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terça-feira, 24 de junho de 2008

Quando a esperteza ajuda

Em recente matéria publicada no tradicional periódico norte americano The New York Times, um fato chama a atenção: os animais são espertos e por sinal, bem mais do que muitos de nós pensamos.

Muita gente se questiona, por que os seres humanos são tão espertos? A partir disto um biólogo da Universidade de Friburgo (Suiça), Tadeus Kaweci, começou a buscar o raciocínio contrário: - Se é tão bom ser “esperto”, por que a maioria dos animais é “burra”?

A intenção de Kaweci e outros cientistas era descobrir como os animais aprendem e porque alguns aprendem melhor que os outros. E pelo menos em parte, eles conseguiram. Um exemplo é um verme (Caenorhabidts elegans) com apenas 302 neurônios e que é capaz de aprender. Só para se ter idéia, nós seres humanos, temos algo estimado entre 10 e 100 bilhões de neurônios. É alguma diferença para este verme não é?! E mesmo assim ele tem a capacidade de assimilar tarefas e aprender coisas novas.

O suíço Kaweci e sua trupe produziram evidências impressionantes sobre as reações dos insetos quando são submetidos a uma espécie de “evolução”. Eles trabalharam com moscas e as treinaram para que se tornassem mais espertas que as comuns. Só depois de 15 gerações de moscas que foi possível obter um resultado satisfatório. Os cientistas colocavam as moscas em contato com dois tipos de geléia: uma com sabor de laranja e com quinino (uma substância amarga) e outra também de laranja, mas sem quinino. No início os insetos levavam horas para descobrir que uma tinha quinino e a outra não. Só que 15 gerações depois as moscas levavam menos de uma hora para identificar as diferenças entre as geléias. Porém, todo estudo cobra um preço, e desta vez, custou a sobrevivência. Kaweci e seu grupo juntaram as moscas espertas (treinadas) com as burras (não treinadas) e lhes deram um escasso suprimento de leveduras para se alimentarem. Resultado: a esperteza realmente não garante a sobrevivência. A vida das moscas treinadas foi 15% mais curta.

Fechando o seu raciocínio Kawice demonstrou que, às vezes, é bom ser treinado para sobreviver. Segundo ele, há grupos de abelhas que se alimentam e produzem mel com apenas um tipo de néctar, porém quando treinadas elas podem utilizar o instinto para sobreviver com qualquer tipo de flor. E é neste caso que o suíço mostra que às vezes, a esperteza ajuda na sobrevivência. E que já ficou provado não ser o caso das moscas.

Se você deseja conferir na íntegra a matéria do jornalista Carl Zimer acesse aqui.

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