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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Nova teoria da evolução humana

A Teoria da Evolução de Charles Darwin diz que nós, humanos, descendemos dos macacos, particularmente do chimpanzé. Mesmo sem provas concretas falava-se ainda de um "elo perdido" - um estágio entre o macaco e o ser humano. Paleoantropólogos americanos encontraram em meados de 1990, na África, fósseis da espécie hominínea denominada Ardipithecus ramidus. Isto muda toda a história.
Os últimos números da revista norte-americana Science apresentaram uma série de artigos sobre as descobertas dos pesquisadores. Os paleoantropólogos integraram uma grande equipe multinacional liderada por Tim White, da Universidade da Califórnia em Berkeley, e G. Owen Lovejoy, da Universidade Estadual Kent, em Ohio, ambas nos Estados Unidos. Eles estudaram detalhadamente os fósseis, que foram mapeados por meio de imagens tomográficas e “reconstruídos”, utilizando computação gráfica. Além dos fósseis ósseos e dentários disponíveis, o grupo analisou os fósseis vegetais encontrados próximos a eles e os de outros animais de mesma datação, para relacionar os achados com a geografia da região naquela época.
Com a descoberta e as publicações, surgiu a polêmica: os seres humanos não evoluíram dos macacos (ou grandes símios). Recente pesquisa de biologia molecular revelou que nosso genoma tem 99% de semelhança com o chimpanzé, porém os paleoantropólogos White e Lovejoy afirmam que as semelhanças não escondem as diferenças. Pontuam que a capacidade de aprendizagem dos primatas por observação e imitação não ultrapassa a de uma criança pequena. O fato dos humanos serem capazes de construir uma sociedade complexa cooperativa e sofisticada, ao contrário dos grandes símios, é uma das diferenças.
Para reforçar sua teoria White e Lovejoy viajam pela linha do tempo. Há cerca de 18 milhões de anos viveu o ancestral comum aos grandes simíos: um quadrúpede com braços longos e sem cauda. O primeiro ramo (clado, em linguagem técnica) a divergir desse ancestral comum foram os orangotangos. Seguiu-se a ele o dos gorilas (Gorilla) e o dos chimpanzés (pan). Cada um desses grupos continuou a evoluir, e as características dos animais atuais dificilmente reproduzem exatamente as de seus ancestrias.
O Ardipithecus ramidus seria um ramo posterior, surgido há quase 5 milhões de anos na África equatorial. Esses animais tinham entre 30 e 50 kg e braços relativamente curtos, embora mais longos que os nossos. Além disso, apresentavam postura bípede ocasional e um cérebro equivalente ao de um chimpanzé atual. Tudo indica que já eram capazes de empregar pedras para quebrar sementes. O ramo seguinte é o conhecido Australopithecus, que foram encontrados muitos fósseis e várias espécies descritas. Estes viveram entre 4 e 1 milhões de anos trás. Por fim, o Homo sapiens, que é o estágio onde nos encontramos.
O grupo de pesquisadores que publicou os trabalhos sobre os Ardipithecus mostrou que cada espécie, fóssil ou atual, tem a sua própria evolução, paralela ou divergente, ou então simplesmente diferente. E que não se pode ser simplista demais, achando que a nossa espécie derivou de um ancestral símio parecido com o chimpanzé.
O assunto ainda está gerando muito estudo e revisões das teorias estudadas até hoje. A nova tese foi lançada. Agora é ficar de olho para saber se teremos que reaprender sobre a evolução da humanidade.
Fonte: Ciência Hoje On Line
Por Joyce Noronha

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