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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Carlos Alberto dos Santos e as inovações científicas e tecnológicas

Esta análise observa dois textos da coluna do físico Carlos Alberto dos Santos, professor visitante sênior da Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila), Do Laboratório para a fábrica, publicada na primeira sexta-feira do mês, no site Instituto Ciência Hoje, desde abril de 2007. Os textos do físico apresentam casos de inovação tecnológica.

Analisamos os textos Eletrônica Biodegradável e Alice, Bob e a comunicação quântica, dos dias 5 de outubro e 2 de novembro, respectivamente, quanto aos critérios jornalísticos.

No texto Eletrônica Biodegradável, o físico explica sobre um novo tipo de circuito eletrônico que se dissolve em contato com líquidos. Com relação aos critérios jornalísticos, pode-se dizer que Carlos Alberto dos Santos escreve como um jornalista. Os temas da ciência, geralmente, são difíceis de serem entendidos, porém o físico escreve com uma linguagem de fácil entendimento para quem não tem conhecimento sobre o assunto. Por ser físico e compreender bem como o circuito eletrônico funciona, Carlos Alberto explica de forma didática o processo do trabalho e seus resultados.

Com uso de exemplos, Carlos Alberto explica sobre a fabricação de um circuito eletrônico biodegradável composto de resistores, indutores, capacitores, transistores e diodos, ou seja, um chip biodegradável. Todos esses componentes se dissolvem em água ou em fluidos corporais, pois têm dimensão nanométrica. O assunto é atual e relevante para os cientistas e também médicos.  O próprio colunista explica de forma simples: “Qual médico ou paciente não ficaria satisfeito, por exemplo, com a possibilidade de implantar um dispositivo com finalidade diagnóstica ou terapêutica em algum órgão do corpo sem a necessidade de uma segunda intervenção cirúrgica para retirá-lo depois de cumprida sua função?”.

Já na última matéria, Alice, Bob e a comunicação quântica, Carlos Alberto fala sobre as aplicações de um dos mais inusitados fenômenos da física quântica e o arcabouço teórico por trás delas. O físico utiliza dois personagens fictícios, Alice e Bob, para ajudar a explicar as aplicações práticas de um fenômeno da física quântica, denominado pelo físico austríaco Erwin Schrödinger de entrelaçamento quântico.

Com o uso desses dois personagens, Carlos Alberto desenvolve uma explicação sobre o que acontece quando dois sistemas quânticos são preparados de forma que haja interação entre eles. Favorecendo a formação de um sistema composto, os personagens (Alice e Bob) deixam de ser independentes, e por isso o sistema é dito entrelaçado ou emaranhado.

Em relação ao uso dos critérios jornalísticos de relevância, atualidade e interesse social e humano, o colunista discorre sobre a teoria quântica, sendo a base para o desenvolvimento da criptografia quântica, em que o emissor e receptor podem criar e partilhar informações que permitem controlar a operação de um algoritmo para codificar e decodificar mensagens.

O físico ainda relata outro exemplo em que a comunicação quântica se faz presente, dessa vez relacionada ao teletransporte. A computação quântica, além da criptografia e do teletransporte, também se baseia nos preceitos gerais da comunicação quântica. Em maio do ano passado, a empresa canadense D-Wave Systems anunciou a venda de um computador quântico para a empresa norte-americana Lockheed Martin Corporation. Segundo o colunista, “ao que sabe, foi a primeira comercialização desse tipo de produto, vejamos o que virá”.

Após a leitura dos textos, foi possível perceber que o físico Carlos Alberto dos Santos consegue transmitir, de forma simples, o conhecimento a respeito de assuntos de ciência e tecnologia. As análises de pesquisas são feitas com o intuito de mostrar relevância para outros “mundos” como o da medicina, utilizada no texto da Eletrônica Biodegradável. Os temas são atuais e o físico mostra possuir conhecimento sobre os temas tratados em cada texto.

Carlos Alberto dos Santos nasceu em Areia Branca (RN) em 1947. Formou-se em física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e tem mestrado e doutorado em física pela UFRGS, com estágio de pós-doutorado no Centro de Estudos Nucleares de Grenoble, na França.


Por Ingrid Bravo.

Um comentário:

Guillermo J. Creus disse...

Conheço o Prof. Carlos Alberto da UNILA, onde ele já foi Pró-reitor.
Ele tem múltiplas competências e, coisa rara em um científico, escreve muito bem.