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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Doação e transplante de medula óssea: o que é?

Você já pensou em salvar vidas, até mesmo de pessoas desconhecidas, sendo um doador de medula óssea? O transplante deste tipo de medula é um tratamento indicado para algumas doenças que afetam o sangue, como a leucemia e o linfoma, quando o paciente com câncer não reage à quimioterapia e o organismo não consegue gerar novas defesas. Sendo assim, o médico oncologista só recomenda o transplante em último caso.
A medula óssea é diferente da medula espinhal. Ela é um tecido líquido-gelatinoso que se encontra no interior dos ossos chatos; é conhecida como tutano. Nela são produzidos os componentes do sangue – as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. Já a medula espinhal é um tecido nervoso que fica na coluna vertebral.
Quem resolver ser um possível doador de medula óssea precisa passar por algumas etapas. A pessoa precisa ter o cadastro no Registro Nacional de Medula Óssea (REDOME). Para isso, ele deve se encaminhar até o Hemocentro mais próximo com RG e CPF em mãos. Após uma entrevista e o preenchimento dos dados é feita uma pequena coleta de sangue. “Com essa amostra de sangue é feito um estudo de histocompatibilidade, para conhecer a tipologia da medula. Com isso, o doador passa a fazer parte do banco de doadores de medula óssea”, esclarece Laura Marques, assessora de comunicação da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer de Santa Maria (AAPECAN).        
Os doadores de medula óssea precisam tomar alguns cuidados com a saúde: toda pessoa entre 18 e 55 anos incompletos podem se candidatar à doação. No entanto, quem já teve algum tipo de doença infecto-contagiosa no sangue, como hepatite, HIV, Chagas, Sífilis, ou passa por tratamentos radio ou quimioterápicos não está apto a doar. Em geral as limitações são menos rigorosas do que para doar sangue, porém, se a pessoa for convocada a salvar uma vida, ela passa por uma avaliação médica para saber se o estado de saúde continua compatível.  
De acordo com Maria Cristina Rosado de Freitas, enfermeira do Hemocentro Regional de Santa Maria, os riscos para o doador são mínimos e semelhantes a qualquer procedimento que exija anestesia. Já o transplantado corre o risco da rejeição da nova medula, além de ficar internado durante alguns meses até que as complicações no sistema imunológico e sanguíneo sejam amenizadas. “A necessidade não vai ser suprimida em uma semana. Tudo leva tempo”, explica Maria Cristina, que é responsável pela captação da medula óssea.
Em Santa Maria e nos municípios vizinhos, o número de pessoas cadastradas no banco de dados de doadores de medula óssea totaliza 10.500. Um número pequeno, já que a possibilidade de ser compatível no Brasil é de 1 em 100 mil doadores. As chances entre familiares é a mesma, por isso a maioria recorre ao REDOME. Em nível internacional a probabilidade é de 1 em 1 milhão. Roseli Maria Cervi Kohl teve o prazer de se tornar a esperança de um norte-americano, quando as chances são quase nulas. Ela passou por todos os exames e no início deste ano o transplante pode ser realizado. “Fiquei muito feliz em ser compatível e poder salvar uma vida, mesmo que de uma pessoa desconhecida. Só sei que o paciente é solteiro e pesa 106 kg”, se emociona a gaúcha ao lembrar-se do fato, que na sua opinião foi a melhor coisa que fez neste mundo.

Por Dandara Flores e Thays Ceretta

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