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domingo, 23 de novembro de 2008

Corrupção como objeto de estudo

A corrupção tem sido um tema debatido por diversas ciências, entre elas as Ciências Políticas, a Sociologia e a Psicologia. Em vista dos danos que causa ao funcionamento da economia e às relações sociais, coube à Ciência Econômica ampliar suas investigações sobre esta questão. É essa linha que percorre o trabalho de pesquisa Economia e Corrupção: um novo debate nas Ciências Econômicas, desenvolvido pelos acadêmicos da Unifra, Leonardo Dalla Nora (Ciências Contábeis) e Cléber Veríssimo Bortoluzzi (Economia).
Considerada o maior obstáculo para o desenvolvimento, a corrupção aprofunda o fosso entre ricos e pobres, enquanto elites vorazes saqueiam o orçamento público. Isso acarreta distorções na concorrência, porque obriga empresas a desviar importâncias cada vez maiores para obter novos contratos. A corrupção mina as bases da democracia, arrasa a confiança no Estado, destrói a legitimidade dos governos e a moral pública. Daí até a formação de um Estado anárquico onde proliferam as tensões entre classes sociais (que se tornam cada vez menos propensas a normas, regulamentos, e buscam somente suas satisfações sem importar-se com a conseqüência de seus atos) é só um passo. No longo prazo, ocorre uma total inobservância da ideologia de desenvolvimento e é possível prever repercussões negativas na estrutura desse Estado antes organizado para proporcionar desenvolvimento e bem-estar social.
O principal problema que os economistas encontram ao analisarem a corrupção é na hora de fazer sua mensuração. Os dados obtidos baseiam-se em estimativas complexas e não em dados absolutos, o que dificulta análises mais precisas. Com o objetivo de mostrar como o comércio ilegal e corruptor tem impactos negativos sobre o crescimento econômico e impedem o exercício das atividades planejadas e executadas regularmente pelo Estado, os acadêmicos optaram por uma pesquisa de natureza qualitativa de caráter exploratório e utilizaram dados coletados mediante pesquisa bibliográfica.
Ao término da pesquisa, ficou claro que a deterioração dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, descende da sucessiva inoperância estatal nas suas mazelas administrativas, onde a não valoração de algumas premissas essenciais da moralidade acabam promovendo procedimentos ilegais. Nasce, portanto, um Estado desorganizado e corrupto; enquanto 'cai por terra' a base fundamental do desenvolvimento social.

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