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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Seria o fim da produção fonográfica?


Um trabalho realizado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/SP), pelo pesquisador Eduardo Vicente, busca refletir sobre a pergunta acima. Intitulado, Viva a Morte da Indústria Fonográfica? Impasses e perspectivas em um cenário de crise, o trabalho provoca discussão sobre o panorama atual da produção fonográfica, especialmente no Brasil. O atrito entre as grandes gravadoras, selos independentes e artistas autônomos e a questão da pirataria digital é um dos pontos levantados pelo autor.
De acordo com a pesquisa, o surgimento das gravadoras independentes ocorre a partir de 1970, nos EUA, dando início à concorrência com grandes gravadoras. Esse processo tem início no Brasil um pouco mais tarde e, pode-se dizer, que foi um dos primeiros elementos a contribuir com a “derrocada” na indústria fonográfica.
Historicamente, o controle do mercado, vem da atuação e das estratégias das grandes empresas musicais. O que ocorreu ao longo do tempo, segundo a pesquisa, foi a afirmação de selos independentes, que atendem um novo mercado, na produção de novos artistas. O curioso é que o sucesso de artistas locais – antes invisíveis para o público em geral – garantiram a estabilidade das pequenas empresas, com ritmos que compreendem o axé, o funk, a música religiosa, sertanejo e pagode.
O segundo, e decisivo ponto, é o avanço da tecnologia ofertada pela Internet, que disponibiliza o download de CDs e DVDs na íntegra e, dessa forma, colabora para o crescimento da pirataria e a queda das grandes empresas fonográficas. Conforme o trabalho, não é o fim da indústria musical (apesar de suas constantes perdas e concorrência com a mídia digital), mas significa certamente, a perda da autonomia da cena musical como um todo.

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