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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Médicos & pacientes: uma relação delicada

Todos adoecem de vez em quando e, com freqüência, precisa consultar um médico. O que poucos sabem é sobre os seus direitos e deveres de paciente, e os direitos e deveres dos profissionais da saúde. Nesse caso, o Código de Ética Médica pode ser muito esclarecedor.
Por exemplo: o médico não pode afastar-se de suas atividades sem deixar outro médico no seu lugar; não deve deixar de comparecer aos plantões ou abandoná-los sem a presença de um substituto; precisa esclarecer o paciente sobre sua doença; não deve realizar nenhum procedimento médico sem a permissão do paciente ou seu responsável legal (a não ser em caso de urgência); o médico também não deve acobertar conduta antiética ou praticar concorrência desleal com outros médicos.
O que cabe ao paciente?
Exigir ou relembrar os seus direitos, como: ser referido pelo nome e sobrenome, não pela doença ou problema de saúde; deve receber atendimento imediato assim que chegar na instituição de saúde; o tempo de espera no local do atendimento não deve ser maior do que meia hora; o material utilizado em qualquer procedimento médico deve ser descartável ou rigorosamente esterilizado; o paciente possui livre acesso a seu prontuário médico; o diagnóstico deve ser repassado ao paciente e, o mais importante, o paciente deve receber explicações claras e detalhadas sobre exames realizados, e também sobre suas finalidades da coleta de material para análise.
E o que pensam os profissionais da saúde?
Moacir Arus, cirurgião geral e vascular e professor de Medicina Legal e Ética Médica na Faculdade de Medicina da UFRGS, fala sobre as dificuldades em lidar com os pacientes. “O resultado depende do comprimento das orientações”, afirma, citando o exemplo de uma doença pulmonar ou vascular na qual é necessário que o paciente não fume para melhorar sua saúde.

“O médico deve esclarecer o paciente de que ele tem responsabilidade sobre aceitar ou não as condições impostas pelo tratamento”, segue Arus. Revela que, muitas vezes, não é fácil para o paciente fazer o que ele sabe que é certo. Por exemplo, um hipertenso controlar o sal, ou diabético controlar o açúcar, o obeso comer menos e fazer mais exercícios. Demora para que o paciente se acostume um regime que ele não gosta, ou exercitar-se mais.
Outro problema freqüente é a intervenção dos pacientes na medicação. Alguns tomam para mais, outros tomam para menos. “Esse problema se agrava nas doenças crônicas, pois exigem maior participação dos pacientes”, esclarece Arus.
A questão preocupa também os futuros médicos. João Leonardo Fracassi, estudante do oitavo semestre de medicina da UFRGS, acredita que o médico deve ser um profissional sempre bem atualizado e com a obrigação de atender a população, apesar da profissão estar desvalorizada. Por outro lado, " os pacientes querem ser curados pelos médicos, mas não seguem o tratamento à risca. Por isso, muitas vezes o tratamento não funciona e o médico acaba sendo culpado."
As faculdades de medicina incluem na formação dos profissionais estratégias para lidarem com situações dessa natureza.

Mais informações:
Código de Ética Médica Revista Viva Saúde Foto 1 Foto 2

Por Beatrice Witt e Luisa Estivalet


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