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Ervas in natura nas farmácias e supermercados. Foto: Mateus Konzen |
O mundo dos medicamentos é bastante amplo para
estudos. Se sabe, basicamente, que eles têm poder em aliviar os sintomas,
acalmar dores, prevenir, curar enfermidades e, também, salvar vidas. É possível
elencar diversas espécies de substâncias presentes no mercado que, graças a sua
eficácia, hoje garantem cada vez mais, o crescimento e a popularização da
produção farmacêutica. Porém, nesta reportagem a abordagem deu-se em torno
daqueles que não são fabricados em laboratórios, ou seja, dos remédios
tradicionais, os chamados medicamentos naturais.
Os remédios naturais são substâncias encontradas na natureza
e que tem como objetivos básicos; prevenir, tratar ou curar patologias. Também se
abrangem métodos com medicações a base de ervas, elementos minerais, vegetais e
animais. A não presença da medicação na sua forma física pode-se incluir também
no processo de medicação natural, é o caso das meditações, terapias manuais,
acupuntura, curas por energia quântica, entre outras tantas técnicas adotadas.
A produção/utilização dos remédios naturais atualmente se
desenvolve de forma gradativa. Vale lembrar que antes
da ciência médica atual eram os remédios naturais que garantiam a qualidade da
saúde da população. Porém, com os avanços tecnológicos de toda indústria
farmacêutica esses acabaram se tornando muitas vezes um complemento para os
fabricados em laboratório.
Utilizando
como fonte documental o material apresentado pelo site de pesquisas Wikipedia,
observa-se o seguinte estudo: “a utilização da ciência médica contemporânea
para o diagnóstico e tratamento de patologias é complementada com a utilização
de remédios naturais em cerca de 14% dos pacientes, esses números foram
recolhidos em um estudo realizado em 1997 do departamento de saúde e do centro
médico de Boston. Os resultados desta pesquisa chegaram à conclusão que 13.7%
de pacientes que procuraram serviços do seu médico em complementaridade com a utilização
de remédios naturais. Esse mesmo estudo chegou também à conclusão que 96% dos
pacientes que procuraram serviços de medicina alternativa, também procuraram os
serviços do seu médico nos últimos 12 meses. Os médicos desconhecem muitas
vezes que os seus pacientes usam métodos alternativos naturais, já que apenas
38.5% dos pacientes que usam remédios naturais referiram o fato ao seu médico.”
(ERNST, Edzard. Fonte: Medical Journal of Australia).
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Cápsulas de remédios fitoterápicos já industrializados. Foto: Divulgação |
Ao
colocar esses parâmetros na realidade local, observa-se que a cidade de Santa
Maria ainda não é adepta totalmente aos medicamentos naturais. Em um
questionário realizado na região central, conversando aproximadamente com 20
pessoas, 18 destas responderam negativamente às medicinas alternativas. Muitas,
disseram que ainda preferem os remédios fabricados em laboratórios. Na grande
maioria, as justificativas de não utilização, partiram sem um embasamento
teórico ou até mesmo prático/usual, apenas relataram não querer arriscar uma
troca do “certo pelo duvidoso”. Porém, os especialistas na área, atuantes do
mercado farmacêutico da cidade, já pensam diferente. É o caso de Thays Hennig,
23 anos, farmacêutica. A jovem acredita que essas medicações a base de
elementos naturais demonstram um resultado agradável pelo fato de não serem tão
pesadas quimicamente como as de laboratório: “A gente acaba convivendo
diariamente com esses medicamentos e, por isso, sabe dos seus benefícios à
saúde. Também não posso ser hipócrita a ponto de dizer que eles são as
principais tendências de procura no mercado, assim estaria mentindo. Esses
remédios são muito procurados por pessoas mais velhas, que conhecem e sempre se
trataram a base desses produtos. Tudo é uma relação de confiança entre usuário
e medicamento, pois as variedades são inúmeras.”
Bruna
Souza, 27 anos, também farmacêutica, acredita que hoje em dia está na moda ser
natural, porém faz algumas ressalvas quanto ao uso indevido desses
medicamentos: “Devemos ter cuidado com o consumo excessivo dessas substâncias.
Apesar de não terem a química dos fabricados em laboratório, eles usados sem um
controle acabam acarretando em complicações. Muito também porque não se sabe a
procedência da grande maioria destes remédios, devido a eles não serem
carimbados pela ANVISA.”
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Muito usado na região sul, mel, limão e gengibre para resfriados e sintomas de gripes. |
Segundo
a farmacêutica, o regionalismo e a diversidade cultural também conta muito na
produção/consumo dos medicamentos naturais: “Como vivemos num país muito forte
cultu-ralmente, os remédios variam de região para região. Cada um segue uma
doutrina. Começo exemplificando aqui pe-lo o Rio Grande do Sul. Como a região é
mais fria, os medicamentos mais comuns são os a base de mel e guaco, que são
muito utilizados no tratamento de dores de garganta e gripes. Não podemos
esquecer-nos da cura campeira, muito utilizada ainda pelo pessoal da zona
rural. Lá para cima muda um pouco. O Óleo de Coco é bastante utilizado, assim
como Cártamo e Ginseng que são auxiliadores para o emagrecimento. Sem falar nas
famosas Castanhas, da Índia e do Pará, utilizadas bastante na região
norte/nordeste do Brasil”, comenta Bruna.
Seja
na região norte ou sul, do Oiapoque ao Chuí, sempre quando falar de medicação,
elas sendo naturais, fitoterápicas ou laboratoriais, é necessário muita
cautela. A indicação de qual remédio usar deve sempre partir de um especialista
na área. As variedades estão aí para todos os gostos. Basta agora usufruir com
cuidados e, sempre, municiar-se de muita atenção e informação.
Victor Piaz, Mateus Konzen
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