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sábado, 6 de novembro de 2010

Uma nova política catalisada pela educação

A política e todas as esferas que estão interligadas a ela refletem o comportamento da sociedade em diferentes períodos históricos. Imersa também na educação, é necessário, primeiramente, entender os sujeitos e o contexto em que está inserido. Pensar educação dentro do campo político cultural exige muito mais que uma simples reflexão. É preciso saber onde se quer chegar e quais objetivos se pretende alcançar. Para um dos mais importantes educadores brasileiros, Paulo Freire, também filósofo, “a questão que se coloca é saber que política é essa, a favor de quê e de quem, contra o quê e contra quem se realiza".
Compreender a educação a partir da política significa desmembrar comportamentos e traços culturais de diferentes períodos históricos de uma nação. É exatamente esta ligação que a Doutora em Educação pela USP e Pós-Doutora pela EHESS (Paris), Izabel Petraglia, busca refletir em seu artigo intitulado “Educação complexa para uma nova política de civilização”.
Izabel destaca que o pensamento político não deve se aliar apenas à área, mas sim transcender povos e culturas distintas. “Uma política planetária, que contemple uma educação a favor dos seres humanos, porque somos e compartilhamos de uma cidadania terrestre”, cita. A autora, assim com o próprio título de seu artigo destaca, propõe uma educação complexa, capaz de gerar a reflexão e resgatar a essência e humanidade. Estas transformações, através de pequenos atos, geraria assim uma consciência transformadora no ser humano que seria capaz de promover uma transformação consistente do processo educacional. “Torna-se mais autônomo, e toda autonomia pressupõe também dependências de um tempo, uma cultura, uma linguagem, um lugar e de diversas histórias e relações”.
Para Izabel uma nova política de civilização aliadas aos processos educacionais exige uma reforma que aposte no aprofundamento e na intervenção. Além disso, estratégias de ação devem ser implantadas para que o ser humano volte a se perceber como ser modificador. “Este não é um sonho idealista, mas uma boa e saudável utopia, que se pode desejar e começar a fazer, fazendo-a práxis do cotidiano. Se utopia é o que não tem lugar no presente, entendemos que seja possível ao seu tempo”, conclui a autora em seu artigo.


Leandro Ineu

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