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terça-feira, 10 de junho de 2008

Vida nova para o Arroio Cadena

Um corredor de concreto de 4,3 mil metros quadrados dotado de soluções de engenharia para recuperar o meio ambiente está prestes a mudar o cenário e também o trânsito de Santa Maria nos próximos meses.
Considerada um marco na arquitetura da cidade, a primeira avenida perimetral do município, que ganha o nome de um do seu filho mais ilustres – Dom Ivo Lorscheiter – representa muito mais do que uma nova alternativa de tráfego. Trata-se da chance de fazer renascer o Arroio Cadena, calculada em R$ 35 milhões que chegaram aos cofres municipais graças ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
A construção da perimetral está dividida em três fases. Duas delas já estão licitadas, e somam cerca de R$ 21 milhões. A primeira etapa de concretização da Avenida Perimetral Dom Ivo Lorscheiter consistirá em obras que ligam as avenidas Borges de Medeiros e a Walter Jobim.
“Já o segundo trecho, compreende da Venâncio até a Ernesto Beck e será realizado pela Conpasul no valor de R$ 9 milhões. O prazo final para a conclusão de ambos os trechos, é de um ano”, disse o coordenador executivo do PAC, Ivo Cassol, em entrevista ao jornal A Razão, em 20 de maio de 2008.
Ao longo do trajeto, trechos degradados e ameaçados pela erosão começarão a ser recuperados pela canalização do Cadena. Pelo projeto, a obra terá pista dupla – sendo uma de cada lado do arroio – que segue da Rua Venâncio Aires até a Ernesto Beck. Neste ponto será erguido um trevo que levará a uma via simples.
Além disso, haverá duas pontes, uma no cruzamento da Walter Jobim com a Venâncio Aires e outra na Walter Jobim com a Avenida Miguel Meirelles, na Vila Lídia. As obras de recuperação do Cadena já estão liberadas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e acontecem paralelamente ao trecho da perimetral.

O local deve ainda receber o plantio de seis mil árvores. Isso ajudará na revitalização das margens do arroio e a evitar a erosão, agravada pelas ocupações irregulares de moradores pobres, também responsáveis pelos altos índices de poluição do Cadena. O processo de arborização, segundo a Prefeitura, aumentará a área verde da cidade e também evitará que novas ocupações sejam registradas no local.
Pouco a pouco, famílias alojadas ao longo do curso do arroio – pertencentes a bairros e vilas Lorenzi, Urlândia, Renascença, Patronato, Juscelino Kubistchek, Nonoai, Passo d’Areia, Divina Providência, Salgado Filho, Carolina – serão retiradas desses pontos e re-alojados em moradias populares do município. Para a administração municipal é uma maneira de resolver tanto a questão social da habitação, quanto a ambiental.

A ESTRUTURA DE CANALIZAÇÃO
“A estrutura de cada trecho do canal é diferente” explica o engenheiro civil Silvio Froes, um dos membros da equipe da Re-coordenação Técnica PAC, um setor criado com a incumbência exclusiva de gerir os projetos desse programa.
De acordo com o técnico, em cada trecho, será executada uma nova obra respeitando a vazão do arroio e as condições do solo. “Em primeiro lugar, uma subcamada de rachão (pedras pequenas que vão servir de base para a estrutura serão colocadas para impedir que água se infiltre no solo, com cerca de 20 centímetros de espessura. Acima dessa camada, haverá uma outra camada de Colchão Reno - pedras maiores, revestidas por uma cerca metálica, de aproximadamente 20 cm também”.
É entre estas duas camadas, que será lançada uma espécie de manta geotextil. Esse manto de feltro impedirá que resíduos passem de uma camada pra outra. Assim, a água poluída do Cadena não entrará mais em contato com o solo, e deixará de contaminá-lo, atingindo lençóis freáticos e nascentes.
“As laterais do canal também são reforçadas com um colchão reno e pedras grandes. O canal será revestido de asfalto. Há também a preocupação com a arborização dos arredores do arroio, que receberá ainda uma ciclovia no percurso”, destaca Froes.

Por Eduardo Ramos, Gilson P. Alves, Marcelo Barcellos. Fotos: Rodrigo Simões






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