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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Saúde pública, direito de todos.

A humanização da assistência à saúde é um processo atual e crescente no contexto brasileiro. No entanto, na prática, ela não tem se concretizado. O direito a um atendimento de saúde adequado está previsto no artigo 196 da Constituição Federal, porém, muitas vezes, a realidade no serviço de saúde é outra.
Santa Maria, conhecida por cidade cultura, com grandes universidades sendo uma federal, a primeira do interior do Brasil e com diversos cursos na área da saúde. Todos estes títulos, no entanto, não foram suficientes para impedir o caos na saúde pública local.
A população vem sendo desassistida, sem atendimento nos hospitais e postos de saúde que não contam com uma equipe de médicos completa, fazendo com que os poucos profissionais se dividam entre diversos pontos para atender pelo menos uma vez na semana cada posto.
O diretor geral da Secretaria de Saúde de Santa Maria, o médico Luiz Skinovsky explica que o número de médicos formados que optam por atuar na saúde pública é pequeno, pois os jovens ao fazer vestibular já optam por cursos específicos para se tornar um médico especialista, sem precisar passar pela saúde pública no decorrer da sua carreira, para logo depois de formado partir para uma residência. Opção essa, na opinião do médico, devido ao status da profissão e pelo fato de ter uma remuneração mais satisfatória. Luiz ressalta que os salários até pouco tempo para médicos na saúde pública eram considerados baixos, porém, a Secretaria de Saúde continua buscando profissionais para atuar na área. Segundo ele, recentemente o prefeito César Schirmer aumentou o salário em 200% e, mesmo assim, a situação continua complicada. “É o terceiro concurso público que realizamos para saúde da família com dezesseis vagas, apenas sete se inscreveram, três não passaram, e 4 entraram, ao contrário do concurso público que realizamos para dentista e enfermeiros, no qual obtemos sucesso e todas as equipes estão completas", afirma.
A portaria 1101 de saúde pública municipal prevê que cada médico deve atender quatro pacientes por hora, ou seja, trabalhando seis horas por dia, cada médico atenderia 24 pacientes por dia. Luiz diz que todo posto de saúde teria que ter em sua equipe diária um médico clínico geral, um pediatra e um ginecologista, porém, não é essa a realidade do município. Em relação aos estagiários de medicina, odontologia, fisioterapia e enfermagem da UFSM e Unifra, formam uma equipe completa nos postos de saúde, segundo o secretário.
Outro ponto ressaltado pelo mpedico é o fato das pessoas terem o costume de procurar os postos de saúde (P.A’s) para tratar de problemas que deveriam ser tratados no hospital, como casos de alta complexidade como AVC (Acidente vascular cerebral), aumentando assim o fluxo de pessoas no posto de saúde. O médico explica que os hospitais estão com leitos esgotados, por isso ocorre esta procura nos postos de saúde.
“Para solucionar esse problema e melhorar o sistema de saúde municipal, já conta com as instalações da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e deve ser inaugurada até fevereiro e terá uma grande estrutura para atender cerca de 500 atendimentos por dia. Enquanto o prédio não é inaugurado, o Hospital de Caridade disponibilizou recentemente mais 140 leitos e a Casa de Saúde de 70 a 80 leitos”, finaliza Skinovsky.
Para ele, nessa perspectiva, o munícipio se encaminha para uma melhor situação na saúde pública, com menor fluxo de pessoas nos postos de saúde, diminuindo o tempo de espera dos pacientes, e melhorando o atendimento individual do santamariense.

Lidiana Betega

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