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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Carência de cálcio ocasiona diversos problemas à saúde da mulher

 O cálcio é um elemento essencial para a saúde e desempenha diversos papéis. No organismo da mulher, em função das diversas mudanças hormonais pelas quais ela passa, sua carência pode ser maior. Adolescência, gravidez e menopausa são os principais períodos que tornam acentuado o aumento das necessidades de cálcio na alimentação. Esse nutriente é fundamental para a formação da massa óssea e dos dentes e também na coagulação sanguínea.
  Segundo a tabela brasileira de composição de alimentos, 100g de queijo parmesão, por exemplo, possuem 992mg de cálcio, 100g de leite de vaca possuem 113mg de cálcio. Alimentos de origem vegetal também podem fornecer o nutriente ao organismo. 100g de couve crua possuem 145mg de cálcio e 100g de espinafre cozido, 145mg de cálcio. Conforme dados da Dietary Reference Intakes (DRIS) mulheres de 14 a 18 anos devem ingerir 1300mg por dia do nutriente e, as que possuem de 19 a 50 anos, 1000mg/d.
Karen Mattos e Dianele Vidal
     A pesquisadora Karen Mattos é professora do curso de Nutrição da UNIFRA e realizou uma pesquisa relacionada ao tema, em 2010. “Saúde da mulher: o consumo de cálcio em professoras de escolas públicas”, vinculada ao Projeto de Extensão: “Saúde na Escola: aprendizagem em saúde” e ao Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde (GIPES) na linha de pesquisa Educação, sociedade e integralidade na saúde.
     O aumento considerável da incidência de osteoporose em mulheres jovens incentivou a escolha do tema para o estudo. Para verificar esta hipótese o grupo orientado pela professora Karen realizou uma pesquisa qualitativa através da aplicação de questionários a professoras de quatro escolas da cidade. “Já trabalhávamos com os alunos dessas escolas e sentíamos a necessidade de atender também às professoras de alguma maneira”, conta Karen.
     A faixa etária das mulheres pesquisadas foi de 29 a 65 anos. O cálcio é um nutriente que, após os 30 anos, aproximadamente, não pode mais ser acumulado pelo organismo. A partir desta idade, seu consumo deve suprir apenas as necessidades diárias. Portanto, o ideal seria que a ingestão adequada do nutriente ocorresse, principalmente, até os 30 anos, enquanto ele ainda pode ser armazenado, como destaca Karen.
     Leite e derivados, brócolis, couve e espinafre são fontes consideráveis do nutriente. “Nosso estudo indicou um consumo baixíssimo desses alimentos pelas professoras”, destaca Karen. A pesquisadora também conta que 21% das mães das mulheres pesquisadas sofriam de osteoporose, aumentando o risco de que elas também fossem sofrer da doença, pois a patologia é influenciada por fatores genéticos.
     Dianele Vidal, estudante do 7º semestre de nutrição, participou do grupo de pesquisa e ressalta a importância da existência de uma consciência sobre a importância do cálcio para a saúde. “Desde a infância deveria acontecer uma conscientização para que a criança consumisse o nutriente da forma adequada”.
     “Consumir leite com achocolatado que possui cafeína ou iogurte com granola que é rica em fibras dificulta a absorção de cálcio pelo organismo”, complementa Karen. Ela alerta para o fato de que é importante ter consciência da relevância da combinação correta dos alimentos para que seus nutrientes possam ser absorvidos da maneira adequada.
      Os resultados da pesquisa apontaram que a maioria das professoras não tinha consciência da interferência de achocolatado, fibras, cafeína e exposição ao sol na absorção do cálcio. Além da combinação de alimentos, Karen alerta para alguns fatores que inibem consideravelmente a absorção de cálcio como o tabagismo, o alcoolismo, ou mesmo, o uso de determinados medicamentos.
Andressa Rodrigues
      A nutricionista Andressa Rodrigues também foi integrante do grupo que realizou a pesquisa. Ela destaca a importância do sol para o processo de absorção de cálcio. Quando o indivíduo se expõe ao sol nos horários adequados, após às 16h da tarde, por exemplo, ele ativa a vitamina D e melhora a absorção do nutriente, afirma Andressa.
     Um pouco mais raro, o excesso de cálcio no organismo também pode ocasionar problemas à saúde como a redução de outros minerais, conta a nutricionista. Os sintomas de altos níveis de cálcio no sangue incluem náusea, perda de apetite, constipação ou diarréia, sede, excreção de urina acima do normal, dor de cabeça e cansaço excessivo, relata Andressa.



Por Marianna Antunes

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