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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Políticas públicas e a doença de Chagas

Ao observar as publicações desta semana referente aos fármacos, encontrou-se ontem, dia 14, a seguinte chamada no Jornal da Ciência, cujo texto foi reproduzido da Folha de SP, "Droga contra doença de Chagas ainda é pouco eficaz". Lembrei que estudamos o Trypanosoma cruzi, agente da doença de Chagas, no ensino médio e durante o vestibular. Mas é preciso confessar, não tinha conhecimento de que tantas pessoas ainda são acometidas por esse mal. Os dois medicamentos usados atualmente têm mais de 30 anos e não conseguem uma eficácia maior do que 70%. E as principais vítimas da doença são as crianças. Cerca de 14 mil pessoas morrem anualmente em decorrência do mal de Chagas nas Américas.
Segundo levantamento da Ong DNDI (Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas, sigla em inglês), a cada ano são registrados na América do Sul e Central 41.200 novos casos, transmitidos diretamente pelo barbeiro. A pior situação está na Bolívia, com 10.300 registros inéditos. O bom da notícia é que há previsão para a fabricação de um novo medicamento em 2010, que se destina às crianças.
Essa informação faz pensar nas políticas públicas do Estado. A ciência tem avançado muito, mesmo que a passos lentos como no caso dessa moléstia. No entanto, não é possível ficar na dependência de novos tratamentos e de novos fármacos. Fazendo uso de um velho clichê, "é preciso cortar o mal pela raiz", isto é, trabalhar na prevenção dessas epidemias, e para quem já está infectado, deve haver políticas de saúde onde se possa realizar um diagnóstico precoce da doença, o que torna o tratamento mais eficaz. Talvez o leitor pense que é fácil jogar a culpa no governo, mas é inegável que nossas políticas públicas vão mal, e muito.

Por Neli Mombelli

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