o que ajuda na compra de materiais de segurança e caixas-isca que são espalhadas pela cidade. “A comunidade sai ganhando, pois as abelhas não agridem ninguém. Elas são capturadas e há um incremento na produção de frutas e cereais”.

O mel e o uso medicinal
As abelhas são as grandes responsáveis pela polinização de árvores e flores. Aqui, o principal pólen usado é o dos pinheiros, árvore nativa do sul do país. Porém, existe uma variedade de pólen que trará diversos tipos de mel: alguns são mais usados como adoçante e outros são mais propícios como medicamento.
Muito se fala do papel medicinal do mel. O alimento eleva a quantidade de antioxidantes, possui substâncias que previnem o envelhecimento precoce e protege os vasos. No entanto, Silvio Lengler afirma que a apiterapia não é só através do mel, mas também da geleia real, do própolis e do pólen.
Nas feiras coloniais o que mais chama a atenção do consumidor em relação ao mel é quanto à pureza. Apesar de Santa Maria estar entre os maiores produtores do alimento no Estado, existe apenas uma pesquisa sendo feita sobre as impurezas do mel, no Departamento de Tecnologia de Alimentos. A novidade da APISMAR é o vinagre de mel, que há pouco é comercializado.

Por Laudia Bolzan

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Síndrome do Prédio Doente

Conforme a Bióloga Eliana Buzelli, especialista em Ecologia e Gestão Ambiental, mestranda em Tecnologia Ambiental, é cada vez mais idealizada, a melhoraria da qualidade de vida dos seres humanos, bem como a busca pela satisfação de gozar de uma boa saúde física e mental no atual e agitado dia-a-dia. Isso fez com que vários temas, até então pouco conhecidos, mudassem de tal forma que os controles ambientais tornaram-se mais exigentes.
A má qualidade do ar interno dos edifícios passou a ser conhecida mundialmente como a “Síndrome do Edifício Doente” (SED), resultado de uma conjunção de fatores que vão desde os problemas no projeto até a má conservação dos dutos, causando dois tipos básicos de contaminação: a biológica por fungos, bactérias, vírus e protozoários e até mesmo aracnídeos como é o caso dos ácaros e, a química proveniente de gases liberados por produtos de limpeza, vernizes, tintas, equipamentos de escritório, colas, aumento no nível de dióxido de carbono etc.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sintomas mais comuns são dor de cabeça, irritação nos olhos, nariz ou garganta, náusea, fadiga mental e física, que desaparecem tão logo as pessoas deixam o edifício. A SED é observada em pessoas que passam grande parte do seu tempo dentro de ambientes impróprios, mal ventilados e mal construídos. No Brasil, em vigor desde 25 de outubro de 2000, a Resolução n. 176 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e atualizada em 16 de janeiro de 2003 pela resolução 009, estabeleceu regras para que os sistemas de ar condicionado não se transformem em ameaça permanente às pessoas que freqüentam ambientes climatizados artificialmente.
Conforme a médica otorrinolaringologista, Maria José Coser, o ar não proporciona crescimento microbiano, mas é um potente disseminador. Por conter partículas de poeira e água é capaz de transportar os microorganismos e expô-los em contato com as pessoas. Entretanto, os tipos de germes presentes são determinados por fontes contaminantes, sendo os aparelhos de ar condicionado, na grande maioria dos casos, um maximizador deste processo de contaminação, vários deles não são freqüentemente limpos e monitorados quanto as suas condições assépticas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A superexposição nas redes sociais


