Pesquisar este blog

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Epidemia de meningite requer maior vigilância, alerta FiOCruz

Estudos realizados recentemente pelo Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) apontam a necessidade de se ter maior vigilância na identificação dos agentes que causam meningite viral. A pesquisa refere-se, principalmente, ao Rio de Janeiro, pois o Estado está vulnerável a um novo agente causador da epidemia. Essa identificação ajudará a isolar tais agentes.
A meningite causa inflamação nas membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser viral ou bacteriana. As virais são de caráter mais leve, assemelhando-se à gripes e resfriados. Já a causada por bactérias é contagiosa e, geralmente, mais grave, podendo levar à morte. Ela possue várias tipificações, entre elas as mais conhecidos como A, B e C. As crianças menores de uma ano são as mais suscetíveis à moléstia.
A doença atinge, na sua maioria, conglomerados populacionais. Isso ocorre devido a precariedade dos serviços de saúde, à falta de higiene e pela facilidade de propagação em locais fechados e/ou aglomerados, tendo maior incidência no inverno. No país, o Rio de Janeiro e a Bahia são os mais atingidos pela doença.
O histórico da meningite remonta à década de 70, anos de chumbo no Brasil. O país vivia o chamado "milagre econômico", como o governo Médicci. Quando a epidemia de meningite é detectada, as autoridades do Estado a negam a sua existência e decretam a lei da mordaça para pesquisadores e médicos. O resultado foi que a doença começou a se espalhar. Tempo depois ela foi reconhecida e iniciou-se as campanhas de vacinação.
A prevenção é feita através de vacinação. Para que funcione, a aplicação deve ser feita em massa, evitando que epidemia se prolongue por mais tempo. A vacina A+C é encontrada nos postos de saúde. No entanto, para o tipo B não há medicação gratuita. De acordo com entrevista dada ao Jornal da Ciência,o diretor-presidente da Fundação Butantan, Isaias Raw, diz que a empresa responsável pela fabricação dessa vacina detém o seu monopólio, o que inviabiliza a imunização em massa. Ele até questiona o seu custo já que ela possui o mesmo princípio ativo da A e C.
A notícia mais recente sobre o assunto diz que há uma nova vacina contra a meningite na Europa. O preço será cerca de 70 euros cada dose (aproximadamente R$ 202,00) e será indicada para bebês e crianças com idades entre seis semanas e dois anos de idade. Mais uma vez, ficamos à mercê de monopólios internacionais, e o pior é que se trata de saúde pública mundial, pois países como os EUA também são acometidos por essa epidemia.


Por Neli Mombelli

Nenhum comentário: