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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Opinião: polêmica e medo desnecessários

Hoje, o questionamento principal é: como informar bem a população, se nem os próprios especialistas e as organizações responsáveis não sabem ou dão equivocadamente um diagnóstico? No caso da Gripe A H1N1, caberia à OMS e aos especialistas da saúde estudarem bem os casos enquanto estavam em estágio inicial para evitar qualquer parecer precipitado. E caberia também à mídia, não alardear a informação antecipadamente, para que, antes de qualquer alarme e pânico mundial, pudesse já se ter uma explicação científica. A repercussão que a mídia alcança também afeta os estudos e os testes, pois pressiona os órgãos competentes a terem uma explicação rápida, o que sem maiores dados gera equívoco e caos no mundo.
Ao recorrer do parecer dado no ano 2009, que indicava como pandemia a Gripe A H1N1, a OMS se mostra ineficaz em suas pesquisas e conclusões no que diz respeito ao seu papel: saúde pública mundial.
A mim fica claro que a mídia, mesmo com seus prós e contras, é único meio que pode ao mesmo tempo informar e explicar à população quais as diretrizes a serem seguidas nesses casos, e também levar aos responsáveis como a OMS, as reivindicações da população.
A polêmica e o medo que se instaurou no mundo inteiro durante o período crítico da Gripe A, levaram ao uso de máscaras, álcool gel em escolas e lugares públicos, compra ilegal do medicamento Tamiflu, fechamento de fronteiras, cancelamento de vôos e precauções desmedidas em torno de uma doença que era tratada como ameaçadora e exterminadora.
O que coube aos jornalistas naquele estágio do problema foi feito. Ou seja, repassar indicações da OMS quanto a possíveis prevenções da doença e, mais tarde, quando veio a vacina, noticiar como ela seria aplicada.
Se houve erro no diagnóstico da epidemia, o mesmo papel foi cumprido: noticiar, informar.
No momento em que veio á furo a existência de um novo vírus, o que poderia ser feito era recorrer a OMS, ao Ministério e as Secretarias de Saúde a fim de um parecer dos órgãos responsáveis. O que acabou acontecendo, foi que nem estes sabiam do que se tratava. Os jornalistas informaram o que lhes foi repassado.
Creio que não é ao nosso papel desconfiar da OMS, que é o órgão supremo em saúde, e que rege todos os países dentro de uma norma mundial. Se todas as organizações de saúde no mundo seguem essas regras, ousaria qualquer mídia usar outro diagnóstico? Como exemplo, a opinião baseada na entrevista da médica espanhola Tereza Forcades, que mostra dados científicos de que a gripe A H1N1 matou menos que a gripe comum mata todos os anos.

Carolina Brum

Um comentário:

Giulianno Olivar disse...

Acredito que tanto imprensa quanto OMS tem "culpa" no episódio da gripe A H1N1. Não sei o que faltou à OMS, se ética ou uma coleta de dados mais consistentes, mas faltou aos jornalistas que cobriram o fato uma apuração maior, aparentemente em nome do furo de reportagem.