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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Redes inteligentes são o futuro da distribuição de energia


O modo como é feita a distribuição de energia é um tanto arcaica para os avanços de hoje.
Na visão de muitos especialistas, isso se justifica na dependência de uma única fonte geradora e, conseqüentemente na vulnerabilidade deste sistema.
Caso essa fonte falhe, toda rede fica sem abastecimento.
Outro agravante é o formato de medição do consumo que nem sempre é justo com o consumidor. Com os medidores analógicos que já estão defasados e as pessoas que passam de casa em casa para a coleta de dados, a probabilidade de erros é grande.
Somando todas as falhas, não é exagero dizer que estamos á espera de novo apagão. Em virtude disso, há uma proposta mundial de criação de uma rede de energia inteligente, uma ideia para melhorar o consumo de energia. São as chamadas smart grid.s
A lógica da smart grid se resume na inteligência do sistema. Isso significa que as novas redes serão automatizadas com medidores de qualidade e de consumo de energia em tempo real. Isso quer dizer que a sua casa vai "conversar" com a empresa geradora de energia, podendo fornecer, um futuro próximo, eletricidade para ela. A inteligência também deverá ser aplicada para evitar a perda de energia ao longo da transmissão, outro grande problema do atual sistema de distribuição de energia elétrica. No Brasil, de acordo com a IBM, 14,7% do total da energia produzida é dissipada no processo de distribuição. Além disso, ainda há o furto de energia, o popular “gato”, que com o novo sistema deve ser abolido. As redes inteligentes também garantem mais precisão nas medições de consumo e na identificação de falhas à distância.
Hoje, se a luz cair na sua casa é necessário ligar para a empresa de energia, avisar e esperar que algum técnico identifique a falha e vá até o local para reparar. A realidade da smart grid é bem diferente, como ela é uma rede inteligente, assim que a pane ocorrer, a empresa geradora tem como identificar onde aconteceu a queda de energia e em poucos minutos pode mobilizar funcionários para efetuarem o conserto. Essa é umas das principais mudanças, pois a comunicação será muito mais rápida e eficiente, entre a sua casa e a operadora. Haverá sensores ao longo de toda a rede, controle e automatização do consumo residencial.

O Brasil entra na fila

No país, o sistema inteligente deve começar na casa dos consumidores, com a substituição dos medidores de energia analógicos, usados há anos nas residências, para um modelo digital. Isso é preciso pra que haja um maior controle por parte da geradora de energia e também do próprio consumidor. Os novos medidores terão chips e se conectarão à internet para transmitir dados.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) existem, aproximadamente, 65 milhões de medidores analógicos no país. Logo, a regulação dos modelos digitais que ainda nem saiu do papel deve demorar. A previsão é que em no máximo dez anos todos os medidores sejam substituídos. Além dessas alterações, toda a infraestrutura de captação de dados provenientes dos novos aparelhos precisa ser desenvolvida para não haver falhas na medição do consumo e no diagnóstico de problemas.
 A Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação desenvolve estudos a fim de apresentar para os brasileiros como funciona as redes inteligentes, o que pretende evitar alguns impactos econômicos, industriais, tecnológicos e sociais na economia do país.
Na opinião do engenheiro elétrico formado na UFSM, Roger Rodriguez, a realidade local do consumo e distribuição de energia elétrica apresenta diversos problemas, mas nenhum deles é passível de crise. Rodriguez aponta as smart grids como modelo de um sistema de energia elétrica quase ideal. O engenheiro destaca estados americanos, como o Colorado, onde os mecanismos deste sistema estão em fase de teste, visando potencializar o uso de energia, mas gerando alguns gastos extras.
“Algo que chama a atenção e torna as redes inteligentes muito interessantes para os dias de hoje é a sustentabilidade”. Segundo Rodriguez, com as smart grids, o consumidor torna-se também produtor. “Assim, existe a descentralização da produção de energia, ou seja, você poderá produzir energia e armazenar para o seu consumo”, afirma.
O engenheiro acredita que o Brasil deva ficar alguns anos na espera da implantação deste sistema inteligente, tendo em visto os investimentos necessários por parte dos órgãos públicos e ainda dos consumidores. “Com certeza o Brasil dispõe de mecânicos e matéria humana para a criação desta rede inteligente, no entanto a implantação alteraria os padrões de consumo, o que deve gerar um aumento significativo na conta de luz”, declara. Ainda assim, o engenheiro considera que a estabilidade proporcionada pelas smart grids deve conquistar o padrão mundial. “Isso tudo representa tecnologia, segurança, sustentabilidade e autonomia”, sentencia.

Por Michelle Teixeira

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