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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Modelos de Comunicação Pública da Ciência

Discutir ciência, tecnologia e sociedade (CTS) com as suas implicações teóricas é uma tarefa que exige destreza e muito domínio. Afinal, exigem grande conhecimento prévio, tanto para pesquisadores, quanto para os recém-chegados na área. A discussão sobre os modelos de Comunicação Pública da Ciência foi levada ao XXXIII Congresso da Intercom pelos pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba, Antonio Roberto Faustino da Costa e Cidoval Morais de Sousa, e da USP, Fabricio José Mazzoco.
Com base em autores como Auler, Feemberg e Schor, os pesquisadores defendem que a ciência e a tecnologia andam lado a lado, apesar de apresentarem vários aspectos diferenciados. Para Feemberg (2003), enquanto a ciência busca o saber, a tecnologia almeja o controle. Compreender a interação ciência-tecnologia significa considerar a produção do conhecimento científico como intrínseca às práticas políticas, econômicas e sociais constitutivas dela própria.A maneira de articular ciência e tecnologia possibilita entender a sociologia da ciência que é, justamente, a relação entre elas. Segundo Schor (2007), pode-se entender, então, que a relação entre ciência e tecnologia deve ser tratada dentro de um mesmo contexto social. E dessa forma relacionar a ciência com: as aplicações tecnológicas e os fenômenos na vida cotidiana; abordar o estudo daqueles fatos e aplicações científicas que tenham uma maior relevância social; avaliar as implicações sociais e éticas relacionadas ao uso da ciência e do trabalho científico; e adquirir uma compreensão da natureza da ciência e do trabalho. Para Auler (2002) os estudos em CTS promovem a alfabetização científica.
Por outro lado,segundo eles, vêm sendo discutidas, com maior intensidade, as formas que os não-cientistas percebem e compreendem a ciência e como as mais diferentes vias institucionais podem ajudar a modificar essa compreensão. Dessa forma, chega-se ao “modelo de participação pública” que acredita em uma sociedade democrática e ativamente participativa nas decisões relacionadas às questões de ciência e tecnologia. O modelo busca uma relação de igualdade entre cientistas e público num mesmo diálogo. Ou seja, através de um debate aberto e participativo.
Para que tal modelo se concretize, são necessárias profundas mudanças de comportamento tanto para cientistas, quanto para o público. Entre elas, o esforço na valorização da educação científica, a aceitação da divisão de poder na política de ciência e tecnologia quando falamos dos cientistas. Já para o público, a busca de conhecimento permanente e reivindicação em debates.

Henrison Dressler

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