Pesquisar este blog

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Estudo analisa a evolução dos transtornos mentais e comportamentais segundo Classificação Internacional de Doenças

Com o avanço das pesquisas científicas acerca da psicanálise, periodicamente se faz necessário uma organização das informações sobre as doenças e sintomas para facilitar determinados tratamentos. Assim, em meados do século XIX, foi criada a Classificação Internacional de Doenças (CID).

Trata-se de um sistema utilizado na codificação de perigos à saúde, inclusive na área da psiquiatria, e tem por objetivo a busca da padronização internacional de diagnósticos. Dessa forma, são facilitados o entendimento e a comparação das informações referentes a saúde utilizadas pelos profissionais da área. 

Em artigo publicado na Revista Electrónica en Salud Mental, Alcohol y Drogas, em 2013, pesquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (SP) questionaram as mudanças que ocorreram no CID da sua sexta revisão até os dias de hoje nos quadros  referentes a transtornos de humor, esquizofrenia, transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas.

Desde a criação do CID houveram mais de dez mudanças que procuraram reagrupar as informações necessárias, de tal forma que facilite o tratamento necessário para cada tipo de paciente.  Os pesquisadores basearam-se em dados do Sistema de Informações de Saúde do Sistema Único de Saúde, DATASUS, para investigar se as novas classificações respeitam o quadro médico do paciente, sem ocorrer em descuidos que venham a menosprezar sua imagem e se estão devidamente organizadas obedecendo um padrão que facilite o acesso aos dados.

Durante o levantamento de dados foi constatado que somente em 1948, a partir da sexta revisão, que as finalidades das categorias se expandiram passando a incluir doenças não fatais. Anteriormente, as categorizações só diziam respeito a doenças que causavam morte do paciente. Nas mudanças que aconteceram da sexta à décima revisão houve um aumento significativo no número de categorias para classificar tanto morbidade como mortalidade. 


Nesses quadros verificou-se que as alterações ocorridas no CID acompanharam a trajetória das doenças e transtornos psiquiátricos de forma que remetem ao preconceito e à exclusão.  Também foi constatado que somente a partir da nona mudança os dados foram organizados nas suas subdivisões de forma satisfatória evitando, assim, sucessivas revisões. Desse modo, o entendimento para uso profissional de dados foi facilitado, tornando-o mais lógico e, consequentemente, evitando que suas subdivisões recorram ao erro de utilizar de preconceitos para retratar o quadro do paciente. 

Daniel Pinto

Nenhum comentário: