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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Amazônia está entre os maiores emissores de gases-estufa

A floresta amazônica é uma das maiores reservas de carbono do mundo. Grande parte dessa contenção deve-se à quantidade de biomassa vegetal existente na região, uma vez que as plantas são responsáveis por uma considerável parcela de absorção do gás carbônico presente no ar. Porém, como resultado das inúmeras queimadas (naturais ou criminosas) que acometem a Amazônia, o carbono tem sido expelido em doses nocivas ao meio ambiente.

Em números, 75% das emissões de gás carbônico no Brasil são atribuídos à mudança do uso da terra e florestas, ou seja, zonas florestais desmatadas para fins como pecuária e agricultura. O país, aliás, é uma das últimas grandes reservas de terras agriculturáveis do mundo. Dos 106 milhões de hectares que poderiam ser transformados em áreas agrícolas, 90 milhões são áreas não ocupadas, e 16 milhões são áreas já utilizadas e improdutivas. Uma eventual conversão desse território natural em lavouras, poderia resultar em uma liberação sem precedentes de poluentes.

Esses fatores, aliados à poluição industrial, sobretudo, contribuem maciçamente para a aceleração do aquecimento global. O equilíbrio dos gases que causam o fenômeno vem sendo alterado por ações humanas, o que torna seus efeitos no planeta imprevisíveis.

Além dos gases lançados na atmosfera durante o processo de queima, a floresta os emite, ainda, após a remoção da madeira derrubada e/ou queimada. Nessa fase, a matéria orgânica presente no solo é lentamente degradada e, junto com os gases, é liberada.

No entanto, essa emissão desenfreada de CO² não se restringe somente ao Brasil. Os países desenvolvidos (EUA e Europa) ainda são responsáveis pela maioria dos envios globais de gases-estufa. No ranking da queima de combustíveis fósseis, o país ocupa a 20ª posição. Mas, se for considerado apenas o carbono emitido a partir das queimadas e desmatamentos, figuramos entre os seis primeiros.

Pesquisadores estimam que seja necessário um aumento no número de estudos acerca dos estoques e fluxos do carbono durante as modificações em ambientes florestais. Tanto é, que existem diversas incertezas em relação aos envios de gases. A densidade da madeira, que pode variar de um local para outro, e sua consequente taxa de emissão, é um exemplo.

Apesar do esforço dos cientistas, não é possível apontar com precisão qualquer tipo de número relativo à parcela de “culpa” da Amazônia no quadro atual do aquecimento global.

Giulianno Olivar

Matéria produzida a partir da reportagem "Amazônia e o aquecimento global", publicada na revista Ciência Hoje, edição de julho/2009.

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