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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Unicamp e a Ciência na Web Rádio


 http://www.rtv.unicamp.br/?audio_cat=panorama-ciencia  
A Universidade de Campinas é responsável por 12% da ciência que é desenvolvida no Brasil, e tem o maior número de patentes entre as Universidades Brasileiras, tendo também em seus índices o maior número de artigos por pesquisador do Brasil com repercussão nas principais publicações científicas internacionais.
Ainda voltada a área da ciência a Unicamp investe também em projetos de rádio e TV. Um desses projetos era o Panorama Ciência que foi produzido até o final de 2013,tendo mais de trinta edições veiculadas na Web Rádio da instituição.
O programa abordava temas diversificados  como o aumento da população, novos estudos relacionados ao câncer, fonoaudiologia, pesquisas em DST,e  também dedicava edições sobre datas importantes e comemorações ligadas aos cursos da instituição. E existia uma boa interação entre  o jornalista mediador do programa Jeverson Barbieri e os professores, cientistas e pesquisadores da instituição que participam do Panorama Ciência.
O programa vinculado na Web Rádio Unicamp tinha duração entre 50 e 52 minutos e ia ao ar na segunda-feira das 14:00 as 15:00 horas e das 22:00 as 23: 00 horas, nas segundas os programas eram inéditos e nas quinta-feira das 14:00 as 15:00 horas e das 22:00 as 23:00 eram reprisados
 De acordo com o apresentador Jeverson Barbieri, o programa Panorama Ciência não é mais produzido pela Web Rádio Unicamp desde o final de 2013, assim como alguns outros programas da grade. Eles passaram a pertencer à linha Conexão e hoje a Unicamp mantém o Conexão Ciência. O novo projeto Conexão Ciência, segue praticamente os mesmos moldes do antigo programa semanal, e Jeverson Barbieri também segue como apresentador. 
"Atualmente não temos mais programas dentro da grade. Pelo conceito de Web Rádio o ouvinte tem que ficar livre para ouvir a programação a hora que quiser, portanto os programas ficam separados em categorias para serem ouvidos a qualquer hora e a rádio toca música selecionada 24 horas por dia.
Retrato das atividades produzidas por pesquisadores e profissionais de Unicamp e seus impactos na sociedade, o acervo do programa continua on line e a entrevista realizada com Jeverson Barbieri resgata parte dessa história e do debate em torno da ciência.
Jeverson Barbieri . Foto: arquivo pessoal


NC - Como surgiu a  iniciativa de colocar em prática um programa que fala de ciência? 
JB:   Pelo fato de que a universidade produz muita ciência e a sociedade, que contribui substancialmente com os impostos arrecadados, não tem conhecimento dessa ciência que é produzida pela academia. 

 NC - Como o programa tem sido recebido pelos ouvintes? Quais são as críticas? 
JB: O retorno sempre é bastante positivo, lembrando que a audiência ainda é pequena porque as pessoas não se interessam por ciência. 
  
NC - De que forma a Unicamp tem incentivado a divulgação da Ciência?
JB:  A Unicamp nos fornece as fontes, as expertises (palavra de origem francesa que significa experiênciaespecializaçãoperícia), portanto, essa é a melhor contribuição que pode nos dar. 

NC - Como é o seu relacionamento com pesquisadores, cientistas e professores? JB:   Não tenho do que reclamar com relação à relação com os cientistas e pesquisadores. Além de ter formação em jornalismo científico, trabalho há quase 37 anos nessa Universidade, portanto conheço bastante bem a linguagem. Isso facilita sobremaneira essa relação. 

NC - Existe uma dificuldade em se fazer com que professores, pesquisadores e cientistas consigam dialogar de forma simples, com uma linguagem que possa ser entendida por todos? 
JB:Já foi esse tempo. Hoje, com calma, conseguimos extrair deles todas as explicações necessárias. Óbvio que algo sempre passa, erros acontecem. Mas no geral, conseguimos atingir os objetivos de esclarecer o ouvinte. 

NC - Por que investir em Web Rádio? É uma plataforma que traz resultados? 
JB:  Não temos preocupações comerciais. Investir em Web Rádio é muito mais viável financeiramente. Além do que, falamos para o mundo todo. A meta agora é termos um aplicativo. O mundo está nos celulares e nos tablets. A comunicação se dará de maneira muito forte dentro em breve. 

NC -Na sua opinião, como está o mercado do jornalismo científico hoje no Brasil? Há espaço para este gênero nos meios de comunicação atuais? 
JB:  As pessoas não tem a percepção de que se faz jornalismo científico o tempo todo. Seja quando estamos falando de um novo fármaco, de um novo produto químico, de novas tecnologias, enfim, a ciência está presente o tempo todo no jornalismo. Não creio em novos espaços na mídia tradicional, a não ser por espaços comprados. Creio fortemente na utilização da internet como ferramenta de difusão do jornalismo de ciência.
NC - A Universidade de Campinas é responsável por 12% da ciência que é desenvolvida no Brasil, e tem o maior número de patentes entre as Universidades Brasileiras, tendo também em seus índices o maior número de artigos por pesquisador do Brasil com repercussão nas principais publicações científicas internacionais. É mais fácil fazer Jornalismo Científico em uma Universidade que apoia tanto a ciência? 
JB: Seguramente é mais fácil. A Unicamp reúne um número muito grande de profissionais capacitados que se tornam importantes fontes jornalísticas. Então não temos que correr atrás de fontes. No entanto, com uma híbrida ou até mesmo pelo computador via Skype, é possível fazer boas matérias à distância.
NC - Para encerrar, por que o conflito e as adversidades entre jornalistas e pesquisadores (cientista) parecem não ter fim? 
JB: Na minha opinião, jornalismo de ciência, que reúne características próprias, exigindo uma apuração mais detalhada por parte do jornalista, não deve fazer parte do jornalismo diário. Os erros acontecem nesse momento, quando muitas vezes o jornalista coloca palavras na boca do entrevistado que, por sua vez, não soube se expressar.
A iniciativa do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp, em criar um curso de especialização em jornalismo científico há 20 anos, integrando em suas turmas jornalistas e cientistas, minimizou muito esses conflitos. Cientistas entendem a importância de se comunicar através de uma linguagem mais próxima do público leigo e jornalistas entendem que pesquisa não se faz do dia para a noite e é preciso muito cuidado na divulgação. Isso aproxima as partes que passam a trabalhar em equipe.

Por Armando Agostini

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