Pesquisar este blog

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Periodismo do Terceiro Milênio para Calvo Hernando


Segundo Manuel Hernando, o século XX será lembrado pela consolidação de uma atividade à qual no passado não foi dada o devido valor: a divulgação da ciência para o público, o que conhecemos como jornalismo científico; a comunicação pública da ciência. Porém,  segundo ele, isso não quer dizer que tenha começado no século passado, quando aquela geração não estava preparada para trazer ciência ao público, ainda que fosse na segunda metade do século XX, quando esta necessidade começou a se tornar um processo natural nas sociedades industrializadas.

Um dos pioneiros da divulgação da ciência foi Voltaire. Ele compreendeu que a opinião pública foi a mola propulsora, e proclamou que considera necessárias causas como a razão, tolerância e liberdade.
Hernando cita nomes bem conhecidos da literatura espanhola que fizeram ciência popular, entre eles José de Echegaray, que descreveu o conteúdo dos processos físicos e químicos, e os grandes filósofos da Espanha: Ortega y Gasset, García Morente, Zubiri Besteiro,  promotores de divulgação.

A imprensa também trouxe um espaço positivo para a propagação da ciência. Conforme cita o autor, no século XXI, descobertas como astronomia, descoberta da vacina e outros tópicos de informações científicas chegaram ao público através da continuidade de informação desenvolvida pela imprensa periódica.

Manuel Calvo Hernando
Manuel Hernando diz que a atual relação entre a ciência e o jornalismo foi lançada desde o final do século XIX,  destinada às classes dominantes. Inicialmente, a explicação da ciência foi destinada basicamente à aristocracia. O autor lembra que no século XX, na Espanha, começou uma série de atividades para promover o jornalismo científico, dentre elas o Primeiro Congresso Nacional de Ciência Jornalistas (Madrid, 1990), V Congresso Latino-Americano de Ciência Jornalistas (Valência, 1990); Segundo Encontro Internacional Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (Madrid, 1991). A Associação Espanhola de Jornalismo Científico, com a ajuda do Conselho Nacional de Pesquisa, promoveu a celebração de cursos, seminários, simpósios e debates sobre temas dessa natureza.

Assim,  o jornalismo científico no mundo é entendido por causa de alguns fatores básicos,  tais como os desenvolvimentos científicos e tecnológicos, por exemplo, a energia nuclear, a exploração do espaço e o progresso da medicina, assim como na física, a descoberta de partículas dos segredos da matéria.

Hernando coloca alguns itens para se fazer jornalismo científico, tais como: mostrar sempre duas ou mais visões sobre uma mesma questão; preparar o público para receber tais informações; consultar e revisar fontes e dados; consultar fontes escritas antes da entrevista: documentos de especialistas, enciclopédias, dicionários, livros, e afins, lembrando que este ramo exige complexidade e entendimento.

Manuel Hernando enfatiza que os obstáculos a uma difusão melhor e mais ampla da ciência não são cientistas, ou escritores, ou produtores de televisão, e muito menos a causa é a suposta estupidez das massas. As barreiras são erguidas pelos os que dirigem os meios de comunicação: editores de jornais, responsáveis ​​por televisão e rádio, por exemplo, por desprezarem o público e dar publicidade ao lixo cultural e a propaganda.

“Em última análise, o gênero jornalístico de hoje e de amanhã é para ser uma nova forma de escrita na linha de "testemunho moral" do nosso tempo, e com o duplo objetivo de descrever o estado e a evolução da mudança científica e tecnologia e ao mesmo tempo prevenir o público sobre os riscos da civilização tecnológica”.

Nenhum comentário: