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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A cura pode estar na modificação dos genes

A biomedicina é a ciência que estuda a biologia e a medicina, e se volta para pesquisas sobre as doenças humanas. Uma de suas linhas estuda o Gene, uma informação contida nas moléculas de DNA. É ela que controla alguma característica, por exemplo, a cor dos seus olhos. Quando esses genes são alterados há uma mudança no organismo vivo.

A descoberta deu o prêmio Nobel de medicina ou fisiologia de 2007 aos pesquisadores Mario Capecchi, pesquisador do Instituto Médico Howard e professor emérito da Universidade de Utah (Estados Unidos), Martin Evans, diretor da Escola de Biociências e professor de genética de mamíferos na Universidade Cardiff (País de Gales) e Oliver Smithies, professor emérito de patologia e medicina laboratorial na Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos).

A intenção dos pesquisadores foi estudar o papel dos genes envolvidos na formação dos órgãos durante o desenvolvimento e investigar como as diferentes regiões de nosso corpo são geradas. Esses estudos são importantes para nos ajudar a entender a causa de vários tipos de malformações em humanos.

Os cientistas descobriram como modificar genes específicos em camundongos, utilizando células-troncos embrionárias. Com a grande tecnologia, foi possível alterar o DNA desses animais e inativar um determinado gene, possibilitando estudar o papel dessa modificação no organismo. Os camundongos com genes inativadas são chamados de camundongos nocautes.

Nosso DNA é empacotado em cromossomos, e cada um de nós tem duas cópias. A troca de pedaços de DNA entre pares de cromossomos gera um processo chamado de recombinação homóloga. Os cientistas demonstraram que as células humanas contendo genes defeituosos podem ter seu DNA corrigido por recombinação homóloga. Ou seja, qualquer gene poderia ser modificado por recombinação homóloga.

No entanto, as células utilizadas nos estudos não poderiam ser usadas para gerar animais com genes modificados. Somente as células germinativas (espermatozoides e óvulos) são aptas para transmitir a informação para as gerações seguintes. Para levar a modificação genética para as células germinativas foi feito um veículo, os estudiosos identificaram e isolaram as células-tronco embrionárias a partir de embriões em estágios iniciais de desenvolvimento.

Os cientistas demonstraram que as células-tronco embrionárias podiam ser utilizadas para levar um novo material genético até as células germinativas. Foi então que chegou-se à conclusão de que as células-tronco embrionárias poderiam ser utilizadas para produzir camundongos contendo novos genes ( conhecidos como camundongos transgênicos).

A possibilidade de gerar camundongos com alterações genéticas planejadas foi essencial para saber como cada um de nossos genes funciona. Além disso, servem também para identificar novos alvos terapêuticos e testar novas drogas.
Maurício Araujo
Fonte: matéria produzida a partir do texto, Camundongos Nocautes, da revista Ciência Hoje

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