Com o avanço das tecnologias, as redes sociais estão cada vez mais presentes na vida das pessoas. Elas se tornam palco para a superexposição, seja por vaidade ou ingenuidade. Usuários dizem o destino de suas férias, os restaurantes onde vão jantar, postam fotos e vídeos e acabam detalhando suas vidas para quem quiser ver.
O Brasil é um país onde as redes sociais são mais populares. Segundo pesquisas realizadas pela empresa Nielsen, responsável por análises e diagnósticos do mercado, demonstra que 86% dos internautas brasileiros, possuem perfis e permanecem em média, cinco horas por semana nessas redes.
O acesso às redes sociais está presente cada vez mais cedo no dia a dia das pessoas. É o caso da estudante do ensino fundamental, Natalia Barchet, 13 anos que destaca a necessidade de possuir um perfil na internet. Segundo ela, quem não tem vida ativa nas redes é considerado uma aberração, são excluídos do grupo de convívio, que neste caso é o ambiente escolar.
Já para o acadêmico de jornalismo João Miranda a realidade no ciberespaço é bem diferente. “Aboli totalmente minhas redes sociais, não agüentava mais tanta besteira! Resolvi substituí-las pelo bom e velho aparelho celular que já é o suficiente para efetuar os contatos necessários.”
Apesar das polêmicas que giram em torno da superexposição nas redes, elas são fundamentais para o mercado de trabalho. A relações públicas, Liana Merladete, proprietária de uma agência de conteúdo de Santa Maria, destaca a importância em estar presente em um ambiente virtual. Relata que para efetivação no quadro de funcionários da empresa, é essêncial ter pelo menos um perfil em rede social. Porém, adverte que não basta somente ter o perfil, é preciso alimentá-lo constantemente com informações relevantes.
Este cenário mostra que sociedade contemporânea está passando por profundas mudanças, uma espécie de reformulação de valores. A privacidade que outrora era preservada, hoje em dia, através do advento das novas tecnologias, está sendo invadida pelas novas tendências de exposição na internet. Segundo Ana Clara Lehmann, responsável pelas postagens do blog NUDI (Núcleo de Direito Informacional da Universidade Federal de Santa Maria) a vida pública já não é tão valorizada quanto a vida privada. O que vira notícia não é necessariamente o que todo mundo sabe, mas sim a vida íntima. Ana encerra falando “eu apareço, logo eu existo, se não estou online, eu não existo.”

Por Aline Schefelbanis e Carla Tavares

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Para além de um discurso de rei

A popularização do conhecimento acerca um tema pouco discutido e a diminuição do preconceito através das telas do cinema. Foi desta forma, que a gagueira foi abordada no filme O Discurso do Rei, grande vencedor do Oscar 2011.
A gagueira é pois, uma patologia da linguagem oral, por isso indicada como uma patologia da fala. Consiste na interrupção da fluência verbal caracterizada por repetições, bloqueios ou prolongamentos, audíveis ou não, de sons e sílabas. Pode, ser acompanhada por outros movimentos e por emoções de natureza negativa, como medo, embaraço ou irritação. As causas não são definidas. Estudos mostram que se trata de uma provável disfunção de áreas do cérebro relacionadas à temporalização da fala. O que se conhece é que a hereditariedade é a causa marcante no quadro.

Professora e fonoaudióloga do Serviço de Atendimento Fonoaudiológico da UFSM, Márcia Keske Soares chama a atenção para a importância de buscar ajuda profissional assim que for diagnosticada a disfluência.
A gagueira não tem cura e quanto mais precoce o atendimento, melhores serão os resultados. No entanto, a eficácia do tratamento irá depender do período de inicio dos atendimentos, quadro clínico apresentado pelo paciente e demais fatores associados: socioculturais, ambientais e emocionais.

Ela explica também o quão comum é o fato de pacientes adultos negarem a busca ao atendimento. Em geral os pacientes são as crianças,  naquela fase de vida em que ainda não passaram por constrangimentos, e são levadas pelos pais.
Há uma certa dificuldade da população em conhecer a patologia e como tratá-la. A vergonha, às vezes, surge por parte dos familiares e amigos, já que a fala do gago gera ansiedade ao ouvinte - o que para quem possui disfluência acaba por gerar insegurança e o sentimento de vergonha.

O tratamento em geral baseia-se no trabalho com os sintomas (repetições, alongamentos) alam da orientação dos que convivem com as pessoas que gaguejam. Alguns casos demandam tratamento psicológico, pelas questões emocionais envolvidas. Por esta razão, a gagueira não deve ser tratada somente com atendimento psicológico, assim como muitas vezes, o atendimento fonoaudiológico sem o psicológico não atinge o rendimento necessário.

Segundo Márcia, um novo aparelho, o qual contribui com benefícios para o tratamento da gagueira está sendo pesquisado, é o SpeechEasy . O equipamento é comercializado nos EUA e já chegou ao Brasil, porém, é pouco divulgado e sua utilização esbarra no preço inacessível para a população em geral.

No último dia 22 de outubro, foi comemorado o Dia Internacional de Atenção à Gagueira . Neste ano, o tema foi: "Gagueira: histórias que mobilizam junto da campanha": "Gagueira não tem graça. Tem tratamento". A campanha foi elogiada pela fonoaudióloga Márcia ao esclarecer: “é excelente a campanha para mobilizar a população sobre a patologia, auxiliando sempre e para se ter o esclarecimento necessário, para conhecer, conviver e tratar aqueles que gaguejam”.

