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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A ciência na TV - o encontro de linguagens


A professora Najara Ferrari participou de uma entrevista coletiva realizada pelos alunos de Jornalismo Especializado II, no Centro Universitário Franciscano. Najara, que possui doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e pós-doutorado pela Universidade Federal de Santa Maria, atua como professora adjunta na Unifra e respondeu perguntas sobre as suas pesquisas acerca do discurso midiático, bem como da atual popularização da ciência em determinados programas televisivos.

Diante das perguntas realizadas pelos alunos da disciplina, Najara discorreu sobre a hibridização da linguagem utilizada pelas atrações que visam falar sobre a ciência.  A hibridização, nesse contexto, trata-se da mistura de linguagem constituída de um caráter informativo, aliada a uma linguagem voltada para o entretenimento.

A professora afirmou que o programa de TV que constitui o seu objeto de estudos, o Vida e Saúde, congrega vários assuntos, podendo ser entendido como um programa de variedades ou de entretenimento, o qual privilegia o foco nas questões que englobam o tema da saúde.


O programa Vida e Saúde, transmitido pela RBS TV, veicula entrevistas e reportagens sobre saúde, nutrição, atividade física, beleza, comportamento e terapias alternativas. A abordagem do programa, de acordo com a professora, deve ser pensada como um exemplar que se situa no limite entre o jornalismo científico e o entretenimento.


Najara também citou quadros científicos do programa Fantástico, que também possuem essa linguagem de entretenimento aliada a informações transmitidas em doses homeopáticas. Nesse contexto, a professora citou o termo infotainment, que denota essas atrações televisivas que adotam a fórmula de uma produção híbrida de informação e entretenimento, seguindo uma linha que se situa entre essa duas zonas.

Perguntada sobre a reação de cientistas diante dessa abordagem adotada pela TV, a professora respondeu que muitos dos profissionais da área da ciência não enxergam com bons olhos a linguagem adotada, pois a consideram um tanto quanto superficial. Najara Ferrari afirmou que, por meio da mescla da hibridização, tais programas conseguem atingir o público-alvo.


Ao término da conversa, a doutora em ciências da comunicação também salientou que os programas desse gênero buscam a segmentação de audiência, almejando assim atingir a um público específico.

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