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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Incidência de malária pode estar relacionada a variação climática

Estudo realizado por Andressa Tavares Parente, em 2007, verificou a incidência de malária no Estado do Pará e suas relações com a variabilidade climática regional. A pesquisadora fez uma análise de uma série de 35 anos de dados anuais (1970-2005) e 14 anos de dados mensais (1992-2005) da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) referentes a quatro diferentes regiões do Pará.

A pesquisa mostra que a variabilidade da chuva na Amazônia depende de algumas forçantes climáticas. Uma forçante é uma mudança imposta no balanço de energia planetária que, tipicamente, causa mudanças na temperatura global. Um diagnóstico mostrou que, em pontos específicos da Amazônia, a chuva teve uma dinâmica própria de formação. Quando o Oceano Pacífico está muito quente, atribui-se ao fenômeno El Niño todo o impacto climático regional. Quando está muito frio, sabe-se que é La Niña que influenciará o clima.

O estudo mostrou a incidência de chuva no Pará e como se comportaram os índices da malária nos municípios de Anajás, Itaituba, Santana do Araguaia e Viseu, locais que – historicamente – têm grande incidência da doença e estão em regiões diferentes com padrões climatológicos de chuva diferenciados.

Para atingir os resultados, a pesquisadora comparou o Índice Parasitário Mensal (IPM) e o Índice Parasitário Anual (IPA) dos quatro municípios com os períodos de maior e menor precipitação.

O fator ambiental foi relevante no estudo da doença, já que a floresta é o habitat natural do mosquito vetor. O estudo também levantou outros fatores como o desmatamento, o crescimento populacional e a atividade garimpeira.


Após a análise dos dados, a pesquisa concluiu que a intensificação da malária em determinadas regiões da Amazônia está atrelada aos eventos climáticos gerados pelos oceanos. Nem sempre a malária está relacionada à chuva, pois a doença pode ocorrer também em tempos de seca.

Deborah Alves

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