Pesquisar este blog

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Alerta aos pais sobre a obesidade infantil

Na cantina da escola, em casa ou nas festinhas e passeios, os salgadinhos, refrigerantes, doces, chocolates e todas as famosas “porcarias” estão presentes no dia-a-dia da grande maioria das crianças. Eles atrapalham os horários das alimentações e são inimigos da saúde, mas ainda assim, estão entre os favoritos dos pequenos. A obesidade infantil está se tornando um índice ascendente no desenvolvimento da sociedade moderna. Mas qual a maneira de evitar isso? Como os pais devem agir?
A massoterapeuta e nutricionista Karina Zubiarre Pereira, explica os fatores que podem gerar a obesidade e de que maneira os pais podem tentar contornar essa situação. A nutricionista comenta que, hoje, uma das causas principais da obesidade é ambiental “o incentivo ao consumo de alimentos muito gorduros, o sedentarismo e a genética influenciam muito se seremos ou não obesos ou doentes”, porém não é apenas isso que elucida a obesidade na sociedade atual, também há uma grande parcela de culpa por parte da criação e dos costumes adquiridos desde a infância.
A saúde da criança já pode ser afetada durante a gravidez, “a gestante que ultrapassa o peso permitido durante os nove meses predispõe a criança a nascer com sobre peso e a ser obeso mais tarde”, conclui a nutricionista. Por isso, o papel dos pais é de suma importância. A criança tende a seguir o exemplo e precisa ser incentivada. “Se não há salada na mesa, a criança não irá comer”, explica a nutricionista. Estimular o consumo de alimentos e receitas mais saudáveis ajuda a controlar o excesso de alimentos pouco nutritivos.
Eduarda Aramburu de 38 anos, é mãe de Renan de 4 anos e conta como driblou as necessidades de uma alimentação saudável para o filho. "A nutricionista me deu uma dica que deu certo: apostar no colorido. Quando o Renan viu a gente comendo aquela quantidade de saladas com cores vivas, começou a ceder à curiosidade e experimentar mais as coisas" orgulha-se Eduarda.

Mas os pais devem ficar atentos fora de casa, é o conselho da mamãe do Frederico de 8 anos, Débora Machado que sente pena quando o filho quer comer um salgadinho e ela não deixa. “Ele está gordinho e em fase de crescimento , mas tento sempre levar uma fruta ou algo mais saudável na bolsa pra ele. Ele se alimenta mais vezes e não sente tanta fome." relata.
O fator psicológico também é fundamental. Algumas pessoas tendem a comer quando estão tristes, felizes, quando fazem festas ou reúnem os familiares, “a comida está no social, está no lazer, está no ambiente e muitas vezes o alimento é utilizado com recompensa quando somos crianças” comenta a nutricionista Karina.
Aline Cavalheiro Veiga, 57 anos, conta que anos atrás, interferiu diretamente na alimentação da filha Gabriela. Com 11 anos a menina chegou a 180 de colesterol. Para ela, o principal motivo foi a separação do casal. "Logo que o pai saiu de casa, ela começou a engordar. Quando ia passar as férias com ele, a Gabriela sempre voltava mais gorda do que antes. Comecei a notar que ela estava descontando a frustração da nossa separação na comida."
A mãe teve que tomar medidas drásticas: "cheguei a ir até a escola e proibir que ela comprasse na cantina. O pai dava dinheiro e eu não conseguia controlar. Mas não adiantou , ela saía da escola e passava em algum mercadinho pra comprar bobagens”, conta.
Hoje, Gabriela está com 23 anos e teve que passar por uma cirurgia de redução de estômago. Aos 19, ela chegou aos 137kg. A jovem conta que sofreu muito com a obesidade desde a infância "eu comecei a engordar e nunca mais parei. Ao longo dos anos tentei de tudo: regime, vigilante do peso, remédio pra emagrecer, nada adiantou", relata Gabriela.
Ela desabafa que tomou a decisão da cirurgia sozinha e contou com a ajuda dos pais "com 19 anos, minha situação já era crítica. Não saía de casa, morria de vergonha de tudo. Estava depressiva. Então decidi fazer a redução de estômago.”.
 Em alguns casos, a obesidade é irreversível, como no caso de Gabriela, a jovem explica “quando consultei o médico, ele disse que no meu caso, era a única solução. E eu teria que me cuidar para o resto da vida.".
A experiência foi traumática mas valeu a pena. Hoje , Gabriela vive mais feliz e aprendeu a se alimentar normalmente, podendo comer de tudo, mas com moderação. "Emagreci mais de 50kg e não me arrependo. Mas tenho que estar sempre me cuidando para não voltar a engordar, pois o desejo psicológico as vezes fala mais alto." confessa.
O conselho da nutricionista Karina, é que mantenham uma alimentação sempre saudável à mesa, evitando os alimentos industrializados, ricos em sódio e que, se possível, as famílias busquem um aconselhamento multidisciplinar profissional.

por Camilla Compagnoni

Nenhum comentário: