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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O mundo do pequeno: a Nanotecnologia

Carros que mudam de cor com vidros auto-limpantes, cosméticos anti-idade, geladeiras com ação bactericida e maior durabilidade para os alimentos, ipods, produtos de limpeza com base na natureza, coletes a prova de bala mais leves, capacidade de transportar medicamentos dentro do corpo, reconstruções dentárias, combate a tumores de pele, revoluções no tratamento do câncer e até cuecas auto-limpantes muito usadas pelos soldados do Iraque. São diversas as novidades criadas pela nanotecnologia.
Nano vem do grego nanos que significa “anão”. Nanotecnologia é a criação de matérias utilizáveis e funcionais, a base de tudo isso está na capacidade de transformar átomos e moléculas cada vez menores, ou seja, o nano através da escala nanometrica que equivale a um bilhão de vezes menos que o metro.

A nanotecnologia é uma possibilidade de brincar um pouco de Deus”, explica Solange Fagan Binotto, Dra. Em física e coordenadora do Mestrado em Nanociências do Centro Universitário Franciscano. Ela diz que o estudo é a junção de várias ciências, a química, a física e a biologia e visa estudar a matéria numa escala muito pequena para construir coisas que nunca existiram antes ou para começar a entender o que já existia e não sabíamos como funcionavam.
A área da saúde é o setor no qual se tem mais investimento.Já existem muitos estudos para diagnóstico e tratamento de doenças, mas a maior revolução, segundo especialistas, ainda está por vir como, por exemplo, para o tratamento do câncer e da AIDS.Um dos grandes obstáculos é o alto custo dos produtos.
Processos ainda desconhecidos

Apesar de todas as vantagens, ainda não se sabe os riscos que a nanotecnologia pode causar aos pesquisadores e usuários, pois ainda não há técnicas experimentais para observar a escala do que está fazendo mal.
Segundo Solange, não há dimensionamento dos riscos que as pessoas correm, pois quanto menor o nano mais problemático fica para ver o efeito biológico.
A regulamentação da nanotecnologia é muito recente no mundo todo, existem cuidados especiais para lidar com os estes materiais, mas em condições ainda precárias devido à falta de conhecimento sobre os efeitos. Já as empresas que lançam os produtos, visam o lucro e não demonstram interesse na segurança do público-alvo.
No Brasil a nanotecnologia não tem uma regulamentação própria mas foi adotada a lei de Biossegurança como parâmetro. A nanopoluição já é uma preocupação entre os pesquisadores pelo fato de que a nanotecnologia permite uma redução das partículas - as nanopartículas -, a tamanhos capazes de alterar formas, fórmulas e funções de produtos. Trata-se assim, de um tipo de poluição que pode ser muito perigosa, uma vez que pode flutuar facilmente pelo ar viajando por grandes distâncias, devido ao seu pequeno tamanho. Por outro lado, mesmo não se sabendo os efeitos maléficos que a nanotecnologia pode causar “ ninguém viverá mais sem eles, pois os produtos estão saindo, e as empresas não vão parar de produzir. As coisas vão chegar e não se sabe se faz bem ou se faz mal. Mas não é por causa disso que as empresas vão parar de produzir.” esclarece a coordenadora.
A Nanociência está expandindo mas há poucos cursos que abrangem todas as áreas de concentração da nanociência.
O Mestrado em Nanociência - Pós-graduação Stricto-Sensu do Centro Universitário Franciscano é uma opção a quem se interessa ao estudo da nanociência. Ele é o único mestrado multidisciplinar na área em todo o país.
O curso tem como público-alvo profissionais de diversas áreas. “Para falar em nanociência não tem como mostrar só o ponto de vista da biologia, química ou física, são necessários outros profissionais como da medicina, farmácia e computação. Ninguém consegue fazer nada sozinho nesta área, o ideal é juntar o maior número de pessoas e colocá-las para trabalharem em conjunto”, conclui Solange.

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