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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Experiência de quase-morte: ciência e espiritualismo


Milhares de pessoas já tiveram Experiência Quase-Morte (EQM), em que são dados como mortas clinicamente, mas acabam por voltar ao seu corpo físico, relatando aquilo que viram e sentiram enquanto estavam “mortas”. Esse assunto sempre foi muito relevante no meio científico e vem sendo tema de pesquisas no mundo todo. Cientistas defendem que todos os aspectos relatados por pacientes que passaram por uma experiência de quase-morte tem uma explicação cientifica. Por exemplo, o fato de “enxergar um túnel com uma luz no final” seria explicado pela diminuição da oxigenação cerebral. Estima-se que aproximadamente 18% das pessoas que ressuscitaram depois de ataques cardíacos relataram experiências de quase morte.
Foi durante uma parada cardíaca em uma intervenção cirúrgica cardiovascular, conhecida como cateterismo que Vera, empresária, passou pela experiência. Durante sete minutos médicos utilizaram procedimento padrão como massagem cardíaca e choques sem resultados na tentativa de lhe reanimar. Em uma última tentativa da equipe médica com mais um choque e injeção de adrenalina, Vera voltou a dar sinal de vida. Em um lugar desconhecido, bonito e colorido, rodeada de pessoas e com a sensação de paz, a empresária encontrava-se durante os sete minutos. “Percebi que estava em um lugar diferente, um lugar que nunca imaginei conhecer. Minha mãe segurava minha mão e vi seu rosto frente ao meu. Era muito bom estar ali, sem tristeza e sem angústia”, relata Vera que diz ter sido puxada por dois homens que pareciam médicos e, com o susto, começou a escutar novamente o barulho e a confusão na sala de cirurgia. “Os médicos diziam que não ia adiantar, senti uma dor muito forte e escutei minha respiração, foi quando acordei. Pensei na minha família e agradeci por poder estar com eles de novo” enfatiza Vera.
Para a medicina a explicação é que no momento de uma parada cardíaca, a diminuição da oferta de oxigênio ao córtex cerebral faz com que o cérebro deixe de distinguir realidade de fantasia. “Nesse momento de desordem é evocada a memória de curto prazo, onde estão registradas as informações recentes. Assim o paciente relata a cena ocorrida momentos antes da parada cardíaca”, afirma o médico Diego Giacomini.
Os relatos mais comuns das pessoas que experimentaram as EQM são que a maioria é saudada por pessoas amadas já falecidas ou por alguma figura religiosa de significado para suas vidas dentro dos padrões religiosos de suas crenças. Para Mary Angela Leivas Amorim, diretora do Departamento Doutrinário da União Municipal Espírita de Santa Maria ( UME-SM), quem passa por essa experiência torna-se mais cauteloso, mais contido nas suas opiniões e procuram analisar o acontecimento naquilo que é proveitoso para suas vidas, valorizando o que realmente importa. “A EQM é uma grande lição para quem a experimenta e para quem dela sabe tirar preciosos ensinamentos”, destaca Mary Angela.
Para o espiritismo, segundo Mary Angela, as experiências de Quase-Morte podem ser consideradas espirituais se considerarmos que o termo espiritual se refere às experiências vividas pelo espirito na dimensão espiritual. “O espírito desprendido do corpo físico vive experiências na espiritualidade, por isso, normalmente, quem passa por uma EQM, relata encontrar parentes já falecidos, amigos que os envolvem num clima fraternal, reverem passagens de sua(s) vida(s), visitarem lugares de tranquilidade”, relata ela.
O médico Diego Giacomini, afirma que os relatos de experiência de EQM, estão sempre relacionados a estados de diminuição da atividade cerebral, não à morte encefálica. Após uma parada cardiorrespiratória o fluxo sanguíneo cerebral começa a diminuir, mas ainda pode ser revertido. Ele acredita que apesar de todos os avanços científicos ocorridos nos últimos anos, ainda temos muito que evoluir e que é da essência humana a busca de autoconhecimento. “Acredito que ciência e religião devem caminhar juntas, de uma forma complementar visando sempre à evolução humana”, complementa Diego.

Por Luana Baggio

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