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terça-feira, 10 de junho de 2008

FEPAM diz ser crítica a situação das águas em Santa Maria

O presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), José Antônio Mallmann, 56 anos, engenheiro civil e de segurança de trabalho, em entrevista ao Noticiência, fala sobre a falta de planejamento urbano e a situação crítica das águas em Santa Maria.


Noticiência: Qual é o tipo de cuidado que se deve tomar ao fazer construções em uma cidade que possui vários cursos da água e também lençóis freáticos?
Mallmann: Quanto aos cursos da água, deve ser respeitada uma faixa que é chamada de APP - Área de Preservação Permanente. Esta faixa varia de acordo com a largura do arroio, até dez metros de margem. A margem é de, no mínimo, 30 metros para cada lado, que é a grande maioria dos cursos, principalmente em Santa Maria. A respeito dos lençóis freáticos, a história é outra. Não chega a ser tão problemática ao meio ambiente. Diz mais a respeito à qualidade da própria construção, isto é, se a casa for térrea fica muito úmida, as águas de chuva não escoam direito e ficam por mais tempo encharcadas. Isto diminui a qualidade de vida dos moradores.

Noticiência: Como você avalia o planejamento das construções da cidade frente à poluição dessas águas santa-marienses?
Mallmann: Como os loteamentos - os terrenos são de antes da legislação vigente, é difícil cumprir estas APPs. Então a própria legislação reduziu estas faixas para 15 metros (loteamentos antigos, antes de 1979). Os novos loteamentos têm que obedecer aos 30 metros no mínimo. Isso é para que os cursos d água possam ter a mata ciliar, ter espaço para que sejam feitas redes de coleta de esgotos e assim não lançarem estes diretamente no curso, e assim manterem uma qualidade mínima da água, onde a vida aquática possa se desenvolver e conseqüentemente melhorar a qualidade de vida dos habitantes urbanos.

Noticiência: Como você vê o problema das sangas em Santa Maria?
Mallmann: A atual situação é crítica, tanto é que quase todos os cursos d’água estão comprometidos, cheiram mal, são valões de esgotos a céu aberto. Para reverter isso o município tem que assumir logo a aplicação da lei das APP(s), o que dá muito trabalho, A população reclama de tudo, mas quando tem que preservar uma faixa mínima, faz de tudo para não cumprir. Os administradores também não cumprem e ninguém é punido. E isto é tanto para os ricos como para os pobres. É só olhar a situação do Cadena. Se tem planejamento, e tem, só que mal feito, este não está revertendo em melhorias, É só andar onde tem sangas, olhar a situação estética e sentir o mau cheiro.


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Um comentário:

Deivid Couto disse...

Daí galera, tudo certinho aí? Hoje tive o primeiro acesso ao blog de vocês. Muito bom, bom mesmo! Importantíssimo esse trabalho para os acadêmicos e pra sociedade santa-mariense. Parabéns, grande abraço e força no trabalho. Ajudarei a divulgar o Blog.

Deivid Couto
deividcoutoh@yahoo.com.br
Jornalista, ex-aluno da Unifra.