Após um tempo de deslumbramento pessoal, a era da tecnologia tem ganhado adeptos que utilizam as redes sociais para além do bate-papo. É o caso de professores e projetos de ensino e pesquisa que têm utilizado as redes para socializar a ciência.
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Atividades interdisciplinares do PIBID Filosofia. Fonte: arquivo pessoal. |
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Professora Maribel e aluna do Ensino Médio em atividade extracurricular. Fonte: arquivo pessoal. |
Em uma entrevista coletiva para o curso
de Jornalismo da Unifra, a professora Najara Ferrari alertou que ainda temos
poucas iniciativas de popularização de ciência. E as que existem, em geral, são
transmitidas pela televisão, rádio e principalmente materiais impressos. Diante
disso, uma alternativa é usufruir do poder de alcance da internet para a
popularização da ciência.
Para um trabalho diferenciado nas
escolas, Najara acredita que a atividade interdisciplinar é atraente e envolve
os alunos, já que, nesse caso, procura-se por temas que abordem as vivências
dos alunos. A professora, que também é coordenadora do PIBID (Programa Institucional de Iniciação à Docência)
na Unifra, afirma que este é uma iniciativa que visa a propor atividades
diferenciadas nas escolas públicas, já que são acadêmicos de licenciatura que
planejam as atividades a partir da interação professor da escola e da academia;
vê essa ideia como uma forma de desmitificar a ciência e mostrar que o mundo
acadêmico quer se aproximar da realidade.
Na Unifra, o PIBID é desenvolvido pelos
cursos de licenciatura, e para Gabriela Marzari, professora coordenadora do
PIBID Letras Inglês, as redes são “um meio importante e eficiente de
popularização da ciência”. Ela comenta que os acadêmicos são motivados a
compartilhar, no perfil do PIBID Inglês, as atividades realizadas nas escolas,
assim como seus objetivos. Ainda, “os trabalhos acadêmicos apresentados
pelos integrantes do subprojeto são postados no grupo”, para que acontece uma
troca de conhecimento entre outros projetos e a quem seguir a página na rede
social. O PIBID filosofia também usufrui desse compartilhamento, usando-o “como um meio de socialização
e divulgação do conhecimento”, relata o professor Diego
Zanella, coordenador do subprojeto de filosofia.
No diferentes níveis de ensino, o
estudo de ciência, não apenas no sentido de experiências físicas ou químicas,
mas também de produção de conhecimento em geral, pode ser explorado e
evidenciado na rede, já que é um meio amplo de comunicação, atingindo um número
significativo de pessoas. E como mostram pesquisas, “mais de 680 mil atualizações de status por minuto são
compartilhadas pelo facebook. Em um segundo, o YouTube recebe uma nova hora de
vídeo e o Twitter, 4 mil novos tweets”.
Diante desse contexto
e por trabalhar com um público jovem, Ricardo Costa, professor de cursinho,
avalia com um bom potencial a página do facebook para a divulgação das
atividades do Cursinho, sejam aulões, projetos, passeatas, tudo que é
organizado colaborativamente entre professores e alunos. Já que o Alternativa
Pré-vestibular, além da preparação para o vestibular, tem um foco para uma
educação cidadão, de modo que o aluno faça parte da construção de conhecimento
e tomada de decisões. “Acho que também é muito válido como registro
das atividades. De certa forma, nosso histórico está ali, salvo”. Os alunos
agradecem e começam a perceber o além da diversão que as redes oportunizam, “quem
sabe usufruir para pesquisas e procurar mais informações trás uma nova
utilização no meio virtual”, acrescenta a pré-vestibulanda, Edileuza Pinto 19
anos.
No colégio, a alternativa também ajuda,
principalmente entre os alunos de ensino médio, que gostam de estar conectados.
A professora de ensino médio, Maribel Dal Bem, possui um grupo fechado por ano com os seus alunos no qual ela posta
recados, trabalhos, atividades, dicas, fotos das atividades. “Além disso, posto
em meu Face também o que considero relevante do trabalho realizado”, comenta.
Ela afirma que a escola não critica o uso de celulares e internet, desde que
aproveitados como recursos de aprendizagem. “Vejo as redes sociais como uma
forma de diálogo indispensável hoje, pois permite o planejamento a distância e
o diálogo permanente entre o aluno e o professor, auxiliando a qualificar a prática
pedagógica”, enfatiza.
Todos os dias mais pessoas se conectam
e começam a fazer parte do mundo virtual. Usufruir dessas facilidades
cotidianas para compartilhar conhecimento é uma alternativa a mais de inserir
os alunos ao aprendizado e popularizar a ciência. Até por que há muito mais
ciência no nosso dia a dia do que os estudantes imaginam, e trocar experiências
online é um modo de construir aprendizagens.
Luana Iensen
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