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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Corredores de floresta: uma possível solução para a biodiversidade

A fragmentação das florestas tem se tornado um problema cada vez mais comum. Um exemplo clássico pode ser as ilhas de vegetação nativa em meio aos campos. O que antes era uma grande floresta, hoje apresenta-se de forma reduzida. Como consequência direta, espécies de animais que necessitam de grandes espaços ficam acuadas, e até mesmo são extintas.
Um dos exemplos mais conhecidos de fragmentação de uma floresta é a mata atlântica. Segundo o programa SOS Mata Atlântica, hoje só restam 7% de sua extensão original. Seus fragmentos estão espalhados pelas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.
Uma das soluções encontradas para minimizar o efeito deste desmatamento desenfreado foi criar corredores de hábitat unindo essas ilhas, tal qual estradas que unem as cidades. Para os animais a importância dessas “estradas” é possibilitar para algumas espécies mais espaço, tão essencial para sua busca por alimentos e reprodução. A manutenção dessas espécies, por sua vez é necessária para o equilíbrio ecológico. Mas até que ponto a criação dos corredores é eficaz?
O corredor atenua os problemas trazidos pelo corte da vegetação nativa, principalmente no caso das espécies menores, como roedores. Sua criação não traz benefícios apenas para as populações pequenas. Contribui ainda para que novas espécies utilizem o espaço aumentando a biodiversidade. Entre os aspectos negativos estão a ampliação do estrago causado pelos incêndios, a facilidade para a entrada de organismos indesejáveis no ecossistema, por exemplo, espécies exóticas invasoras, não para competir e sim aumentar o risco de transmissão de doenças nocivas as espécies nativas.
Porém, a maioria das espécies pertencentes a diferentes grupos, respondeu de forma positiva a existência dos corredores. São inúmeros os estudos que enfocam a implantação dessas galerias de mata. O zoólogo Nick Haddad realizou um trabalho em 2003 na Carolina do Sul (Estados Unidos), mostrou a eficácia dos corredores no deslocamento de espécies tão diversas (abelhas, borboletas e mamíferos). Outro estudo realizado na mesma localidade em 2006 pela bióloga Ellen Damschen, mostrou a importância das estruturas no surgimento de novas espécies vegetais devido ao aumento dos movimentos de dispersão das sementes entre os dois fragmentos de florestas.
Os corredores, apesar da maioria dos estudos comprovarem a sua eficácia, não devem ser utilizados como a solução de todos os problemas gerados pela fragmentação das florestas e que todas as espécies de animais sejam favorecidas. O seu uso ainda está em fase de experimentação e sua aplicação conservacionista é reconhecida pelo Sistema Nacional de Unidades (Lei nº 9.985), pois tem grande potencial em melhorar a situação da flora e da fauna prejudicadas pelo desmatamento florestal.

Leandro Rodrigues

Texto produzido com base na matéria "Os Corredores de hábitat e a manutenção da biodiversidade", publicada na revista Ciência Hoje de Abril de 2009.

Um comentário:

Unknown disse...

Que engraçado, um blog acadêmico sem fins lucrativos?!? E o anúncio do google no canto superior da página?