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quinta-feira, 9 de abril de 2015

Do campo para as prateleiras:os medicamentos naturais na vida das pessoas

Ervas in natura nas farmácias e supermercados.
Foto: Mateus Konzen
O mundo dos medicamentos é bastante amplo para estudos. Se sabe, basicamente, que eles têm poder em aliviar os sintomas, acalmar dores, prevenir, curar enfermidades e, também, salvar vidas. É possível elencar diversas espécies de substâncias presentes no mercado que, graças a sua eficácia, hoje garantem cada vez mais, o crescimento e a popularização da produção farmacêutica. Porém, nesta reportagem a abordagem deu-se em torno daqueles que não são fabricados em laboratórios, ou seja, dos remédios tradicionais, os chamados medicamentos naturais.
Os remédios naturais são substâncias encontradas na natureza e que tem como objetivos básicos; prevenir, tratar ou curar patologias. Também se abrangem métodos com medicações a base de ervas, elementos minerais, vegetais e animais. A não presença da medicação na sua forma física pode-se incluir também no processo de medicação natural, é o caso das meditações, terapias manuais, acupuntura, curas por energia quântica, entre outras tantas técnicas adotadas.
A produção/utilização dos remédios naturais atualmente se desenvolve de forma gradativa. Vale lembrar que antes da ciência médica atual eram os remédios naturais que garantiam a qualidade da saúde da população. Porém, com os avanços tecnológicos de toda indústria farmacêutica esses acabaram se tornando muitas vezes um complemento para os fabricados em laboratório.
Utilizando como fonte documental o material apresentado pelo site de pesquisas Wikipedia, observa-se o seguinte estudo: “a utilização da ciência médica contemporânea para o diagnóstico e tratamento de patologias é complementada com a utilização de remédios naturais em cerca de 14% dos pacientes, esses números foram recolhidos em um estudo realizado em 1997 do departamento de saúde e do centro médico de Boston. Os resultados desta pesquisa chegaram à conclusão que 13.7% de pacientes que procuraram serviços do seu médico em complementaridade com a utilização de remédios naturais. Esse mesmo estudo chegou também à conclusão que 96% dos pacientes que procuraram serviços de medicina alternativa, também procuraram os serviços do seu médico nos últimos 12 meses. Os médicos desconhecem muitas vezes que os seus pacientes usam métodos alternativos naturais, já que apenas 38.5% dos pacientes que usam remédios naturais referiram o fato ao seu médico.” (ERNST, Edzard. Fonte: Medical Journal of Australia).
Cápsulas de remédios fitoterápicos já industrializados. Foto: Divulgação
Ao colocar esses parâmetros na realidade local, observa-se que a cidade de Santa Maria ainda não é adepta totalmente aos medicamentos naturais. Em um questionário realizado na região central, conversando aproximadamente com 20 pessoas, 18 destas responderam negativamente às medicinas alternativas. Muitas, disseram que ainda preferem os remédios fabricados em laboratórios. Na grande maioria, as justificativas de não utilização, partiram sem um embasamento teórico ou até mesmo prático/usual, apenas relataram não querer arriscar uma troca do “certo pelo duvidoso”. Porém, os especialistas na área, atuantes do mercado farmacêutico da cidade, já pensam diferente. É o caso de Thays Hennig, 23 anos, farmacêutica. A jovem acredita que essas medicações a base de elementos naturais demonstram um resultado agradável pelo fato de não serem tão pesadas quimicamente como as de laboratório: “A gente acaba convivendo diariamente com esses medicamentos e, por isso, sabe dos seus benefícios à saúde. Também não posso ser hipócrita a ponto de dizer que eles são as principais tendências de procura no mercado, assim estaria mentindo. Esses remédios são muito procurados por pessoas mais velhas, que conhecem e sempre se trataram a base desses produtos. Tudo é uma relação de confiança entre usuário e medicamento, pois as variedades são inúmeras.”
Bruna Souza, 27 anos, também farmacêutica, acredita que hoje em dia está na moda ser natural, porém faz algumas ressalvas quanto ao uso indevido desses medicamentos: “Devemos ter cuidado com o consumo excessivo dessas substâncias. Apesar de não terem a química dos fabricados em laboratório, eles usados sem um controle acabam acarretando em complicações. Muito também porque não se sabe a procedência da grande maioria destes remédios, devido a eles não serem carimbados pela ANVISA.”
Muito usado na região sul, mel, limão e gengibre para resfriados 
e  sintomas de gripes.
Segundo a farmacêutica, o regionalismo e a diversidade cultural também conta muito na produção/consumo dos medicamentos naturais: “Como vivemos num país muito forte cultu-ralmente, os remédios variam de região para região. Cada um segue uma doutrina. Começo exemplificando aqui pe-lo o Rio Grande do Sul. Como a região é mais fria, os medicamentos mais comuns são os a base de mel e guaco, que são muito utilizados no tratamento de dores de garganta e gripes. Não podemos esquecer-nos da cura campeira, muito utilizada ainda pelo pessoal da zona rural. Lá para cima muda um pouco. O Óleo de Coco é bastante utilizado, assim como Cártamo e Ginseng que são auxiliadores para o emagrecimento. Sem falar nas famosas Castanhas, da Índia e do Pará, utilizadas bastante na região norte/nordeste do Brasil”, comenta Bruna.
Seja na região norte ou sul, do Oiapoque ao Chuí, sempre quando falar de medicação, elas sendo naturais, fitoterápicas ou laboratoriais, é necessário muita cautela. A indicação de qual remédio usar deve sempre partir de um especialista na área. As variedades estão aí para todos os gostos. Basta agora usufruir com cuidados e, sempre, municiar-se de muita atenção e informação.

Victor Piaz, Mateus Konzen

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