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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Esclerose múltipla: é preciso saber conviver com ela

A Esclerose Múltipla é uma doença crônica, autoimume e de caráter inflamatório que atinge o Sistema Nervoso Central e pode atingir jovens e adultos. Além disso, é uma doença progressiva que se caracteriza pela desmielinização, perda da substância mielina, uma espécie de proteção dos neurônios. Os primeiros sintomas da doença são perdas visuais, paralisia em alguma parte do corpo e perda de força.
De acordo com o neurologista Juarez Silva Lopes, é muito importante o diagnóstico e o tratamento da doença para os portadores. “A gravidade da evolução da doença e imprevisível, mas o futuro do paciente que fez o tratamento é bem melhor do que aquele que não fez.” De acordo com o neurologista, dá pra ter uma vida normal quando o portador faz o tratamento adequado.
É o caso de Márcia Saldanha, jornalista. Ela teve o diagnóstico da doença em 2004 e afirma que no início foi bem difícil aceitar por não saber muito a respeito. “Depois que comecei o tratamento vi que não era tão ruim”. Ela era jornalista, trabalhava como policial e jogava handebol, e ainda cuidava dos filhos. “Eu tinha uma vida muito corrida, saía cedo de casa e voltava tarde.” Márcia conta que no início do tratamento era internada mais ou menos uma vez por mês, mas depois de trocar de medicamentos tudo melhorou. “É preciso tu conhecer o teu limite, tenho uma vida tranqüila, quase normal. Mas quando eu estou fazendo alguma coisa e sinto cansaço tenho que parar.”
Atualmente a jornalista cuida da parte de Comunicação Social da APEMSMAR – Associação dos Portadores de Esclerose Múltipla de Santa Maria e Região. Fazem parte do grupo portadores, familiares e profissionais da saúde. Esta associação existe há nove anos mas foi fundada oficialmente há dois.

Causas
As causas da EM (Esclerose Múltipla) ainda não são conhecidas, mas podem ser fatores genéticos, ou algum vírus que ataca o sistema imunológico e nervoso. “Há 30 anos fiz cinco anos de residência no Rio de Janeiro e a única coisa que ouvi falar sobre a Esclerose Múltipla era uma doença rara e que não existia no Brasil”. O neurologista ainda lembra, que logo depois do final de sua residência médica um dos seus primeiros pacientes tinha o diagnóstico de EM.
A estatística da doença no Brasil é que a cada cem mil habitantes, 15 são portadores. O doutor Juarez diz não acreditar neste dado, pelo número de pacientes que atende e pretende realizar um estudo para verificar o número de portadores em Santa Maria e na região. “Na Europa a incidência é muito maior. Há estudos que dizem que a carência da vitamina D pode ser uma das causas da EM.” O corpo humano produz essa vitamina a partir do sol, e o clima da Europa por apresentar um inverno rigoroso justificam esta teoria. Assim como o sul do Brasil tem maior número de portadores do que o norte e nordeste.
No Brasil o tratamento da Esclerose Múltipla é feito através de injeções. Juarez Lopes acredita que num futuro próximo o tratamento poderá ser feito com medicação oral, como acontece em alguns países europeus. Aqui, tais medicamentos só poderão ser usados com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a ANVISA, mas já existem laboratórios farmacêuticos realizando estudos e aguardando esta aprovação.

Para saber mais:

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