As manifestações ocorridas em junho de
2013, no Brasil, foram analisadas por Rafael
Grohmann e Lívia Silva de Souza no artigo A midiatização das jornadas de junho: o consumo na rede. O trabalho foi publicado na edição nº 31 da
revista Ciberlegenda, no segundo semestre de 2014. O objetivo foi
explorar os processos de midiatização e circulação de sentidos no mundo
digital, a partir da análise de um anúncio publicitário e sua circulação na
rede, relacionado com tais acontecimentos no país.
O comercial “Vem pra rua”, da montadora Fiat, começou a ser veiculado a partir de maio de 2013 com a participação do vocalista Falcão, da banda “O Rappa”. A música tem como refrão “Vem pra rua porque a rua é a maior arquibancada do Brasil” que serve como slogan da Fiat, expressão usada pela marca por meio da hashtag “#Vemprarua”.
A letra da música remete à Copa do Mundo, que seria realizada no Brasil cerca de um ano depois, o que dá sentido a palavra “arquibancada”, e as imagens tem cores verde e amarela presentes em todo o vídeo, o que refere ao patriotismo. A empresa, no entanto, não foi patrocinadora oficial da Copa no Brasil.
O slogan da campanha caiu na boca do povo como uma espécie de hino dos manifestantes, principalmente no Youtube. Por isso, os pesquisadores analisaram a repercussão nesta rede social. Os manifestantes fizeram cartazes, gritaram, criaram músicas que se espalharam simultaneamente na internet e na cidade. Criou-se um grande coletivo de indivíduos, com as mais diferentes ideologias e motivos para participarem. Espalharam muitas ideias e interagiram através de tuítes, postagens no Facebook, fotos compartilhadas ou comentários sobre o acontecimento. Quanto mais se falava nas manifestações, mais o assunto era proliferado nas redes sociais. Tornou-se um fenômeno midiatizado.
O comercial “Vem pra rua”, da montadora Fiat, começou a ser veiculado a partir de maio de 2013 com a participação do vocalista Falcão, da banda “O Rappa”. A música tem como refrão “Vem pra rua porque a rua é a maior arquibancada do Brasil” que serve como slogan da Fiat, expressão usada pela marca por meio da hashtag “#Vemprarua”.
A letra da música remete à Copa do Mundo, que seria realizada no Brasil cerca de um ano depois, o que dá sentido a palavra “arquibancada”, e as imagens tem cores verde e amarela presentes em todo o vídeo, o que refere ao patriotismo. A empresa, no entanto, não foi patrocinadora oficial da Copa no Brasil.
O slogan da campanha caiu na boca do povo como uma espécie de hino dos manifestantes, principalmente no Youtube. Por isso, os pesquisadores analisaram a repercussão nesta rede social. Os manifestantes fizeram cartazes, gritaram, criaram músicas que se espalharam simultaneamente na internet e na cidade. Criou-se um grande coletivo de indivíduos, com as mais diferentes ideologias e motivos para participarem. Espalharam muitas ideias e interagiram através de tuítes, postagens no Facebook, fotos compartilhadas ou comentários sobre o acontecimento. Quanto mais se falava nas manifestações, mais o assunto era proliferado nas redes sociais. Tornou-se um fenômeno midiatizado.
A
partir desse contexto, a pesquisa selecionou a campanha publicitária da
montadora Fiat, veiculada pouco antes das jornadas e intensificada no mês das
manifestações, que se tornou um produto simbólico, com o discurso midiático
transformado milhares de vezes.
Foram analisados os comentários dos
internautas no videoclipe publicitário que continham imagens do próprio cantor,
por ser a peça publicitária mais comentada no canal da Fiat no Youtube,
com um total de 2.752 comentários até 11 de agosto de 2014. Assim, pode-se
perceber que a maior repercussão da campanha foi através do formato de
videoclipe e não nos comerciais que fazem menção direta à empresa.
Percebeu-se que os conteúdos dos comentários, antes das manifestações, tinham um viés mais relacionado com a Fiat e a Copa. Já no auge das manifestações, os comentários tinham uma abordagem mais conspiratória. As jornadas de junho, portanto, não se limitaram aos grandes veículos de comunicação, nem mesmo às ruas das grandes cidades. Elas viraram um produto midiatizado, que circula e é consumido por todos os campos sociais, sem que possa ser controlado pela política ou pela grande mídia. Assim, os discursos da marca, que estão nas ruas e nas redes, se complementam e se reconfiguram, alimentando sempre mais o consumo e os novos sentidos.
Percebeu-se que os conteúdos dos comentários, antes das manifestações, tinham um viés mais relacionado com a Fiat e a Copa. Já no auge das manifestações, os comentários tinham uma abordagem mais conspiratória. As jornadas de junho, portanto, não se limitaram aos grandes veículos de comunicação, nem mesmo às ruas das grandes cidades. Elas viraram um produto midiatizado, que circula e é consumido por todos os campos sociais, sem que possa ser controlado pela política ou pela grande mídia. Assim, os discursos da marca, que estão nas ruas e nas redes, se complementam e se reconfiguram, alimentando sempre mais o consumo e os novos sentidos.
Amanda Santos
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