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quarta-feira, 22 de abril de 2009

SOB MEDIDA

Já havia sido divulgadas notícias a respeito da manipulação e seleção de embriões, com o intuito de serem geneticamente escolhidos sem pré-disposição a determinadas doenças ou compatíveis com familiares que necessitassem de algum tipo de transplante.

Essa mesma técnica permite que médicos e cientistas tenham noções estéticas do futuro feto, conhecendo características como a cor dos olhos, da pele e dos cabelos. No entanto, utilizar tais processos para escolher as peculiaridades estéticas do bebê era uma prática que se mantinha fora do “circuito comercial” das clínicas de fertilização assistida. No último mês, foi divulgada uma clínica norte-americana que já permite que os pais optem entre os embriões, de acordo com suas características físicas, mediante a escolha de um determinado embrião em detrimento de todos os outros.

Do ponto de vista ético, parece diferente optar entre um embrião menos suscetível a doenças e outro louro de olhos azuis. Se essa prática passar a ser adotada a longo prazo e se popularizar, será possível escolher um futuro feto pela cor dos cabelos, mais ou menos da mesma maneira como escolhemos um frasco de tinta.
O questionamento que persiste é: se cada vez mais os grupos segregados tentam se unir ao que chamamos de sociedade “normal”, lutando por um viés de inclusão, onde esse conceito terá espaço numa sociedade em que, determinados grupos sociais terão a chance simplesmente de excluir, desde o princípio aqueles que sejam portadores de necessidades especiais, que tenham alguma doença pré-disposta, que sejam, brancos, pretos ou pardos, hetero ou homossexuais (partindo-se da teoria científica de que a homossexualidade é determinada geneticamente).

Estaremos nós embarcando de forma “lenta” e silenciosa no Admirável Mundo Novo criado por Aldous Huxley?

Por Mariana Silveira

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