Pesquisar este blog

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Projeto financiado pelo CNPq ensina a aproveitar água da chuva

Aproveitar a água que seria desperdiçada. O TEC-ÁGUA – projeto para captar água da chuva surgiu a partir de estudos sobre o racionamento de água realizado por um grupo de pesquisadores do curso de Engenharia Ambiental da Unifra - Centro Universitário Franciscano. É coordenado pelo professor Afrânio Righes e tem participação de alunos bolsistas. O Projeto intitulado Tecnologias para sustentabilidade da água em zonas rurais e urbanas em Santa Maria-RS iniciou em 2006 e tem por objetivo educar para o uso racional da água.

O volume de chuva não variou nos últimos 50 anos no Brasil. Como explicar a falta de água? Por meio de um mapeamento do solo, o grupo de pesquisa constatou que houve uma degradação da sua estrutura. A compactação do solo impede a penetração da água da chuva. Nos centros urbanos a infiltração da água é dificultada pela grande quantidade de calçadas e ruas pavimentadas e, por conseqüência, causa enchentes e alagamentos. Além das pesquisas de mapeamento de solo e da quantidade de água nos mananciais e rios, o projeto demonstra que é possível captar água da chuva com baixo custo. A prova disso está na implementação de estações de captação de água em dois colégios que estão localizados na Bacia Hidrográfica do Vacacaí Mirim.


A captação é feita por meio das calhas de água do prédio das escolas João Pedro Menna Barreto e Escola de Santa Flora. O processo de captação funciona de acordo com um sistema automático de cisternas. Esta é uma caixa d’água comum, porém leva este nome, pois nela é armazenada água da chuva. A primeira cisterna de 250 litros recebe os primeiros cinco minutos de chuva com água suja. A partir daí a água limpa passa para uma cisterna com capacidade para 3000 litros onde fica armazenada para diversos usos.

Outra maneira demonstrada pelos pesquisadores é o experimento de captação por meio do solo. Na Escola João Pedro Menna Barreto foram instalados sistemas de captação de água com diferentes coberturas de solo. Uma feita de piso permeável (material específico para absorção d’água) onde a infiltração é de 100%. Outra de grama, com infiltração de 98%; paralelepípedo, com infiltração de 80% e asfalto com infiltração de 29%. Segundo o coordenador do projeto, isso demonstra a quantidade de água que perdemos nas cidades. Já na Escola de Santa Flora foram instaladas estações de captação de água, uma sem cobertura artificial, uma utilizando somente a técnica de plantio direto e outra de plantio direto com Vertical Mulching, uma técnica que usa palha na cobertura. A Prefeitura Municipal de Santa Maria, EMATER/RS e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Vacacaí Mirim são apoiadores do projeto financiado pelo CNPq. A estrutura da pesquisa que envolve captação da água foi demonstrada por meio de dias de campo para acadêmicos, especialistas da área ambiental e comunidade em geral. A diretora da Escola João Pedro Menna Barreto, Ilka Martins, ressalta a importância da presença de instituições de ensino superior junto à comunidade. “Este projeto da Unifra contribuiu muito para a conscientização da comunidade em relação ao desperdício de água”.

Detalhes do projeto no Youtube

2 comentários:

Dorotéia Sant'Anna disse...

Seria interessantíssimo se essa iniciativa se transformasse em política pública!

Julio Marin disse...

Encontrei um esquema diferente, que pode ser o futuro. E seria legal se fosse.. que os governos se mexam:

http://www.acquasave.com.br/esquema.html