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sábado, 30 de outubro de 2010

O ensino da ciência em escolas do interior do RS

     Com o surgimento das novas tecnologias, entre elas a internet, as escolas tiveram que se adaptar à realidade de alunos cada vez mais adaptados ao uso do computador. Hoje, é comum escolas com laboratórios de informática destinados a complementar o aprendizado em sala de aula. Esta é a realidade também das escolas de meio rural, localizadas no interior dos municípios, como as do interior de São Pedro do Sul, região central do Rio Grande do Sul. Por lá, as novas tecnologias têm contribuído para o aprendizado dos alunos. Professores de ciências agora fazem uso do computador e aparelhos de DVD, ao lado de velhas técnicas de ensino.
   A professora Mariclei Vieira Jaques, que leciona nas escolas municipais de ensino fundamental Rosa Lazaroto Arboite e 29 de Março, na localidade de Serrinha, interior de São Pedro, afirma que a internet facilitou o acesso e as pesquisas. Segundo ela, a ferramenta possibilita que os professores tenham acesso a informações que podem ajudar no planejamento das aulas. A dificuldade, entretanto, está em conectar. “Por se tratar de uma escola do interior, às vezes temos dificuldades com a conexão da internet” afirma Mariclei.
Ágar-agar: hidrocolóide extraído de algas
marinhas vermelhas.
Ela destaca também, que a disciplina de ciências nas escolas em que atua, é realizada com atividades práticas e temas atuais. Como exemplo cita a aula do dia 21 de setembro. “Em função do Dia da Árvore, nós trabalhamos textos interligando a disciplina” diz. Também são realizadas práticas de análise de bactérias, como por exemplo, a que se desenvolve através do ágar-ágar, hidrocolóide extraído de diversos gêneros e espécies de algas. “Colocamos o ágar-ágar em um recipiente fechado junto com o líquido que sai da carne moída (guizado). Em pouco tempo a bactéria se desenvolve e os alunos podem observar com mais precisão” explica Mariclei.
Incluem-se ainda análises de células com o uso microscópios e pesquisas de plantas com observação das folhas e raízes aéreas, que segundo a professora são processos de difícil aprendizado se não houver a prática. “As aulas práticas despertam a curiosidade” salienta Mariclei.
    O professor Romel de Almeida Ptzalaff, também faz uso das novas tecnologias em suas aulas. Ele destaca o uso de aparelhos de DVD, pelos quais é possível passar aos alunos, de forma simplificada, a reconstituição dos assuntos trabalhados em aula, tendo como aliados áudio e imagem. “Os alunos assistem diversos filmes. Entre eles esteve os sobre vulcões e terremotos, por exemplo. Após, solicitei que eles fizessem atividades em sala de aula. Os trabalhos vão desde textos até desenhos interpretando o filme, dependendo da série em que estão” explica.
    Romel trabalha nas escolas municipais Naurelino Souto, da localidade de Xiniquá e Jacó David Diesel, de Cerro Claro, ambas na zona rural de São Pedro. Ele destaca que as novas tecnologias possibilitam deixar as aulas mais atrativas. “As aulas não se tornam monótonas. Conseguimos atrair a atenção dos alunos de maneira lúdica e dinâmica, o que facilita o trabalho” diz.
Outro fator que contribui para o aprendizado da disciplina de ciências são as experiências cotidianas. “Em minhas aulas procuro relacionar a ciência com o que os alunos vivenciam no dia-a-dia, levando em conta a realidade deles” destaca o professor. Por se tratar de escolas da zona rural, Romel, que também dá aulas de técnicas agrícolas, utiliza atividades como o plantio de hortaliças, para motivar e ao mesmo tempo ensinar os alunos. Os estudantes aprendem a plantar em hortas nas escolas e ao mesmo tempo compreendem a importância de uma alimentação saudável, rica em vegetais e sem agrotóxicos. As hortaliças cultivadas pelos alunos são, posteriormente, utilizadas na merenda escolar, reduzindo o custo para a escola e oferecendo uma alimentação mais adequada.
Além das hortas, outra atividade escolhida por Romel para trabalhar na disciplina de ciências, é o plantio de mudas de árvores nativas. Os alunos são motivados ao reflorestamento e ao mesmo tempo promovem o embelezamento da escola.
Ambas as atividades, o uso de tecnologias ou as relacionadas ao contato com a natureza, podem possibilitar aos alunos um novo olhar sobre os temas estudados, facilitando a compreensão da disciplina. São duas alternativas que valem a pena ser utilizadas pelos educadores e valorizada pelos alunos, no aprendizado de ciências.

Por Andressa Scherer

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