Mais uma vez fazendo menção ao filme O Discurso do Rei, uma contribuição é sugerida na trama. Ao contrário do que é mostrado com muita freqüência quando a gagueira é apontada como falha de caráter ou motivo de riso, o filme sugere que ao deixar de gaguejar, se consegue grandes coisas, mas se pode conquistar grandes coisas mesmo tendo gagueira.

Por Pâmela  Rubin Matge

Por uma morte sem dor

O debate em torno da eutanásia reacendeu as discussões no país vizinho, a Argentina. Os pais de um bebê de dois anos pedem uma “morte digna” à filha que está em estado vegetativo desde o nascimento, não chora, não pisca e não se movimenta. O estado de saúde da menina é irreversível, segundo os médicos. Porém, naquele país não há uma lei que regulamente o prática da eutanásia. O mesmo acontece no Brasil que não possui lei específica e, este ato é considerado homicídio.
Aqui, desde 1995 tramita no senado federal um projeto de lei que estabelece critérios para uma “morte sem dor”. A emenda apresentada 16 anos atrás, prevê a possibilidade de que pessoas com sofrimento psíquico ou físico possam solicitar a realização de procedimentos que visem a sua própria morte. O projeto prevê a maneira como a eutanásia deve ser feita: uma junta médica, composta por cinco membros, sendo dois deles especialistas no problema do paciente. Caso a pessoa esteja impossibilitada de expressar a sua vontade, um familiar ou amigo poderá solicitar à Justiça a autorização.
A discussão no Brasil está longe de chegar a um acordo. O debate não tem meio termo. São dois lados bem opostos entre quem defende a vida como um bem supremo, e que sustentam a liberdade de escolha como um direito do paciente. Num deles, a igreja católica defende uma posição radical contra a eutanásia. Na campanha da fraternidade em 2008, o tema era “Escolhe, pois a vida” e se dirigia contra a prática. “É uma solução falsa para o sofrimento”, afirma o padre Gérson Gonçalves. “Não podemos permitir que isso seja normal nem que ocorra de forma natural, é uma prática grotesca, agressiva”, diz o padre que se posiciona contrário à eutanásia. De acordo com preceitos católicos, a vida humana é um bem que prevalece sobre o poder, por isso o embate com o Estado na questão da legalização do procedimento. “Deus dá o dom da vida e somente ele dá o dom da morte, ninguém tem o poder de decidir ou provocar a morte de outra pessoa”, afirma o padre Gerson.
De outro lado, entre os defensores da eutanásia, é difícil encontrar alguém que defenda com tanta ênfase a legalização do procedimento. A psicóloga Maria Amélia Scherer alerta para o sofrimento de ambas as partes: de quem está no estado vegetativo e dos familiares que acompanham o sofrimento do ente querido. De acordo com a psicóloga, o abalo emocional causado nas pessoas que têm familiares em estado irreversível pode ser muito maior do que quem está em coma profundo. “Saber que a própria filha não voltará mais a falar e ter uma vida normal abala qualquer pessoa”, diz Maria Amélia. Ela também faz refletir sobre o lado de quem está vegetando. “Uma pessoa nesse modo não toma conhecimento de nada, mas nem por isso deve sofrer a prática da eutanásia”. Explica ainda que ao optar por realizar o procedimento, se deve levar em conta vários fatores para que não prejudiquem, no futuro, os familiares. “É preciso diálogo, conscientização das pessoas, não estamos lidando com robôs, são vidas em jogo”, diz Maria Amélia.Embora a eutanásia não seja permitida no país, o debate sobre a legalização exige muita reflexão. “Mesmo que seja difícil para quem vegeta e quem cuida, precisamos discutir minuciosamente essa questão, mesmo que ela esteja distante da nossa realidade de ser aceita na sociedade”, afirma a psicóloga.

