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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Com a crise na mira

A parceria entre governo federal com algumas indústrias, em especial a bélica, parece que tem gerado bons frutos. É o que relata uma notícia publicada no jornal Zero Hora.
Segundo a matéria, o investimento aproximado de 150 a 200 milhões de euros vai ser injetado na indústria Helibras, empresa formada por capital misto entre o governo de Minas Gerais e o grupo francês Eurocopter.
O que causa estranhamento, além do valor anunciado pelo ministro da Defesa Nelson Jobim, é o fato de que o investimento será feito justo onde a crise tem se abatido com maior força, na indústria.
Uma breve análise já basta para despertar a desconfiança sobre o retorno desse investimento e se a produção realizada será mesmo absorvida pelos países-alvo, embora a inicial seja direcionada para o Brasil. Afinal, os demais países terão que investir em importações e mandar para o exterior recursos financeiros que, a princípio, servem como reserva e segurança para as economias internas.
Em contraponto à hipótese de investir baseado em previsões incertas, o ministro destaca que apoiar financeiramente a indústria bélica sempre foi um artifício para aquecer a economia e gerar empregos. Ou de pelo menos tentar, já que uma das condições para a concessão do apoio é a de que 50% dos componentes das aeronaves devem ser originários de indústrias brasileiras.
Entre o dito e não dito, fica no ar o valor exorbitante investido, a incerteza de retorno desse capital e o questionamento se tal quantia não poderia ser redirecionada para áreas e indústrias que correspondessem às demandas da sociedade. Além desses, outra dúvida é a saber até que ponto o foco é aquecer a economia e gerar empregos, já que o setor é ambiguamente estatal e privado.
Seria ele estatal para atrair capital e privado para gerir a mão-de-obra e os negócios? A resposta só o futuro pode dar.



Por Carlos Eduardo, Flávia Alli e Juliano Pires

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