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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O HIV e as grávidas infectadas

A psicóloga francesa Béatrice Martin-Chabot teve sua pesquisa sobre mulheres infectadas pelo HIV (AIDS) e ao relacionamento com seu parceiro, publicada no site www.scielo.org no mês de junho último. No estudo, a psicóloga discorre sobre a sua experiência junto à associação parisiense onde trabalha e que orienta gestantes soropositivas, tanto na gestação e nos cuidados com o bebê, quanto com o convívio com o cônjuge.
O artigo traz uma abordagem histórica da epidemia da AIDS pelo mundo e de como a ciência foi evoluindo com novos medicamentos até a descoberta de coquetéis retrovirais e terapias tríplices. Nesse mesmo contexto histórico são apresentados dados do aumento do vírus HIV em crianças, já que a transmissão mãe-filho pode ocorrer nas últimas semanas de gestação, através do parto e no aleitamento materno.
A psicóloga conta que desde 1994 é proposto a todas as mulheres grávidas um formulário de redução dos riscos de transmissão do vírus. Com ele, o índice de contaminação mãe-filho caiu de 25% para 1%. Porém, o auge do trabalho é na relação da grávida com o seu parceiro e pai da criança. A orientação na associação vai desde como contar ao companheiro até o momento das decisões para com a criança que vai nascer.
Segundo Béatrice, as gestantes chegam com medo à associação. Seu trabalho começa pelo esclarecimento sobre a doença e os cuidados para que o bebê seja saudável.
Outro grande temor das futuras mães é que várias delas não sabiam que eram portadoras e acabam por ligar sua condição ao companheiro. “Devemos tratar o assunto com a maior empatia para que não haja sentimento de culpa ou raiva tanto pela mãe quanto pelo cônjuge”, explica ela. A psicóloga conta que orienta as grávidas e se preocuparem essencialmente com o filho que esperam e que o que aconteceu com elas e com seus parceiros também tem tratamento.
A narrativa leva a um passeio pelo modo de vida dessas mães francesas. Porém, mostra que assim como na França os sentimentos, preocupações e angústias maternas são as mesmas em qualquer parte do mundo. Fica um recado: o esclarecimento nunca é demais, ele sempre pode salvar mais uma vida ou várias.

Larissa Sarturi

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