Na medicina a questão é amplamente discutida. O médico Antônio Pinto afirma que é preciso levar a vida biológica, custe o que custar, até o limite. “Não defendo a prática da eutanásia. No mundo de hoje a medicina avança e sempre surgem “milagres”, afirma o médico que acredita que o paciente pode viver anos, décadas em coma e acordar de repente. “Já presenciei muitos casos de pessoas, inclusive um que chegou a vegetar durante 12 anos e, de uma hora para outra, acordou. “Em outras situações, o acompanhamento médico faz a diferença na recuperação”, diz Antônio.
De acordo com o médico, hoje, com a tecnologia dos aparelhos de suporte de vida, como o respirador artificial, fica praticamente indefinido o tempo pelo qual é possível manter tecnicamente vivo um doente em estado terminal. Em razão da eutanásia ser considerada crime, ele diz que os médicos ficam divididos entre deixar que pacientes sobrevivam nessa condição ou retirá-los dela para que morram brevemente. "O médico se vê sob a espada da Justiça”, enfatiza.
No Brasil, o Estado de São Paulo existe uma lei sancionada pelo então governador Mário Covas que estabelece o direito de um doente terminal recusar o prolongamento de sua agonia e optar pelo local da morte. Covas que morreu com câncer na bexiga, foi beneficiado por esta lei.
Os questionamentos divergem: será que alguém tem o direito de por fim a sua própria vida ou de decidir o fim da vida de outra pessoa? É correto permitir que o doente viva num estado estático de dor e sofrimento? Perguntas como essas persistem e são difíceis de encontrar respostas. “Se a sociedade brasileira não aceita a pena de morte, é óbvio que esta mesma sociedade não pode aceitar a eutanásia, enquanto for um crime sua prática deve ser punida exemplarmente”, conclui o padre Gerson Gonçalves.

Por Bruna Kozoroski e Mateus Barreto

Doação e transplante de medula óssea: o que é?

Você já pensou em salvar vidas, até mesmo de pessoas desconhecidas, sendo um doador de medula óssea? O transplante deste tipo de medula é um tratamento indicado para algumas doenças que afetam o sangue, como a leucemia e o linfoma, quando o paciente com câncer não reage à quimioterapia e o organismo não consegue gerar novas defesas. Sendo assim, o médico oncologista só recomenda o transplante em último caso.
A medula óssea é diferente da medula espinhal. Ela é um tecido líquido-gelatinoso que se encontra no interior dos ossos chatos; é conhecida como tutano. Nela são produzidos os componentes do sangue – as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. Já a medula espinhal é um tecido nervoso que fica na coluna vertebral.
Quem resolver ser um possível doador de medula óssea precisa passar por algumas etapas. A pessoa precisa ter o cadastro no Registro Nacional de Medula Óssea (REDOME). Para isso, ele deve se encaminhar até o Hemocentro mais próximo com RG e CPF em mãos. Após uma entrevista e o preenchimento dos dados é feita uma pequena coleta de sangue. “Com essa amostra de sangue é feito um estudo de histocompatibilidade, para conhecer a tipologia da medula. Com isso, o doador passa a fazer parte do banco de doadores de medula óssea”, esclarece Laura Marques, assessora de comunicação da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer de Santa Maria (AAPECAN).        
Os doadores de medula óssea precisam tomar alguns cuidados com a saúde: toda pessoa entre 18 e 55 anos incompletos podem se candidatar à doação. No entanto, quem já teve algum tipo de doença infecto-contagiosa no sangue, como hepatite, HIV, Chagas, Sífilis, ou passa por tratamentos radio ou quimioterápicos não está apto a doar. Em geral as limitações são menos rigorosas do que para doar sangue, porém, se a pessoa for convocada a salvar uma vida, ela passa por uma avaliação médica para saber se o estado de saúde continua compatível.  
De acordo com Maria Cristina Rosado de Freitas, enfermeira do Hemocentro Regional de Santa Maria, os riscos para o doador são mínimos e semelhantes a qualquer procedimento que exija anestesia. Já o transplantado corre o risco da rejeição da nova medula, além de ficar internado durante alguns meses até que as complicações no sistema imunológico e sanguíneo sejam amenizadas. “A necessidade não vai ser suprimida em uma semana. Tudo leva tempo”, explica Maria Cristina, que é responsável pela captação da medula óssea.
Em Santa Maria e nos municípios vizinhos, o número de pessoas cadastradas no banco de dados de doadores de medula óssea totaliza 10.500. Um número pequeno, já que a possibilidade de ser compatível no Brasil é de 1 em 100 mil doadores. As chances entre familiares é a mesma, por isso a maioria recorre ao REDOME. Em nível internacional a probabilidade é de 1 em 1 milhão. Roseli Maria Cervi Kohl teve o prazer de se tornar a esperança de um norte-americano, quando as chances são quase nulas. Ela passou por todos os exames e no início deste ano o transplante pode ser realizado. “Fiquei muito feliz em ser compatível e poder salvar uma vida, mesmo que de uma pessoa desconhecida. Só sei que o paciente é solteiro e pesa 106 kg”, se emociona a gaúcha ao lembrar-se do fato, que na sua opinião foi a melhor coisa que fez neste mundo.

Por Dandara Flores e Thays Ceretta